segunda-feira, 29 de abril de 2019

O ESPAÇO NAS LEMBRANÇAS

O ESPAÇO NAS LEMBRANÇAS

Onde a gente guarda as lembranças, não sobra lugar para sentimentos ruins... As lembranças são grandes demais, espaçosas demais... ainda bem!... Do contrário, viveríamos, sempre, tristes. Mesmo que venhamos a ter lembranças melancólicas, elas podem ser lembradas com amor, pois, há espaço, para isso, dentro das nossas lembranças. Mesmo que a gente se vista com vestidos noturnos, que a gente apague a luz e durma, as lembranças estarão, sempre, no lugar de costume, procurando adivinhar o que queremos pensar. Não importa o que pensemos, mas, sim, o que está reservado nas lembranças, no lugar em que elas costumam ficar... Lá, a gente encontra harmonia, quando sabemos decifrar as lembranças, que estão guardadas, ali. O pensamento tem asas fortes, que voam longe, quando a gente começa a pensar, mas, tem os pés firmes como raízes, que mantém a gente no solo, enquanto o pensamento alcança as alturas alcandoradas, buscando os sentimentos, que, muitas vezes, ficam esquecidos nas lembranças. Quanto mais lembranças a gente tem, mais sentimentos bons e muita energia teremos, porque a força do pensamento é inesgotável, dentro de nossas lembranças.
Encontramos sentimentos, algumas vezes, em lembranças, que não parecem ter sentido algum, que aparecem do nada, mas, encontramos sentido, ali, quando, algumas vezes, são lembranças, que se parecem com coisas sentidas antes. Parecendo ser o sexto sentido, como se estivesse em um outro sentimento... Sentimento de lembranças tantas, lembranças muitas, sentindo tudo e, ao mesmo tempo, sentindo nada! Lembrança é aquele sentimento bom, que a gente tem, guardado em um lugar especial... Lembrança de alguém independente de sua presença... É aquele laço de sentimento, que se mantém guardado, no armário do nosso eu, onde ficam as lembranças. Lembranças têm muitos cálices de dores, mágoas guardadas, junto com elas, em um lugar infinito da memória. Lembranças têm uma sintonia com os sentidos do viver... As portas dos sentimentos são abertas, quando as lembranças saem de seu lugar e tomam conta da gente, tomam conta do nosso sentir, do nosso lembrar. Não importa o que sintamos, mas, sim, as lembranças, que temos de todos os sentires.
Tudo é harmonioso, quando compreendemos que as lembranças ficam em seu lugar, para guardar os nossos sentimentos, até que resolvamos abrir as portas para que  saiam e nos tomem a nós...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro"Viajando nas Lembranças"

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Entrevista com Marilina Baccarat

Dia mundial do Livro

Hoje, 23 de Abril, comemora-se, mundialmente, o Dia do Livro

   Para mim, não poderia haver data mais santificada e simbólica do que esta.
Dia santo. Feriado, no meu coração.
Dia em que reverencio os meus santos de devoção: São Fernando Pessoa, São Carlos Drummond de Andrade, São Érico Veríssimo, São Eça de Queirós, São Machado de Assis, São Monteiro Lobato, Mia Couto, Balzac, Melville, Rachel de Queirós, todos os autores, que li, ao longo da minha vida, tantos que já nem me lembro da maior parte deles.
Mas, os tenho cá dentro de mim, que me marcaram a alma, a ferro, a lágrimas, a sentimentos.
Já esqueci inúmeros enredos, inúmeras tramas das milhares, que li, mas, todas deixaram pequenos traços na minha escrita, na minha personalidade, na minha maneira de ver a vida e o mundo.
Neste dia, dia do meu maior objeto de adoração, de devoção, o LIVRO, tenho pena de não poder ler tantos quantos eu gostaria, de ter tempo, ainda, para ler todos os que não tive o prazer de ler, de cercar-me, por eles, por todos os lados. Mas, não resta muito tempo agora, já não há tempo, para lê-los todos.
Se há algo, que me daria imenso prazer, neste momento de minha vida, seria poder ter os livros, que desejo. E são tantos!
Mas, neste dia santo, dia em que também fui agraciada com uma pequena conquista, ter meus próprios livro publicados, só posso ser grata aos meus amigos, aos meus leitores, ao meu editor João Scortecci. A tudo o que li, ao longo desses anos, vividos intensamente.
Não tenho pretensões de colocar-me ao lado de meus santos de devoção, meus amados escritores, as pessoas, que me abriram o mundo e o desvelaram para mim. Não quero isso. Quero, apenas, poder sentar-me com um livro nas mãos e, por toda a eternidade, saber o que há nas entrelinhas. Entender o que foi escrito e sentido pelo escritor, no momento em que o criou. Porque cada livro é um mundo.
Este é meu último desejo. É entender que a santidade, a verdadeira beleza do mundo está contida nas páginas de um bom livro...
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)


