Se tudo é inatingível, não é motivo para não as querer...
Desejamos tudo que é inatingível, porque
temos nossos motivos para gostar de...
Precisamos de enigmas para dar sentido à vida... A libertação dos ignotas é como se bebêssemos além da conta, aquém de nós mesmos...
A esfinge faz parte do nosso viver, assim como o ar, que respiramos, de tal modo como o amanhã, que se desponta. Assim, vivemos, igualmente, quando somos apreciados, também, ao mesmo tempo...
Precisamos amar, para que continuemos vivos, deixando, pelas trilhas do gostar, emoções, que sempre vivemos. Do contrário, os caminhos seriam tristes, sem as estrelas a alumiá-los
noites escuras...
Se as coisas são inatingíveis, quem dera, quem nos amasse, reservasse o direito de retirar, da nossa essência, o sentido mais puro da vida, que é o desejar real, não os sentires malfazejos, que assolam o nosso íntimo, nos tirando a liberdade de poder almejar o querer, sempre, poder amar...
Não há motivo, para deixar os fatos lavarem a nossa alma, profundamente, em águas puras e cristalinas, e nunca em erupções vulcânicas...
Por trilhas estreitas, o coração conduz solidões e paixões encobertas, em nossos rostos felizes e com as estrelas, iluminando os caminhos...
Amealhar emoções não é o que o mundo deseja e, muito menos, nós...Todos que quiseram e todos os que desejarem, se fossem libertar seus sentimentos, baseados em suas emoções, certamente, não teríamos paixões, que nos acondicionaram na juventude e cultivaram, em nós, a descoberta e a confiança, em verdadeiras maravilhas, que são vivenciar os afetos...
Aos que tiveram a coragem de arrancar, de dentro deles mesmos, os espinhos, que seus passados deixaram, esses foram maravilhosos, que digam, agora, o que tudo souber: -Onde está o fenômeno do amor inatingível?... Onde encontrá-lo?
Qual foi o amante do amor que, realmente, tudo viveu, sem que muito inventasse? Claro que temos grande paixão por quem amamos...
A vida abocanha a idolatria, muitas vezes, mas, escolhemos quem queremos. E a preferência, sempre, será ampla, pelas escolhas...
É bem assim... Um dia todinho para ternura, rimando com a vida. Fazemos versos, lembramos histórias passadas, que foram reais e não imaginárias... Pois, cada coisa, mesmo sendo inimagináveis, não é motivo para não as querer...
Perdemos ideias que imaginamos serem inovadoras, coisas instintivas, que nos levam a falar da libertação da afeição. Mas, por falta de tempo. Naquele instante, deixamos para depois e tudo se perde no tempo, por falta de coragem, de dar resolução às inspirações claras, sobre a dedicação...
Nossa inspiração só comporta a libertação do amor, saindo do nosso coração, para atingir o coração de quem amamos. Dessa forma, com todas as vozes dos corações, a gritar por afeto...
Não seria lógico, não poderia, nunca, termos fixação pela pessoa, que amamos e nos libertou do apego, que, preso, estava em nossos imos...
O mundo é nossa inspiração. Apego de traduzir a linguagem emocional do mundo, que percebemos, com nossos olhares e nossos dós...
Praticamos a arte de continuar a permanecer plenamente naquilo que mais amamos: Que é a libertação do amor, exercitado e escrito com letras douradas em nossa essência... E, sejam as estrelas a alumiar...
A libertação do afeto é o exercício, experimentado, como quando se prepara um bom prato, pitadas de tudo, sal, açúcar, pimenta...O Porquê não acreditar?...
Assim temperamos o afeto, com o que nos dá vontade e deixamos que saiam de nós, sem um sabor preconcebido. O cotidiano, um barulho sem nexo, um olhar qualquer, uma ementa...
O azul na imensidão do infinito...O mar, os rios, os lagos, a poça, que a chuva deixou no asfalto e o sol brilha, agora, batendo nela... A chuva, que deveria cair, mas, que nunca caiu...Apenas esperamos...
Tudo, na vida, tem o poder de ser idolatrado...E todo o amor tem a opção de ser entregue e ser libertado...Mas, o que fica guardado, fica imune aos desamores...
Como seriam tristes os caminhos, se não fossem a libertação da ternura, ao soltar-se de nossos corações, sem a presença distante das estrelas, a alumiá-los...
Marilina Baccarat de Almeida Leão _escritora brasileira, no livro é mais ou menos assim.