domingo, 29 de abril de 2018

O Prazer de Amar


        O PRAZER DE  AMAR


   É um prazer caminhar tendo a certeza de que o amor existe...
  Caminhar ao lado de quem amamos, que gosta, também, de andar ao nosso lado, falar de suas inquietudes, alegrias e rebeldias também...
  Prosear sobre o amor, sobre a vida...Caminhar por um espaço florido, com flores bem coloridas e algumas brancas e, nele, ir inserindo as nossas alegrias, que, a cada passo andado, começa a bordar recordações...
   Já caminhei por várias trilhas e cada uma com seu toque peculiar do amor, seu extremo e conclusão...
 Mas, caminhar pelo caminho do coração é diferente, ele tem o seu bordado próprio, cada arremate nos encanta, alguns bem coloridos e outros em branco e preto...
 As trilhas do coração lembram músicas e poesias, tudo é belo ao seu derredor, claro, que, em alguns trechos, vamos encontrar o desamor, mas isso é natural e temos que saber enfrentar com amor...
  Assim, entre flores e folhas, as histórias de amor vão passando de um até outro, atravessando mares, voando como plumas, tornando o nosso caminhar dourado... Como é gostoso poder caminhar, pelas veredas do coração, tendo, na alma, a paz e a alegria...
  O porquê entristecer o coração...Magoá-lo, por quê?... Pois podemos andar, por suas azinhagas, livres, soltos, podendo ter a oportunidade de observar os pássaros, que cantam, a água, que desce pelas pedras, a encontrar-se com o rio...
 Não devemos entristecer o nosso coração, confiar, nele, é o que devemos fazer, pois não há nada mais prazeroso que caminhar por ele e com ele...Assim, sentiremos o amor fluir em suas veias...
São muitos minutos de prazer, que ficam gravados na memória do coração e cada um deles guarda a lembrança de um prazer, que ele nos proporcionou....
Verdadeiros documentos, arquivados em sua memória, que nos remete ao prazer de amarmos...São os momentos, que passaram pelo tempo e não foram percebidos, mas se eternizaram em sorrisos...


Com as batidas do coração, vamos guardando o prazer de poder amar, que voa como uma pluma, dançando com o vento...




Marilina Baccarat no livro "Sempre Amor"
















terça-feira, 24 de abril de 2018

A vida é colorível

A vida é colorível.

Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que
sonham colorido. Sonhar colorido é muito mais interessante,
pois tudo fica mais bonito. Os sonhos estão aí para definir a
vida em cores. Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer
que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam em branco
e preto.
A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada.

O importante é que todos possam tornar a vida colorível, porque
o que sonham, seja em preto e branco ou colorido, não
importa. O que realmente é importante são os acertos, para
que a vida se torne colorida.

Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto
é, fazer com que a vida seja colorível. Assim seremos mais
felizes.

A vida é muito mais que a exatidão de uma forma em
preto e branco. Vai muito além da importância de torná-la
colorida. Ela é uma dádiva e, viver, plenamente, é um presente
irrecusável, assim como é colorir um desenho.

Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles,seria
mais que uma forma em preto e branco. Essas pessoas são
muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida.

Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em
tentar colori-la. Mas os otimistas e sonhadores diriam que a
vida é para se colorir, então ela é colorível.

Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar,
junto a estes caminhos, uma vida colorida. Não é porque o papel
é branco que deve permanecer branco. As folhas brancas
estão aí para serem coloridas. E assim é a vida, colorível. Com
os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se
torna branda, bem colorida. São esses sentimentos que fazem
com que a vida seja colorivel.

A vida ganha cor para que possamos apreciá-la, para
não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes,
pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos
fazer com que a vida seja muito mais que em preto e
branco.Devemos dar cor à vida, porque ela é colorível e ser colorí
vel  é poder ter a oportunidade de colorir a vida.

Marilina Baccarat no livro "COlorindo a Vida" pg 182











Livramo-nos, pouco a pouco, dos aniquilamentos, que se  formaram em nossos corações, com a escuridão, sem a claridade das estrelas... Assim, o rio, também, se libera dos alagamentos e, na penumbra, espera o dia raiar...

Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio" que será lançado na Bienal de São Paulo, no dia 9 de agosto de 2018 as 17h00. Na av. 1 com a rua N, no stand da Scortecci.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

A arte de ser feliz

A ARTE DE SER FELIZ
Marilina Baccarat de Almeida Leão


Não podemos permitir que o cinza do inverno nos deixe de mau humor, invadindo nosso ser, achando que o tempo está passando muito rápido e não temos tempo para resolver tudo, principalmente, colocar em prática a arte de ser feliz, buscando, sempre, o caminho certo...
Deixe que os ponteiros do relógio virem rápido, como estão virando, não se intimide com isso...
Pois, o tempo voa mesmo, mas, nós temos que voar juntos com o tempo, temos que ser alados e conseguir asas termos, para podermos voar com o tempo...
O tempo voa, os ponteiros do relógio viram rápidos, mas, para que aprendamos a arte de ser feliz, não depende do tempo. Só depende de nós mesmos...
Ao contrário, parece que essa adrenalina, dessa correria toda, nos faz enfrentarmos os desafios com mais garra, com mais coragem...
O corre-corre, muitas vezes, esmaga a beleza e nos tira a felicidade, que permeia o nosso cotidiano. É uma pena, pois, eles são responsáveis por uma boa porção da nossa felicidade...
O que, muitas vezes, é um probleminha, poderá tornar algo maior e mais difícil de se resolver, se não soubermos enfrentar os obstáculos com coragem e ousadia, pois, temos força para isso...
Esperar que a situação se resolva, por si só, não adianta. Os problemas continuarão ali...
Por isso, é melhor encará-los de frente e ignorar as dificuldades, aprendendo a arte de ser feliz...

Retalhos



Retalhos

Deparei-me, hoje, com uma foto da cidade luz, Paris, e, claro, me apaixonei, primeiro, porque é uma das minhas viagens de sonho, terra dos meus ancestrais... Segundo, porque, por ali, passaram, perdidos, muitas vezes, escritores, artistas e pintores, que faziam, da sua arte, uma profissão, além de ser encontros de verdadeiras festas.
Cresci, ouvindo falar sobre Paris. E, hoje, vendo, essa foto, fiquei louca, mais ainda, por Paris... Fiquei com mais vontade de conhecer a Cidade Luz, onde os moradores não respondem a quem fala inglês e, isso, particularmente, adorei... Onde os cafés continuam os mesmos dos anos 20, onde os mercados de pulgas são caríssimos, onde se tem a impressão de que os franceses sabem apreciar a vida e amar a sua cidade. Eles têm o charme do saber viver...
Imagino que, para quem conheça bem Paris, deve ser uma delícia reconhecer as ruas, os cafés, os lugares por onde já andou... Ruas e cafés por onde andaram os meus antepassados...
Mas a gente segue, assim, admirando uma foto, lembrando dos nossos ancestrais e pensando que a vida é feita de retalhos. Em cada retalho, uma história e, ao final, um arremate. A cada história contada, aumenta-se um ponto, a cada ponto o pesponto, cada figura um personagem, cada furo da agulha, no dedo, uma pausa, uma lágrima e, quiçá, um sorriso... E a história vai sendo confeccionada do retalho, que já ficou para trás, trazendo, consigo, também a história de como chegou ali...
São retalhos de vidas, de gerações, que juntaram os retalhos e formaram uma grande colcha de retalhos.Assim é a nossa vida, minha, sua, de todos nós... Uma grande colcha de retalhos, em cada retalho uma lembrança, da infância, da juventude, saudades de tudo que passou e um retalho, que é especial: – O retalho do futuro, cheio de felicidade, com arremates de esperança.

terça-feira, 17 de abril de 2018

A Nossa Razão

   
 A nossa razão                                                                                                                                                                                                             
         Cada um de nós é responsável por construir a própria felicidade. Nós  edificamo a nossa alegria, não podemos colocar, nas mãos de outros, a responsabilidade de concretizar os nossos devaneios...Constantemente, ouvimos pessoas dizendo que não conseguem concretizar seus sonhos, porque muitos não os deixam realizar...

  Está aí a forte tendência do ser humano, de ir além do permitido, do usável, do sensato, do coerente...Lógico que nem todos são assim, mas, que muita gente age dessa maneira, ah..., isso é verdade..

