terça-feira, 16 de julho de 2019

Não sei se estou perto ou longe demais, se peguei o rumo certo ou errado. Sei apenas que sigo em frente, vivendo dias iguais de forma diferente. Já não caminho mais sozinha, levo comigo cada recordação, cada vivência, cada lição. E, mesmo que tudo não ande da forma que eu gostaria, saber que já não sou a mesma de ontem me faz perceber que valeu a pena...
Marilina Baccarat (escritora brasileira no livro "vÉRTICES DO TEMPO "

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Melhores do ano de 2019

Tenho muito carinho em informar que a Marilina Baccarat De Almeida Leão está nos melhores do ano da Literarte. Porque além dela ser uma escritora fenomenal que traduz as dores e alegrias humanas de forma muito singular em seus textos é uma pessoa que leva a escrita a sério. Com primor das obras, produções minuciosas e nem precisava ser uma lindona. Comparo a Lima Barreto, uma linguagem reta, sem rodeios, mas, cheia de metáforas e sentido, e ainda leva de quebra o sobrenome do Leão, não pelo rei da floresta, mas, pelo rei da amizade, retidão, simpatia e cordialidade, tão rara nos dias de hoje.
Parabéns MARILINA ! PARABéns Leão, uma vez disse que foi em SP buscar uma mulher tão bonita, mas, foi buscar uma grande escritora que terá seu nome na história.


domingo, 7 de julho de 2019

Lento é o Tempo




Lento é o tempo Vivemos banhados por nuances e pinturas, que se desenham ao longo de nossas vida... Sentimos, em alguns momentos, tristezas, em outros, alegrias... Amores, desamores e, assim, será até que a última página de nossa vida termine de ser pintada, escrita e lacrada... Sabe quando as horas não passam, os dias não correm... Bem, correm sim, passam sim, nós é que não vemos o tempo passar... Ficamos tão absortos, nessa busca do tempo, esperando que ele nos traga algo novo, durante as nossas caminhadas pela vida, que até achamos que o tempo não passa... O tempo se desenha, à nossa frente e, às vezes, gostamos tanto do desenho, que o tempo faz, que corremos para guardar aquele desenho, antes que o tempo resolva apagar e não nos deixe ver a linda tela, que ele desenhou da nossa vida... O tempo é sábio, ele não deixará ficar telas ou papéis em branco, pintará a vida, seja ela vivida em 185É mais ou menos assim 184Marilina Baccarat de Almeida Leão um mar revolto ou numa calmaria de um céu azul e, com um arco-íris, a enfeitá-lo... O tempo desenhará, com suas cores variadas, a vida, com as cores da primavera, do verão, do outono, ou seja, também, do inverno... Mas, nesse vai e vem de cores, o tempo vai, lentamente, pintando as nossas caminhadas, colocando flores em nossos caminhos... Muitas vezes, o céu poderá escurecer, mas o tempo, esse senhor, que nos acompanha, lentamente, saberá colorir o céu... A natureza manda chuva, manda sol e nós, aqui, esperando, impotentes, tendo que segurar nosso choro, nossa vontade, nosso afã... A vida passa e aqui ficamos a postergar, aguardando respostas, que não dependem de nós e que só o tempo trará... Bela é a vida, temos é que saber vivê-la, banhada por nuances e pinturas, que o tempo desenha, não deixando, jamais, que a pintura se transforme em um borrão... O sol forte, muitas vezes, poderá castigar a pintura... Então, o céu, que estava pintado de azul, ficará borrado de nuvens cinzas, que parecem pesadas de toneladas de chuvas, que poderá desabar e estragar o colorido, que o tempo pintou... O tempo é sábio, quando não há cor, os ponteiros do relógio parecem ir e vir em milésimos de segundos, que duram uma eternidade... Os pensamentos pesam toneladas e nos deixam cansados por não vermos as cores... Mas, chega o tempo trazendo, com ele, uma brisa, que não balança uma folha sequer e o céu, com suas nuvens pesadas, parecem querer desabar... O tempo, com seus passos lentos, com suas telas e os pinceis em punho, coloca o cavalete, abre as tintas, coloca a tela no cavalete e começa a colorir a nossa vida... Manda, para bem longe, o cinza, em que o céu se transformou e embala a nossa vida com nuances, que só ele, o tempo, sabe nos proporcionar... O mundo, lá fora, gira, roda, acontecem coisas, pequenas e grandiosas... Mas, quando a gente sente, pressente, que algo muito grande, muito forte está chegando, não sabemos se é porque queremos, muito, que ficamos achando que estamos tendo pressentimentos... Só queremos, muito, que o tempo passe, que as folhas do calendário virem e o tempo deixe de ser lento... Temos pressa, temos urgência, mas, sentimos que, realmente, o tempo está lento, nós é que não percebemos... Precisamos mergulhar os nossos olhos em sua beleza, que o tempo pintou, para esquecer, por alguns segundos, que só o tempo nos dirá o que não sabemos... Andamos, assim, querendo tudo para ontem, queremos mais, queremos muito...  Andamos, nesse mau humor, por quê? Nessa vontade de que o tempo ande rápido, mas também devagar... Vontade que respostas sejam dadas, medo de quais serão elas... Uma preguiça indizível, uma falta de vontade, pois, o tempo não passa para nós... E, ao mesmo tempo, uma sofreguidão, uma ânsia, uma vontade enorme de sentirmos o tempo passar... Gostaríamos, insuportavelmente queríamos, que, por uns dias, apenas, não sermos... Quem sabe, o tempo, que é lento, nos reservará, uma pintura em sua tela, guardada pelo acaso... Assim, teremos lindas pinturas, com pedaços de nós, que voltaram diferentes no tempo... Seremos banhados por nuances e pinturas, que, somente, o tempo saberá desenhar, enquanto estivermos caminhando, nas trilhas da vida... E, assim, será, até que a última página da nossa vida termine de ser desenhada, pintada e fechada pelo tempo... Podemos até estar tristes, mas o tempo, ainda que seja lento, colorirá de alegrias, as nossas vidas...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "É Mais Ou Menos Assim" página 183