domingo, 14 de abril de 2019


Marilina coloca em suas crônicas, sua alma de artista. De cada uma, brota sua sensibilidade, que aflora à medida que nos traz à lembrança, as emoções da meninice, permeia toda adolescência, por vezes dolorida, mas, principalmente, faz encarar a 3ª idade com muita fé, esperança e muito amor no coração. Para conferir e sentir as delícias de viver todos esses momentos, recorde essas emoções como se fossem as últimas. Colorindo a vida é um flashback, em formato de crônicas, que leva cada leitor a recordar sua experiência pessoal, que é única, podendo ser a sua, a minha, a nossa. Isso acontece através dos olhos sensíveis da autora.
Lourdes Gonçalves Balan - Professora de língua portuguesa e inglesa.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

por Marilina Baccarat de Almeida Leão





Gosto de dias chuvosos, a chuva tem uma música, que ora parece ser um adágio, ora parece ser uma sinfonia, tocada pela melhor orquestra do mundo... Mas, hoje, ela parecia estar tocando desgovernadamente, acho que o maestro saiu e a deixou sozinha... Raios explodiam a todo instante, os trovões até apavoravam...

A vida não é colorida, ela é colorível


Um poema que gosto muito da poetisa Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro  Colorindo a vida:Fernanda de Oliveira Brito, paulista, leonina, designer de moda por formação.  

Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que sonham colorido. Sonhar colorido é muito mais interessante, pois tudo fica mais bonito. Os sonhos estão aí para definir a vida em cores. Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam brancos e pretos.

A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada, o importante é que todos possam tornar a vida colorível, porque o que sonham, seja preto e branco ou colorido, não importa. O que realmente é importante são os acertos, para que a vida se torne colorida. Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto é, fazer com que a vida seja colorível. Assim seremos mais felizes.

A vida é muito mais que a exatidão de um preto e branco. Vai muito além da importância de torná-la colorida. Ela é uma dádiva e, viver plenamente, é um presente irrecusável, assim como é colorir um desenho. 

Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles, ela seria preta e branca. Essas pessoas são muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida. Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em tentar colori-la. Mas os otimistas e sonhadores diriam que a vida é para se colorir, então ela é colorível. 

Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar, junto a estes caminhos, uma vida colorida. Não é porque o papel é branco que deve permanecer branco. As folhas brancas estão aí para serem coloridas. E assim é a vida, colorível. Com os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se torna branda, bem colorida. São esses sentimentos que fazem com que a vida seja colorível. 

A vida ganha cor para que possamos apreciá-la, para não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes, pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos fazer com que a vida seja muito mais que em preto e branco. Devemos dar cor à vida, porque ela é colorivel e ser colorivel é poder ter a oportunidade de colorir a vida.