  Quando nos faltar algo, não podemos viver em função dessa falta. Temos que dar uma chance a nós mesmos de sermos felizes, assim, poderemos enxergar bem mais longe, com uma paisagem bem mais bonita, da nossa razão...

 Muitas vezes, nos oferecem uma mão amiga, mas, mais tarde cobram-nos uma  atitude diferente...Tudo tem o seu limite, somos nós os responsáveis pela nossa prosperidade, pois somente nós mesmos saberemos onde encontrá-la...

Devemos fazer, para o outro, exatamente, aquilo que desejamos que façam para nós...      Muitos chegam, para agregar coisas boas à nossa vida e não para suprir aquilo, que nos falta...Tudo de que carecemos, isso somos nós que precisamos conquistar...Temos que colocar o nosso olhar, na direção da prosperidade, assim, o que parecia vazio se completará...A nossa razão, para alcançar a fatuidade, está em nossa motivação para transformar limites em novos horizontes... 

 Se assim  não o fosse, ele se perderia, se evaporaria e iria se afogar em mágoas e frustrações, não em satisfações de pura alegria, como se manifesta... Poderá sim, levar um dia ou, talvez um ano, mas conseguiremos, com certeza...

 Não podemos ser como os pessimistas, que dizem que a chuva resultará em lama. Temos que agir como os otimistas, que acreditam que ela servirá para assentar a poeira...

                                                                                                                 Muitas vezes dizemos que a jovialidade é a razão da nossa   vida...Mas depois de um longo invernopercebemos que nada poderá         fazer-nos felizes ou nos completar se nós mesmos não nos dermos a   chance  de sermos felizpor nós mesmoscom razãoou sem razão...                                         
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "E a Vida Tinha Razão"
                           

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Pura ilusão

Pura Ilusão


Somos um povo ocidental e, para nós, o tempo se torna, sempre, presente, com essa vontade, que temos de consumir, continuamente, mania de consumismo...
Achamos que ter é muito melhor do que ser... Para nós, dá-nos a ilusória sensação de poder. Dá-nos a impressão de termos segurança, mas é pura ilusão...
Dentro do nosso pensar, o ter substitui o ser, começamos, então, a pensar na velhice, nas rugas, nos cabelos brancos, na flacidez da pele...
As dores começam a aparecer, já não temos a mesma disposição, que tínhamos, quando jovens, ainda, éramos...
Aceitar a nova estação, que está chegando, o inverno da vida não é, realmente, fácil para nós que somos um povo Ocidental...
Daí, corremos para consumir produtos, que prometem retardar todos esses efeitos e são
produtos caros, mas, na realidade, a maioria não funciona...
Deixamos nossa verdadeira essência de lado, para buscar o ilusório, aquilo que fantasia a realidade...
E, assim, vamos sorvendo, em pequenos goles, a sabedoria, que adquirimos com o tempo, que, a nós, foi dado... Ele jamais será o mesmo...

Para vocês, um pedacinho de um texto que se encontra no livro "A Beleza da Felicidade"

domingo, 15 de abril de 2018

O Mundo Feito Com Amor

O mundo feito com amor.

Reclamamos sempre que o mundo não é como gostaríamos que fosse. Mas como queremos que o mundo seja? Se nos deixarmos dominar pelos sentimentos ruins, o mundo vai ficar cada dia mais triste e hostil. A convivência se tornará insustentável; os maiores propósitos da vida, a solidariedade e, acima de tudo, o amor pelo próximo, irão por água abaixo.
Se quisermos mudar o mundo para melhor, temos que seguir os propósitos da vida. Temos que dar valor às amizades de um modo geral.
As pessoas são presentes que recebemos durante a nossa caminhada nesta vida. Algumas chegam com embalagens sofisticadas, outras em embalagens simples. Existem ainda aquelas que chegam com as embalagens machucadas, às quais, muitas vezes, não damos o devido valor, quando, dentro delas, mesmo violadas, existe ali alguém com muito valor! Outras chegam registradas, pois são presentes valiosos, não podemos perdê-las pelo caminho.
Porém, a embalagem é superficial, o conteúdo é que tem valor! É com esse presente que aprendemos, crescemos, compartilhamos as horas alegres e as tristes também.
Todas somos presentes umas para as outras. É no afrouxar dos nós das embalagens, que nos desembrulhamos pouco a pouco e vamos revelando o imenso presente, nós mesmas, as amizades puras e verdadeiras.
Sempre reclamamos que o mundo não é como gostaríamos que fosse. Mas temos que querer um mundo em que a agressividade não domine a tolerância. Que a grosseria não impere sobre o respeito. Que a união seja mais forte que a discórdia. Que a educação fale mais alto que a brutalidade.
Não podemos permitir pessoas passando por cima de pessoas, lágrimas desfazendo sorrisos, desavenças destruindo esperanças. Cabe, a todas nós, fazermos, das nossas vidas, algo melhor a cada dia.
E, então, o mundo, que é de todas, será dominado pelo amor
                  Marilina Leão