            

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Nosso temperamento vital

Talvez, coisas que não servem para nada sejam as mais importantes... Até as sonhadas expressavam nosso temperamento vital, cheio de alento, incapaz de enxergar as sombras... Seriam elas, também, divididas, esfaceladas, quebradas em mil pedaços, até serem forçadas, algum dia, a recolher os fragmentos e a tentar recompor as sobras... Pois, pessoas só ficariam inteiras, quando aprendessem a vencer as sombras...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Corre Como um Rio" página 45

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Fases da Vida

Fases e faces da vida
Para acreditar que podemos enfrentar a dor, seria necessário termos forças para enfrentá-la... É uma fase da vida, em que, muitas vezes, nos falta a coragem para poder lutar. E, agindo assim, mostramos a face da vida, aquela, que só faz a tristeza aumentar... Claro que temos os nossos princípios, mas a vida é muito curta para ficarmos encastelados, em dogmas, escondidos em ideologias, em fases da nossa vida... Não podemos reprimir a dor, fingindo que está tudo bem. Cedo ou tarde, vamos perceber que esse sentimento está lá no fundo do nosso âmago, escondido, achando que, com isso, não será preciso enfrentar a dor... Assim, enganamos a nós mesmos, porque não se encontra a razão, sem viver uma dose de emoção... Temos lassidão das pessoas cheias de certezas inalteráveis, verdades inquestionáveis e convicções imexíveis... 
Houve uma fase da vida, em que as invejei, pois eram tão seguras e opinativas, que me assustavam... Hoje, elas me espantam, pois mostram as verdadeiras faces da vida... Em fases da vida, pelas quais passamos, não podemos deixar que a dor nos sufoque, nos afogue, nos solape, nessas fases da vida, em que sucedemos... Temos molúria das pessoas cheias de gêneros, atitudes midiáticas, mas, hoje, elas me cansam... Pois, quanto mais pertencemos a um tempo, mais espelho dele somos... São meros reflexos, e com o tempo desbotamos ou ficamos arcaicos... São faces da vida, a nos mostrar o certo... Se esperarmos superar a dor, achando que, ocupando o tempo com uma nova atividade diferente, vamos mandar a dor embora, seria uma doce ilusão. São fases da vida, que temos de enfrentar... A vida é muito curta para ficarmos encastelados em dogmas, escondidos em ideologias, congelados em estilos de vida, opiniões e padrões... É a eterna repetição, a impossibilidade de transformação e mudança, na face de nossas vidas... Em algum momento da vida, é preciso parar e enfrentarmos a dor, ainda que ela seja insuportável... Tentar fugir da dor não funciona mesmo... Somente, quando enfrentamos uma hora difícil, em que a dor tenta nos sufocar, é chegado o tempo, de podermos superá-la, mas, ainda assim, fiapos da dor, em fases da nossa vida, poderão surgir, trazendo saudades... Somos livres, bisbilhoteiros e aventureiros. Do contrário, não evoluiríamos; temos a tendência para o novo, somos inconstantes, pois há fases e faces da vida, em que não podemos ser sempre coerentes... Mas, a vida é assim, às vezes, é triste, noutras, ela é serena. Não podemos lamentar uma dor passada, pois criaríamos outra dor. São fases da vida... Aceitar as faces da vida, o que não podemos mudar, significa ter paz interior... Temos que perambular, por essas faces, mesmo que do outro lado, venhamos encontrar, vales e sombras à nossa volta... Claro que temos raízes profundas, afetos verdadeiros e caminhos nobres, que tendemos a respeitar e são grandes catalisadores das