quarta-feira, 10 de abril de 2019

O Eu que Habita em nós

    O EU QUE HABITA EM NÓS

         
          Nosso tempo de vida, são experiências somadas à perfeição de nossas idades, conforme vai chegando...
         As vivências do dia a dia, vitórias após conquistas, tombos em seguida de tombos, levantando e curando as feridas... Nos alegramos, choramos, mas comemoramos... Foram experimentos a cada etapa da vida e que foram enriquecendo a nossa existência...
         Várias pessoas, já fomos...Cada idade uma delas, a receber da vida as dádivas. Tropeçamos pelo  caminho, nos reinventamos após os percalços; a recriar esperas, que nos serviram de ponte para  o futuro... Algumas vezes é preciso aprendermos silenciar, sair de cena e esperar que a sabedoria do tempo, termine o espetáculo...
         Se a vida nos causou muitas feridas, também nos ofereceu os remédios e beijou nossas cicatrizes...
         A vida, também  nos deu presentes, enfeitou-nos a existência e nos mostrou o caminho da felicidade...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro
"PELOS CAMINHOS DO VIVER"

domingo, 7 de abril de 2019

As Estações da vida





                     AS  ESTAÇÕES       

    A alegria é a nossa companheira, pois tem que ser, sem ela, jamais teríamos vivido a felicidade, durante toda a vida, desde a hora em que nascemos...       
          Passando pela infância, juventude e chegando, na fase adulta, ultrapassamos a porta da rua, sem medo de enfrentar a vida com seus percalços...
         Nascemos, na primavera da vida. Por essa estação, só pensávamos em brincar. Para nós, não havia o futuro, depositávamos esperança, no verão, que seria a juventude...Ah... como gostaríamos que o verão chegasse logo, para podermos curtir essa estação...
         Adentrando na juventude, ou seja, no verão da vida, depositávamos, ali, a espera de que a fase adulta logo chegasse; o outono da vida, em nós... 
         Pensávamos, como toda jovem pensa, que a fase do outono vai chegar e iríamos nos casar...
     
        Somente imaginávamos, adentrando a nave de uma igreja, com aquela marcha nupcial linda tocando... As pétalas de rosas sendo jogadas e os convidados a nos admirar...Esquecemos de pensar é que poderíamos tropeçar no véu de noiva e irmos ao chão...     
          Não gostaríamos que houvesse aquelas promessas todas, pois, se o amor é autêntico, adoraríamos, se só existisse a festa, tanto na igreja, como no buffet, sem aquele acordo todo, recheado de promessas, que, muitas vezes, não são cumpridas...        
        Os sacerdotes só esquecem de fazer-nos prometer que, depois que a vida terminar, continuaremos a amar por toda a eternidade...Deveriam incluir isso...
          Iríamos nos divertir muito mais... Os convidados não ficariam cansados à espera da cerimônia terminar... Riríamos muito e nos tornaríamos, dali, para a frente, casadas e realizadas, para sempre...       
          Seguiríamos pelos caminhos das estações da vida, retirando os espinhos das rosas e enfeitando nossos caminhos, apenas com suas pétalas perfumadas... 
          Não permitindo que os espinhos  ferissem os nossos pés, e, portanto, caminharíamos tranquilas... 
          E de tal modo, prosseguiríamos, até que a velhice chegasse, ou seja, o inverno da vida, mas, já maduras e sabendo o que queríamos da vida,   aproveitaríamos, muito mais, essa estação gostosa...    
         É  a  síntese  da mulher, que soube construir, ao longo dos anos, fases nas estações da existência...
         É a substância, que fica, em nossa essência,  depois que passamos por todas as estações da vivência...
        Amantes e esposas do homem a quem amamos durante toda a nossa vida e até a eternidade...

 Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "É Mais Ou Menos Assim" página 22



sexta-feira, 5 de abril de 2019

Os gestos da ventura


Os gestos da ventura têm uma inexprimível sabedoria. Ela chega a qualquer hora, seja pela manhã, ou madrugada e abre um espaço dentro da gente...

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Marilina Baccarat recebe o troféu em Portugal, de orgulho acadêmico

Marilina Baccarat, recebeu do Nùcleo de Letras de Portugal, o orgulho acadêmico, por sua contribuição à cultura Lusófona, durante o ano de 2018.

Posse na Academia de Letras do Brasil

Escritora brasileira Marilina Baccarat de Almeida Leão, é empossada como imortal e embaixadora cultural, na Academia de Letras do Brasil.