sexta-feira, 13 de abril de 2018

DIGAMOS SIM AO AMOR

O amor é a respiração para nossos corações... Precisamos da paixão, que é o movimento, que nos traz o amor, por alguém, por um projeto, por um sonho que gostaríamos de realizar... Melhor, ainda, quando a paixão é pela própria vida, pois, se não houvesse a paixão, não haveria o amor, que brota da paixão... A paixão é que faz brotar o amor em nossa essência, pois, não adiantaria a calmaria do saber amar, se não houvesse a paixão...Ela é o refrigério para nossos corações. Sem a paixão, o amor não poderia entrar e fazer morada ali... Quem conhece o verdadeiro amor, é uma pessoa corajosa, pois, se ela tem a paixão, estará livre da platitude do comodismo, pois, com certeza, vivencia o verdadeiro amor e, sempre, diz sim à vida, quando há o amor... O amor é a maior das virtudes. É preciso muita audácia, para viver um amor, principalmente, quando a paixão já fez morada no coração e fez com que o amor explodisse ali, transformando a nossa vida, no mais lindo caminhar... O amor é como alçar voos, dentro de gaiolas luxuosas, e tentar se convencer de que o brilho das coisas tangíveis é muito mais bonito, que o das estrelas, que estão no céu, a brilhar...Somos feitos de muitos sentimentos e o mais importante deles é o amor, que é o transbordar da paixão, que habita em nós...    Somos constantes, graças ao amor, pois a vida é perfeita, quando há o amor dentro dela...              O amor é uma canção interna, que é cantada pela paixão...É esse anseio, que nos faz buscar o amor, dentro das trilhas da vida, aceitando o desafio de amar, sempre, por toda a vida...
Cada vez, que dizemos sim ao amor, fazemos a vida girar...  


                                    Marilina

quarta-feira, 11 de abril de 2018

A Vida Está no Ar


A vida está no ar...  por Marilina Leão                                          
      Enlouquecidas com nossas tarefas e a falta de tempo livre, esquecemos-nos de cuidar da nossa essência e nos preocupamos apenas com as obrigações.
   Corremos para pegar o ônibus e não contemplamos a paisagem do caminho, mergulhamos no trabalho e esquecemos de reservar um tempo para brincar com os filhos ou namorar o marido.
   Tem muita coisa boa para você aproveitar.
   Há sensações que vem de dentro e que precisam ser colocadas para fora.
   Assim, os dias passam e o nosso prazo de validade diminui velozmente.
   Nós deveríamos celebrar a vida diariamente.Portanto, que tal viver com mais calma e cultivar o respeito pelo tempo?
   Temos que compreender que não é possível ter e fazer tudo agora, nesse dia nesse momento!
   Muitas vezes ao tomarmos uma xícara de café sentimos um gosto amargo, mas depois que tomamos o café amargo, verificamos que o açúcar estava no fundo da xícara. Bastava mexer para que o café ficasse adoçado.
   Assim devemos fazer com as nossas vidas, quando sentirmos um “gosto amargo” é preciso refletir, revirar muitas coisas boas que há dentro de nós e deixar de fazer careta porque a vida está amarga!
   Quando achamos que a vida está amarga, não enxergamos o sorriso de uma criança, não ouvimos o cantar dos pássaros, nem sentimos o perfume das flores!
   Esqueça aquele ditado: ”de amarga basta à vida”. Ter tempo e olhos para curtir e ver o que de fato tem valor, isso sim, é viver bem!
   Faça o seu ditado: “a vida é doce” e se torna ainda mais deliciosa à medida que enfrentamos e sorrimos.
   Como já disse que “há sensações que vem de dentro”,também há sensações que vem de fora e que precisam ser  interiorizadas.
   Se o caminho que você planejou é muito longo, não se desespere com a distância que ainda falta para chegar,concentre-se no primeiro passo e caminhe firme.
   Você pode hoje mesmo começar algo novo que vai levá-la muito longe.Inicie algo novo, nem que seja uma mudança.Não resista as mudanças, nem tenha desculpas novas para dar pelo que você deixou de fazer.
   Tenha atitudes simples, mas honestas.
   O início de qualquer coisa nova para sua evolução, começa aí, dentro de você!
   Silenciosamente, enquanto você organiza seus pensamentos para mais um dia, está no ar uma nova manhã,um novo dia para você cuidar da sua essência.Tem muita coisa boa para você aproveitar.
   Esteja aberta e pronta para novas conquistas,viva cada dia da melhor maneira possível!
Marilina Baccarat no livro "Atravessando Pontes"

