quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Ontem e Hoje


Ontem e hoje.


Dentro de nós há muitos sentimentos que tentam se entender
emtre si. Há o fascínio pela vida, pelos filhos, pelas amigas.
Por termos a esperança, como um dos sentimentos,temos
fé em dias melhores...Isso não é conformismo, pelo contrário,
é um gesto de fé, nessa vida arredia, que insiste sempre em
nos surpreender.
Mora em nós o sentimento de querer amar, no sentido
dessa busca de harmonia com tudo e com todos que tanto
amamos.
Há um sentimento que quer correr atrás do tempo perdido,
descoberto só agora, coisas maravilhosas que podemos
fazer. Mas de alguma forma voltamos com forças, muitas vezes
pequenas, mas se lutarmos, conseguiremos torná-las grandes.
Há muitos sentimentos, em nosso ser,mas muitos morreram
ao longo do nosso caminho,morreu o sonho de voar,
aquele que fazia questão de dormir mais cedo para voar e sonhar!
Morreu a saudade, pois a fé faz com que saibamos conviver
com ela.
Só não morreu o sentimento do amor, que é um sentimento
nobre, que nasce e se cria para convergir no mesmo
caminho, rumo ao mesmo destino. Conhecendo muito
bem o amor, nada nos surpreende no mundo. Temos que
ter passos mais lentos, mais prudentes, mais seguros, porque
quando, em nossa inocência da juventude, nos atiramos para
a vida, os cacos são mais difíceis de se juntarem. O amor quer
soluções simples, mas muitos não se movem para buscar essas
soluções.
Temos que acreditar,porque muitas vezes nasce a desesperança,
mas lá no fundo, somos fortes como um chão batido
e pisado, que ficou assim justamente por estar batido e pisado.
Queremos, muitas vezes, deitar em uma sombra e ouvir
o silencio, ouvir o leve assovio do vento nas folhas, a canção
das folhas agitadas entre si. Acompanhar a dança e o destino
dos grãos de poeira correndo junto com o vento.Esse sentimento
quer brincar com o tempo, ao mesmo tempo em que
acompanha o grão de poeira.
Gostaríamos de juntar todos os sentimentos, mas eles
já conversam entre si, fazem concessões, radicalizam às vezes,
mas no final, sentimos que o diálogo está estabelecido.Há os
sentimentos mesquinhos mas também há os compassivos.
O que nos entristece são os sentimentos, que já morreram
e deixaram um espaço vazio entre os sentimentos de hoje.

Marilina Leão no livro "Colorindo a Vida" página 42

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

O fermento da Vida

O fermento da vida.

Estamos no Outono, estação em que os lírios, que estavam
adormecidos, surgem. Dizem que o lírio é a flor perfeita
dos idílios. Então se o lírio é a flor perfeita dos romances, o
amor tem que ser sagrado. Ele tem que ser perfeito para sempre,
até a eternidade...
Os pessegueiros também têm a sua florada nessa época
de outono. Quando é chegada essa época, não há seca ou
chuva que os faça desistir de florescer. Em outras estações,
eles ficam sem folhas, simplesmente adormecem para esperar
o Outono chegar...
Bom seria se tivéssemos essa serenidade na alma, a calma
que os lírios e os pessegueiros têm para esperar a estação certa.
Serenidade para aceitar o tempo e o medo de cada passagem.
O outono é o renovar da esperança em cada novo dia,
é a alegria que surge assim como surgem os lírios e os pessegueiros...
A festa dessas flores, que vem com o Outono, é o
que liga a serenidade e a alegria, como o fermento da vida. Se
agirmos com a serenidade, que há nos pessegueiros e o amor
que há nos lírios, teremos o verdadeiro tesouro, que é o contentamento,é a alegria...
Nosso contentamento deve ser tal qual o dessas plantas,
que têm a serenidade de ficarem adormecidas por longo período,
para florirem no outono...
Há tanto para comemorar: um dia para vencermos e
uma noite para amar. Há vida para se viver. É um novo tempo,
tempo de recomeçar, de levar adiante os velhos projetos, de
perceber que a alegria está aí, disponível para ser usada. Não
deixem que roubem a sua alegria! O certo é distribuir sorrisos,
gentilezas e ter serenidade, como os pessegueiros e os lírios
têm. Esse é o verdadeiro fermento da vida, que, se usado, vai
colorir a nossa vida, assim como os lírios e os pessegueiros
colorem o outono que está chegando...

Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Colorindo a Vida"

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Somos rio, somos mar


Somos rios e mares

É fácil, nos dias de primavera ou verão, deportar esse espectro das marés violentas, para as extremas fronteiras das nossas compaixões, pois somos como o rio, ele, também, tem suas lástimas...Suas águas são luminosas. Mas, quando o sol se afasta, ao findar do dia e o crepúsculo chega, com suas noites geladas, suas mágoas são profundas... Ele sente sua fragilidade, ao ver os barcos ancorados e tudo se torna nostálgico para aquele rio..
Assim, somos nós, sentimos a nossa debilidade,quando a gélida noite chega e nossos dós começam a mostrar-nos a triste cena da escuridão, em nossas vidas... Tudo, então, se torna mais difícil, somos tão frágeis quanto ao rio. Qualquer barulho, nessa obscuridade,transforma-  -nos em pedaços. Nossos corações se modificam em fragmentos de tristeza, pois a noite é melancólica...Somos como o rio, ele com suas águas estacadas e, nós, com nossos sangues parados em nossas veias, esperando a luz do raiar do sol...Assim como o rio, esperamos a luz tornar-se,então, nossa companheira, nossa amiga, nosso contraveneno...O rio e nós ficaremos com luminosidade até as tardes tornarem-se timidamente mais claras. Até que os pássaros comecem a cantar, despedindo-se do dia, que se finda...Livramo-nos, pouco a pouco, dos aniquilamentos, que se formaram em nossos corações, com a escuridão, sem a claridade das estrelas... Assim, o rio, também, se libera dos alagamentos e, na penumbra, espera o dia raiar...
Somos como o rio, com nossos olhares surpresos, mordazes, pareciam, certamente, que saíram diretamente do coração... Conforme a noite passava, procurávamos entender o que teria acontecido com o rio, pois tudo estava silencioso, somente o barulho dos barcos, batendo uns nos outros, quando passava uma rajada de vento...
Mas, ao amanhecer, suas águas começaram a se agitar, vindo com força da cachoeira. Então, os barcos, que, lá, estavam ancorados, começaram a navegar e tudo se fez novo, o dia e o rio...
Somos, também, assim... Quando o sol desponta no horizonte, iniciamos os nossos banzés, com nossas alegrias e sorrimos muito... O rio é belo e forte, com traços marcados e regulares, enquanto nós podemos dizer que somos atraentes, tal qual o rio e suas beiradas floridas...
Mas, somos, também, como o mar, que, em sua imensidão, recebe o rio com pompas e circunstâncias. Suas águas têm a cor da esmeralda, que representa a esperança... Ele tem a perspectiva de que o rio não falhe, que traga suas águas doces, para que se tornem salgadas... E o rio não pode falhar, quando desce pelo seu leito, com suas águas azuis e, ao se encontrar com o mar, a maravilhar nossos olhos, ao vermos a junção das duas águas. Uma parte azul, representando a calma, e a outra, cor da esperança, que é o que sempre desejamos...
Assim, somos nós, parte rio, outra mar, temos a calma, que nos acalenta, e a espera de sempre podermos alcançar o que desejamos... Quantas vezes, ficamos um bom tempo respirando fundo, ouvindo o reconfortante barulho da maré bater em suas pedras, como se estivesse tocando uma música, a nos acalentar, quando tanto precisamos de calma, para colocar nossos pensares em ordem...
Mas, quando suas ondas estão agitadas, nos remetem ao pavor, pois são gigantes e parecem querer engolir tudo, que encontra pela frente... Ele tem vontade própria... Sempre muda, uma hora está revolto, em outra, está tranquilo. Em certas horas, as marés resolvem mudar e, de fleumas, elas se tornam agitadas...
Assim como o mar, nós, também, mudamos com o tempo. Vamos deixando de escutar algumas pessoas, vamos selecionando as músicas, que queremos ouvir, onde queremos passear e nos divertir.... Mudamos nossa maneira de vestir-nos, o nosso modo de caminhar... Não nos importamos mais com as opiniões de quem não nos tem nada a acrescentar...
Transformamo-nos muito, adquirimos mais desenvoltura para tratar os assuntos, que a nós interessam. Escolhemos as trilhas, que devemos seguir, e com muito mais sabedoria... Por isso, somos como o rio e o mar... Conquistamos a nossa tão sonhada autossuficiência, assim como o mar e o rio usurpam as suas...
O rio tem a sua evolução, nasce calmo no alto da cordilheira e, ao descer, forma uma linda cachoeira, até desembocar em seu leito...
O mar, sendo imenso, evoluiu até aprender a conviver com suas maretas violentas, que, quando estão encapeladas, provocam o mar, para que ele fique agitado...
Assim somos nós, se somos açulados, ficamos revoltos. As ondas de tristezas não nos atendem para que se sosseguem e nos deixem sossegar, para que possamos viver acomodados, almejando a placidez...
Podemos comparar-nos com o rio e com o mar. Algumas vezes, somos um riacho de montanha, corremos afoitos, formando, dentro de nós, verdadeiras cachoeiras... No entanto, em alguns dias, somos mar, ora plácidos, preguiçosos... Em outros tempos, faremos muito barulho, quando as ondas de amarguras desejarem sufocar-nos...
Somos rio e, também, mar. Um rio, que poderá ser modesto demais, propagando a calma... E um mar, que poderá tornar-se rebelo, dando-nos a vontade de fugir para bem longe, a enfrentar as ondas de estorvos...
Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro  "Corre como um Rio" página 13

