terça-feira, 18 de agosto de 2020

SER E VIVER

SER E VIVER

Uma das maiores artes, de ser e viver, é saber abrir mão das realidades, que não servem mais, como o rancor, a inveja, para receber com gratidão uma nova realidade, e, depois abrir o coração para se doar com amor...  
     
É estar aberto para receber e reconhecer as pequenas e grandes coisas, que chegam ao nosso caminho, com gratidão, mesmo que não estejam dentro das expectativas...
  Procurar dar atenção, carinho, uma palavra amiga, sem esperar nada em troca...
  O dia se inicia, quando acordamos, qualquer que seja o horário...Nunca é cedo, jamais é tarde; simplesmente é o tempo...
    O passo atual é o mais importante, pois não há o último passo...,o próprio elo da vida, que é o amor e a paz, é mais importante, vital e livre...
   Quando começamos a nos doar em amor e dar atenção, para os outros, começa a paz de ser e viver. Ouvimos, com o coração, alguém, que esteja precisando de algo, sentimo-nos útil... 
   No final do dia, quando a noite chega, antes de colocarmos nossas cabeças em nossos travesseiros, experimentamos a paz, sobre tudo, como os  momentos e oportunidades em que permitimos ofertar o nosso tempo, com carinho... 
  Depois, poderemos dormir com alegria e paz no coração, pois praticamos a arte de se doar e, de fato, somos privilegiados...  
  Afinal, as pessoas especiais não têm medo de ser vulneráveis, não temem dividir conhecimentos, compartilhar sonhos, ideias e alacridades..., sabem que não são únicas, mas que fazem parte de um todo..., elas têm prazer em estender as mãos...
  A qualquer hora, dia ou lugar, podemos agir com o coração, e, tendo a certeza de que o amor e a paz, são o que faz a vida ser maravilhosa...

Texto de Marilina Baccarat de Almeida Leão, que foi publicado na antologia da Academia de Letras do Brasil.

                                                                                                                                                                                                                                                                               


.

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Na partitura da vida

Na partitura da vida 

                                                             Nas curvas que o tempo faz,                                         
                                                             Na música do momento,                                             
                                                             A partitura se desfaz, 
                                                             Restaurando com o vento. 
                                                                Marilina Baccarat 
                                                                                         


Lanço minha partitura na curva da vida e, às vezes, quando a apanho, para executá-la, descubro que ela está completamente em branco...
 Não há como não me entristecer, tenho vontade de desistir... 
Com o coração marejado, eu fico a marejar o tempo, arrumo o que for possível, na partitura da vida, ajeito, da melhor forma que move os meus sentimentos e deixo, para o amanhã, a harmonia dela... 
Perdi-me, exatamente, no momento em que tentei restaurar essa folha em branco. Eu já conhecia o seu sorrir para mim, mas, havia-me esquecido como era... 
Comecei a restaurá-la, com suas notas estéreis, que, com a pauta feita de linhas tranquilas, fizeram calar a minha alma...
E foi, então, que comecei a ouvir o canto, que vinha das encurvadas e tive certeza de que as notas haviam ficado presas em seus obstáculos... 
Um canto cheio de candura, que me presenteava, quando vinha de encontro a mim... 
Trecho de um texto de Marilina, no livro "Vértices do Tempo" página 47