segunda-feira, 9 de abril de 2018

O inverno da vida

O inverno da vida é quando a velhice se aproxima, ele é nada mais do que o sequestro da primavera da existência, que é quando a juventude chega e a beleza da vida se vê em nós, com toda a sua pureza, dando-nos toda a liberdade, sem pensarmos no inverno, que, um dia, chegará, querendo ou não...

sábado, 7 de abril de 2018

A mulher nordestina

A mulher nordestina
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão

Luiz Gonzaga, nas suas músicas, cantou o Nordeste de todas as formas.
Fala da mulher nordestina, de sua força para o trabalho e sua luta... Mostra a
mulher nordestina brava e forte. Ele nos faz pensar na mulher nordestina, que
cuidava das crianças, no agreste e no sertão, mas, ao mesmo tempo, ele
acompanha o desenvolvimento dessa mulher guerreira...
Na adversidade de um momento, da terra árida, em seu vermelho, surge
uma sombra de um ser irresoluto, miragem no deserto por entre mandacarus e
palmas, união do feminino em luta contra os infortúnios, pele rachada como o
chão e olhos secos sem lágrimas, como o açude sem água no sertão... Na cabeça,
ela traz uma lata com água cor de barro e gosto de lama salgada, sem
respingar na terra ávida por ela, com ou sem gosto de nada, como a chuva,
que nem chega a cair, evapora no ar, na quentura da terra. Assim se arrasta a
mulher e o sertão, na espera da água do céu, para fazer florescer papoulas e
enfeitar os cabelos da morena em dia de ladainha, na casa de pau a pique...
.
Animada para a festa e valente para a peleja. Assim é a mulher nordestina
de Gonzaga...
Dizem que Gonzaga era machista, pois, uma das músicas dele, fala sobre
a Paraíba e ele canta: – mulher macho, sim senhor... Mas penso que não,
pois há músicas, dele, que falam da mulher de cintura fina, da mulher rendeira,
pois a renda de bilro é o que toda nordestina sabe fazer e muito bem... Apreciar
o toque da sanfona, então, é o que a mulher nordestina adora. Ela é festeira
por natureza. Ele traz, em suas músicas, a mulher parteira do nordeste, que
sempre trabalhou para ajudar a vir, ao mundo, os bebês, sem receber nadinha
em troca... A música nos mostra esse respeito pela mulher parteira, o respeito
por sua ancestralidade...
A mulher nordestina cria seus filhos e ainda ajuda a criar filhos, que não
têm mãe... A garra da mulher nordestina é admirável... Ah, se todas nós tivéssemos
um pouco dessa mulher guerreira, batalhadora. Saberíamos andar pelas
alamedas do coração, tal qual elas andavam e andam no agreste e no sertão.
A nordestina tem, com ela, essa coisa da alegria, da festa, gosta de se divertir
e sabe aproveitar o presente, não pensando no futuro incerto, que virá...

