domingo, 1 de abril de 2018

Do Nada...

DO  NADA

           Acabou o amor naquele momento, veio o assombro  e  a  alegria  acabou... Naquele instante, tudo acabou do nada e de tudo, só restou o nada...O dia ficou como  um breu, uma noite sem estrelas e sem luar, a quebrar o coração dorido...
          Então veio o choro, a discórdia e nossas mãos, que estavam sempre unidas, vieram a tremer. E da ambição do amor, surgiu o medo de não mais ter o amor, que sempre tivemos...
         Naquela hora, então, veio o silêncio a calar nossos corações... Vontade de poder viver, não do nada, mas de todo o amor... Veio o temor...
          Naquele instante, senti o silêncio, que vinha de dentro de você. E o pranto brotou nos seus olhos azuis, como o céu, fazendo com que os meus lacrimejassem, sem cesar, também...
        Os meus olhos se afastaram dos seus. Meu corpo, do nada, também se apartou do seu...
        Dos braços, que de tudo  me abraçaram, por longo tempo, agora, do nada surgiu o adeus...
        Do nada, para mim, o mundo acabou e somente senti o barulho do mar, com suas ondas gigantescas, a parecer querer me sufocar...
           E do nada, senti o grande sofrimento do vazio do amor, que, para mim, parecia ser eterno e, agora, do nada, apenas  sinto o adeus, que deveria ser do nada, mas é do tudo...
           Das intermináveis horas pressentidas, do nada, lembrei-me das promessas calorosas, ditas ao meu ouvido, com ternura...
        Do nada senti-me órfã, pois, sem amor, do nada, não somos nada e nem  tudo  podemos alcançar, sem o amor. Pois, ele poderá vir do nada, mas, nos transportará com tudo, para o amanhã...
        Nada restou dos infindos momentos em que vivemos esse grande amor, que surgiu do nada e tudo se transformou... Agora, trago a chama em meu peito, das promessas, que vieram do tudo e agora são nada...
        Como viver sem esse amor, se nada, dele, restou em minha essência...O porquê não sei. Pois, somente sei que seu perfume ficou impregnado na minha pele...  Um amor, que surgiu do nada e tudo transformou, dando-me  alento,  mudando  o rumo...

Do tudo, esse amor chegou pelos caminhos, que percorri...Mas, depressa, do nada se foi...
        Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Sempre Amor"  

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