escolhas, que fazemos, nessa fase, que a vida nos mostra... Mas, acenderemos a nossa luz a clarear o nosso caminho, pois, do outro lado, jamais haverá escuridão... Nessa fase, que a vida nos mostra, só haverá alegrias, encontraremos jardins floridos e água cristalina, onde poderemos, com certeza, enfrentar a dor... Caminhando firmes, nessa fase da vida, sem nos lamentar... Claro que temos paciência, que nos dará referência, mas temos, também, inquietude e intuição, coragem e desejos. São as faces da vida, que estão em movimento... Não somos fracos... 
Assim, não criaremos outra dor no presente, na face que a vida nos mostra e não sofreremos... Encontraremos novas paisagens, novas flores, um rio de água cristalina e, então, saberemos enfrentar a dor, nessa fase da vida... Nas fases e faces da vida, somos as tais metamorfoses ambulantes, ensaiando eternos rascunhos, obras inacabadas. Assim sendo, somos criaturas de nós mesmos, em fazermos, composição em ebulição...Somos muitos, para sermos nós mesmos, em fases da vida, quemostram a sua face, pois há fases e faces da existência...
E esses muitos todos, esses outros nós, que coexistem, querem, anseiam, comovem-se e gostam das faces da  vida, descobertas, cada uma a seu tempo, ou mesmo respectivamente, ao seu modo... As fases de faces da vida não cobram coerência, que é o fantasma da mentes pequenas... As fases e faces da vida exigem idas e vindas, mergulhos, voos...Invasões...Nas fases da vida, cabe tudo...O assistir de um conserto clássico, à música popular. O passeio no shopping, a missa, o culto, a biblioteca, a pintura...Qualquer tipo de arte, algum divertimento ou devoção, desde que nos comova...Nas faces da vida, uma certa conversa, desde que haja troca...Algum tropeço, desde que nos estimule seguir adiante...Um certo canto, uma palavra ou uma história...
Pois tudo vale a pena, para nossas essências, que não são pequenas... Nas fases e faces da vida, queremos estar confortáveis, dentro de nós, com o amor da coerência e a ventura da imaginação... Quantas vezes, nos deparamos com pessoas, que nos perguntam se acreditamos em DEUS... E a pessoinha fica esperando a resposta, curiosa, como todo ser humano o é... Mas, qual não é a surpresa dela, quando a nossa resposta, sempre é determinante: – Depende... Há dias em que Ele acredita mais em mim do que eu Nele... Há dias em que Ele confia tanto, em mim, mas tanto, que me segura pelas mãos e me ajuda a galgar os degraus das fases da vida... São as faces da vida que Ele vê em mim, apoia-me, e me conduz pelas mãos... Há dias quânticos; mas, há dias cânticos, assim, são as fases e faces da vida, que, muitas vezes, tudo parece uma piada; então, nesses dias, Ele ri de nós, pelas fases, que passamos na vida, ou as faces da vida... Mas, há dias em que Ele nos coloca no colo.. E nos desesperamos, mesmo estando lúcidos e acomodados em seu colo, mas, nos sentimos sozinhos, parece que não vamos conseguir vencer a dor... São as fases da vida, caminhando junto a nós... E, em todas essas fases, continuamos inteiros, coerentes, completos e convictos, que venceremos todas as fases e faces da nossa vida... 
Então, não podemos reprimir a dor, fingindo estar tudo bem... Mais tarde, vamos perceber que ela estava lá, nas fases da vida, escondida nas faces da nossa existência... 
Então, achamos que não é preciso enfrentar a dor... Mas, acontece que há fases e faces da vida... 
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "É Mais Ou Menos Assim" página 53 
Marilina Baccarat de Almeida Leão
Escritora Brasileira