Escrever

ESCREVER...
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
Escrevo o que sinto, o que quero. O silêncio insiste em ficar, pois, já é noite e eu, simplesmente,
deixo vir o silêncio, preciso dele.
Ao deixar que a alma fale, nem sempre evitamos a lama, os respingos, as armadilhas. As asas
presas, na falta de esperança, impede que possamos alçar voos altos, a nos expor em lugares trôpegos.
Minha alma insone insiste em escrever. O escritor não pode pensar que o que escreve será
visto como bom ou ruim. Não pode pensar que será endeusado, emoldurado. Escritores escrevem
para si mesmos, escrevem para entender a vida, que não vivem, escrevem para entender a eles próprios, pobres coitados, aturdidos, solitários à procura de si mesmos.
Fecho os olhos e deixo que o silêncio invada a minha alma, que as minhas asas se soltem e que
a esperança me faça alçar voos altos, indo, com a imaginação, a lugares trôpegos, que mesmo me
arrastando, vou à busca de personagens.
Meus dedos deslizam pelas páginas em branco, em meio à escuridão e ao silêncio da madrugada.
Minha alma insiste em escrever.
Escrevo para mim e para que outros leiam e entendam, pois o escritor deseja que seus escritos
sejam assimilados pelos leitores.
Sinto a vida pulsando nas artérias da minha mente, como se fosse uma transfusão de calma, em
meio à alegria de colocar no papel o que a alma fala. Ela fala de calma, transmite serenidade, fonte
de calor inesgotável.
A alma do escritor é assim:- uma arte de transformar o belo em palavras, sentimentos em letras,
unindo tudo em torno de uma imagem, que o poeta e escritor imaginam e transferem para o papel.
Alguns dizem que é loucura, mas o mundo precisa dos loucos, dos que veem poesia no que não há.
O mundo precisa deles, para trazer a beleza das coisas simples, travessadas de filós e rendas, tornando coisas banais em nuvens de organdi.
O olhar do escritor nos faz olhar para dentro, nos faz ver o que não víamos, transmuda, transcende,
transforma. Sem poesia, o que seria da vida? Sem o apurar das palavras, o que seria da língua?
Um poeta não precisa fazer mais nada, só poetar. Essa é sua missão. Mudar o mundo através da
beleza, que só ele vê e é capaz de mostrar a todos os mortais...

sso é o que a poesia nos ensina e muitos poucos aprendem.

A mulher e a Estrela

A MULHER E A ESTRELA
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
Por uma porta aberta, olhava a bela mulher de cabelos cor de fogo e mãos com dedos
compridos, os olhos perdidos, buscando, no céu de fim de tarde, quando a noite já
começava a cair, uma estrela. Aquela estrela, que sempre parecia aumentar o brilho, para
que ela, encantada, pudesse estabelecer um diálogo com a Estrela.
Ao encontrá-la, abriria um sorriso, daria uma boa noite à estrela e a conversa começaria,
como qualquer outra, contaria do sol ou da chuva, da família e das amigas, quando
cansasse, sentaria no batente da porta e respiraria fundo o cheiro do jasmim... Várias vezes,
descreveu, para sua amiga estrela, o que era o aroma, só que não adiantava muito,
pois a estrela não entendia...Descrevia a aspereza da terra e a maciez da grama, do gosto
salgado da lágrima, do doce da fruta, do amargo do jiló, do gelado do sorvete. E então
a confusão estava feita:- O que é sorvete?
Sorrindo, a mulher dizia:- Esquece e me fala do que você vê. A estrela então dizia:-
Daqui, durante o dia, posso ver pouco, pois o sol me bloqueia, vejo nuances de cinza,
pontos coloridos, indo e vindo, lentos ou rápidos demais, os ruídos são tantos que me
confundo, houve uma vez que quase caí, um vento muito forte passou por mim, senti um
cheiro estranho, minhas amigas, que estão aqui, há muito tempo, disseram que são aviões
de guerra, senti o cheiro da morte, você já sentiu esse cheiro?
A mulher respondeu que sim, mas, não queria falar sobre isso, era triste demais, não
a morte em si, mas, sim, como se morre na guerra...
Para aliviar a tristeza da voz, que sentiu da mulher, a estrela então começou a falar:-
agora mesmo vejo muito bem, você e seus cabelos vermelhos, o branco do que se chama
jasmim, e muitas luzes, que, daqui, parecem iguais a mim. A senhora então sorriu
com a gentileza dela e descreveu que, da terra, ela via a estrela com um enorme brilho,
que a distância fazia com que ela parecesse uma fada ou um anjo. A estrela ficou feliz e
disse que poderia vir à terra morar e ser vizinha da sua amiga, sentir os cheiros, a aspereza
da terra, o gelado do sorvete e o perfume do jasmim, sentir a vida...
Sábia, a mulher de cabelos vermelhos lhe explicou que, se ela viesse, maravilhoso
seria, contudo, como conseguiria voltar ao céu?
A estrela então respondeu que não poderia voltar, pois, na terra ficaria, mesmo que fosse jogada ao mar, onde nasce a lua. Ainda, assim, não retornaria e nem sequer estrela do mar se tornaria...
Então a doce senhora lhe pediu que no céu ficasse e iluminasse as noites escuras,junto com a lua e no dia em que, do céu, ela visse um rasgão de luz, correria e a abraçaria, juntando assim o céu e a terra em poesia única, onde a grama macia a faria repousar sobre os olhos de suas companheiras do céu...E então, eternas, na terra, seria a mulher e a estrela...