domingo, 7 de outubro de 2018

Preparar as Vitórias


                                                 Preparar asVitórias
                         
                                                                                          A vitória ela é mérito,
                                                                                                         
Na derrota é imperiosa
                                                                                          A serenidade no momento,
                                                                                                         Logo sentimos que é forçosa
                                                                                                  Marilina Baccarat


Preparar-se, para o processo de vitórias, é fundamental, assim, descobriremos o valor das pequenas conquistas, que, somadas, se tornam grandes...
Os triunfos são  adquiridos com o tempo e ele se transforma em serenidade, que é um estado de espirito, que se adquire...
Não é fácil ter placidez nos momentos em que sentimos a agressividade, a imcompreensão e a intolerância, vindo de encontro a nós...
É preciso aceitar que ninguém é capaz de controlar tudo. Em vez de questionar o porquê de as coisas não saírem do jeito, que desejaríamos, tentemos entender que elas acontecem nos momentos em que devem acontecer, quer queiramos ou não...
Para as conquistas chegarem, é como a história da formiguinha, trabalho, persistência e garra constante, sem deixar de nos lembrar da cigarra, que só desfruta dos prazeres que a vida oferece...Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar, mas, no equilíbrio constante  da vida...
Pense bem: -Se você, eu, ou qualquer outra pessoa estivessemos, sempre no controle de tudo, provavelmente, iríamos interferir demais nas situações e, naturalmente, iríamos querer acabar com tudo o que sucede de malfazejo...
Num primeiro instante, isso poderia, até, parecer maravilhoso, mas, que marasmo seria a vida...Viveríamos estagnados e os desafios passariam longe demais...
O processo de sucessos, tem que ser completo, com tudo o que temos direito: -Erros e acertos, pois eles nos tornam, mais eficazes, na busca da vitória pela tranquilidade...
Aceitar as coisas, que não são de nossa responsabilidade e cuja solução não está ao nosso alcance, é um sinal de amadurecimento e de  serenidade...
Experimentar a maturidade nos coduz à fleuma da nossa existência, fechando as velhas portas, que nos mostram novas trilhas, para que não nos levem  a inquietação constante...

 
No emudecer de nossas essências, as vitórias são mais do que necessárias, pois, somente com as palmas das derrotas, conseguiremos o triunfo...   


Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "Velhas Portas"