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Reescrever sua história

Mesmo que as lágrimas atrapalhem a visão, que as pessoas digam não, que o tempo e o vento sopre para outra direção...Ainda assim, você pode reescrever sua história.
Marilina Baccarat de Almeida Leão - escritora brasileira

domingo, 1 de abril de 2018

Tempo do Amor

 TEMPO DO AMOR

           Constantemente, me perguntam: -Há quanto tempo existe o amor? -Ele vive naquele lugar interdito, onde não podemos alcançá-lo, só senti-lo.  Por quê? Não sabemos, pois o amor tem o seu tempo certo de chegar...
          O amor tem o tempo em que o mundo foi criado, não importa quanto tempo ele tenha. O que importa é poder senti-lo bem junto a nós...
       O amor tem o tempo em que os sonhos começam a nos acariciar, com seu vento doce, que bate em nossa face e nos leva até às alturas alcandoradas...
        O  tempo  do  amor  é  quando  começamos a olhar as coisas com mais beleza, na calma da natureza, com interesse de caminharmos crescendo, sempre, no aprendizado de sabermos amar, com o tempo que, a nós, é dado... Tempo de aprendermos  acarinhar e sermos acariciada, com todo o tempo do mundo...
        Quanto tempo tem o amor? Não é preciso marcar o tempo com os ponteiros do relógio, que giram sem parar, pois, o amor tem o seu tempo de surgir...Ele não respeita o relógio...
       As concretizações, que o tempo do amor nos oferta, muitas vezes são nossos lauréis, em outras vezes, são lágrimas, que derramamos pelo caminho, ao ver nosso amor extinguido...Mas, o tempo do amor supera tudo isso, seja tempo de vitória ou de derrota...
          Que importa há  quanto tempo existe o amor, se tudo é amor em nossa vida. Podemos viver livres, sem medos, porque carregamos a força de nossos desejos e a experiência de que aprendemos a amar, no tempo do amor...
      Um  dia,  quem  sabe,  poderemos  nos dar conta  de  que  andamos  inventando  muitas histórias para nós mesmas. Isso, para justificar nossas escolhas, nossas frustrações, no tempo do amor, que não tem tempo...
       No tempo do amor, construímos teorias, manipulamos lembranças do passado e até inventamos casos. Mas, com o tempo, vamos perceber que, no tempo do amor, não cabe mais desculpas, pois, na torre, na qual se encastela o amor, ela nos protege de tudo e vivemos novas experiências, pois, a porta do castelo, que é o tempo do amor, esteve sempre aberta para nós...

 Então, o porquê de nos preocuparmos com quanto tempo existe o amor, se ele vive em nós e nós nele...  
Marilina Baccarat no livro "Sempre Amor"
  

Do Nada...

DO  NADA

           Acabou o amor naquele momento, veio o assombro  e  a  alegria  acabou... Naquele instante, tudo acabou do nada e de tudo, só restou o nada...O dia ficou como  um breu, uma noite sem estrelas e sem luar, a quebrar o coração dorido...
          Então veio o choro, a discórdia e nossas mãos, que estavam sempre unidas, vieram a tremer. E da ambição do amor, surgiu o medo de não mais ter o amor, que sempre tivemos...
         Naquela hora, então, veio o silêncio a calar nossos corações... Vontade de poder viver, não do nada, mas de todo o amor... Veio o temor...
          Naquele instante, senti o silêncio, que vinha de dentro de você. E o pranto brotou nos seus olhos azuis, como o céu, fazendo com que os meus lacrimejassem, sem cesar, também...
        Os meus olhos se afastaram dos seus. Meu corpo, do nada, também se apartou do seu...
        Dos braços, que de tudo  me abraçaram, por longo tempo, agora, do nada surgiu o adeus...
        Do nada, para mim, o mundo acabou e somente senti o barulho do mar, com suas ondas gigantescas, a parecer querer me sufocar...
           E do nada, senti o grande sofrimento do vazio do amor, que, para mim, parecia ser eterno e, agora, do nada, apenas  sinto o adeus, que deveria ser do nada, mas é do tudo...
           Das intermináveis horas pressentidas, do nada, lembrei-me das promessas calorosas, ditas ao meu ouvido, com ternura...
        Do nada senti-me órfã, pois, sem amor, do nada, não somos nada e nem  tudo  podemos alcançar, sem o amor. Pois, ele poderá vir do nada, mas, nos transportará com tudo, para o amanhã...
        Nada restou dos infindos momentos em que vivemos esse grande amor, que surgiu do nada e tudo se transformou... Agora, trago a chama em meu peito, das promessas, que vieram do tudo e agora são nada...
        Como viver sem esse amor, se nada, dele, restou em minha essência...O porquê não sei. Pois, somente sei que seu perfume ficou impregnado na minha pele...  Um amor, que surgiu do nada e tudo transformou, dando-me  alento,  mudando  o rumo...

Do tudo, esse amor chegou pelos caminhos, que percorri...Mas, depressa, do nada se foi...
        Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Sempre Amor"  

Como o Rio

Nossas mentes são imaginárias. Elas são feitas de verdadeiras quedas de água, de onde só transitam nossos anseios, tanto de alegrias, como de tristezas... Corre, como um rio, que desce pelas cordilheiras, lavando as pedras. Assim, elas estão com seus umbrais sempre enfeitados, com rosas, que, agarradas às paredes, dão a volta na porta, enfeitando-a... Tal qual o rio, a nossa imaginativa voa longe, como se tivéssemos um barco a navegar em nossas águas serenas... Ali, como um rio calmo, vai correndo a paz, diante dos raios de sol, que refletem em nós... Dentro, da nossa inventiva, há toda a beleza do mundo... Ali, o nosso barco navega em águas tranquilas.. Os ventos ateiam uma suave brisa, acalentando as sombras de amarguras, que poderão aparecer, vez ou outra... Quando a vaga tormentosa, desse mundo nos aturdir, não nos importaremos, pois estaremos descendo rio abaixo, sempre a favor do vento... Em certas curvas, que o rio faz, parece-nos que estamos em um labirinto, onde os sentimentos se perdem, mas, logo adiante, se encontram, para abarcarem a nossa ventura, sempre decaindo rio abaixo, atrás das alegrias, que a vida nos oferece... 
Quando paramos o igarité, deparamo-nos com avenidas coloridas, onde, ali, moram as alacridades e os regozijos... Nessas alamedas, encontramo-nos com nós mesmos, em meio às flores, que brotaram de tubérculos, que estavam intumescidos, onde o céu é bem azul e nós passamos o tempo todo cantando as nossas prosperidades..., assim, como o rio, que canta, quando desce as serras, batendo em suas pedras... Dentro de nossa essência, ali, prendemos todas as nossas satisfações... Porque o rio é assim, corre desde o alto das montanhas, até o vale da ribeira, até desembocar no mar... É esse mar, que nos traz veloz a nossa serenidade... Ali, não há dor, somente amor... Esse rio sabe ser doce como mel... Ele é feito de esperas, é um botão, que floriu em plena primavera... Pequeno grande rio, que sabe espalhar encanto, por suas águas abrandas, distribuindo afagos, com os raios derramados pelo sol do amanhecer...
Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio"