quarta-feira, 28 de março de 2018

Certezas, sempre

Em Busca De Certezas
O simples nem sempre é simples... Certezas?...
Certeza de nada, pois, o difícil, muitas vezes, é fácil, o feio, às vezes, é lindo!
O belo, muitas vezes, é horrível, medonho! Mas vamos em busca da certeza de que existe o verdadeiro amor...
Em gaiolas aprisionadas, não está o amor... Em florestas, quem sabe? Elas podem até ser prisões do amor, pois,verdades nascem para serem ditas, apesar de que nem sempre são benvindas.
Os ouvidos se acostumam às mentiras, que dizem que não há amor, pois, elas inflam o ego e são o que não desejamos ouvir...  Não queremos ouvir que o amor está logo ali, ao alcance de nossas mãos e precisamos alcançá-lo...
Podemos ter a certeza, tal qual o ar que espiramos,
que o amor existe, é só buscá-lo... Em gaiolas, ele não está aprisionado...
Certezas podemos ter, sabemos o que pensamos, claro que hoje pode ser diferente do amanhã, mas, o amor está hoje aqui, como podemos encontrá-lo, também, lá, mais à frente, quem sabe?
Assim como o céu, estando azul agora, poderá se transformar em tempestade no próximo segundo, assim o amor poderá aparecer e poderemos vivenciá-lo. Tudo é instável e incerto, mas o amor não!
Podemos ter a certeza de que, mesmo que as estrelas não apareçam à noite, o amor aparecerá, com um sorriso, que jamais poderá ser mau... E uma lágrima de ódio ou inveja não surgirão, pois o verdadeiro amor não pode sufocar um abraço e, muito menos, impedir que um olhar seja carícia...
Nem tudo é o que parece, mas, tudo o que não aparece,é certeza de que o amor está vivo! Ou isso não é uma certeza?

Marilina Baccarat de Almeida Leão.

domingo, 18 de março de 2018

Lançamento do Livro "Corre Como Um Rio" na Bienal, em São Paulo, no Anhembi em agosto

Não existe obstáculo, nesta vida, que o ser humano não seja capaz de superar    Muitas vezes, as pessoas costumam se esconder atrás de suas limitações e sentimentos, impedindo que os outros possam, realmente, entender o que se passa com elas...                A vida é como a água do rio, que desagua no   oceano, bela, imensa e profunda...

A água é humilde, flui sem temer as quedas, ninguém a consegue controlar... Assim é a vida. Partilha, com a água do rio, a ondulação, a irregularidade, os altos e baixos constantes, que nos elevam ao mais alto ponto e ao mais baixo em, apenas, alguns segundos. Tal qual o rio, a vida tem suas ondulações, lutas e calmarias...                                      
Por isso, as aparências nos enganam. Que bom seria se cada um tivesse a coragem de ser como as águas do rio, com a valentia de contornar os entraves e dizer o que, realmente, é e de dizer o que pensa, colocando tudo, para fora, o que, realmente, sente...
Deixariam de ser, apenas, aparência e mostrariam a sua essência.... Fluiriam como as águas calmas do rio, que não se preocupam com sua aparência, querem, apenas, sentir sua profundeza...

As águas do rio, em analogia à vida, têm inúmeros perigos, mas não nos afastamos dele. Gostamos de admirar sua beleza, sua fúria e calmaria, também. Pois as suas riquezas são o que nos atrai e nos fixa mais a ele...

Assim é a vida. Deve ser compartilhada tal qual a água do rio, que desce para o mar e sabe superar os estorvos e não vacila diante de passagens perigosas... O fluir das águas do rio, em paridade com a vida, têm inúmeros perigos..., jamais conseguiríamos não viver a vida, pois ela nos atrai pelos seus perigos e pelas suas opulências...                                                         
                                                                                Marilina Baccarat no livrp "Corre Como Um Rio"


sábado, 10 de março de 2018

As sombras

No pranto amargo, de seus olhares, as sombras não poderão permanecer, pois, as alegrias, que as faziam animar-se, trazem, com elas, o conforto, e o dia enxuga seus prantos, que, muitas vezes, tiveram nas sombras dessa noite escura... Quando a noite começa a esconder o entardecer, as pessoas descobrem que estão com saudade da luz,
e, então, os vales e as colinas se transformam na falta dessa luz, que são cada vez mais mirabolantes, mais ostentosas, que transformam, a moderada atmosfera, no alegre cenário de uma verdadeira festa... Mais que uma festa, parece uma forma de resistência...  Resiste-se ao escuro, luta-  se contra aquela sombra misteriosa, que está no fundo de cada um de nós, contra as trevas, que, cedo ou tarde, nos esperam...
Marilina Baccarat de Almeida Leão ( no livro "Corre Como Um Rio"

quarta-feira, 7 de março de 2018

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Que maravilha para nós termos ao menos uma época:"O dia internacional da Mulher".
Melhor será, então, quando todas as mulheres tiverem a sua importância reconhecida na rotina do seu trabalho ou da vida em família, o ano inteiro.
Mas para que tudo isso se torne uma realidade, ao contrário do que muitas mulheres pensam, não depende dos outros, dos maridos, dos filhos, dos pais.
Depende da postura de cada uma diante de si mesma, do valor que credita para a sua pessoa.
Portanto, seja você cada vez mais "senhora do seu destino", sem querer competir com os homens, nossos companheiros de jornada nesta vida, e sim, caminhando ao lado deles, amando e sendo amada!
Por isso, grande mulher, nunca tema o seu poder. Exerça-o com naturalidade, amor e sabedoria!

UM FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER, COMEMORADO NESSE DIA 8 DE MARÇO. COMO MULHER, ESPOSA, MÃE E AVÓ,DEIXO AQUI O MEU FORTE ABRAÇO PARA TODAS AS AMIGAS, E PARA TODAS AS MULHERES DO MUNDO!
Marilina Baccarat de Almeida Leão





domingo, 4 de março de 2018

Somos como o rio

Livramo-nos, pouco a pouco, dos aniquilamentos, que se formaram em nossos corações, com a escuridão, sem a claridade das estrelas... Assim, o rio, também, se libera dos alagamentos e, na penumbra, espera o dia raiar... Somos como o rio, com nossos olhares surpresos, mordazes, pareciam, certamente, que saíram diretamente do coração... Conforme a noite passava, procurávamos entender o que teria acontecido com o rio, pois tudo estava silencioso, somente o barulho dos barcos, batendo uns nos outros, quando passava uma rajada de vento... Mas, ao amanhecer, suas águas começaram a se agitar, vindo com força da cachoeira. Então, os barcos, que, lá, estavam ancorados, começaram a navegar e tudo se fez novo, o dia e o rio... 
Marilina Baccarat no livro (Corre como um Rio)

sábado, 3 de março de 2018

A favor do vento

Os ventos ateiam uma suave brisa, acalentando as sombras de amarguras, que poderão aparecer, vez ou outra... Quando a vaga tormentosa, desse mundo nos aturdir, não nos importaremos, pois estaremos descendo rio abaixo, sempre a favor do vento... 
Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "Corre Como Um Rio"

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Quem sabe mudamos

Quem sabe mudamos

Quem sabe, talvez, o que tenha mudado não tenha sido nós, mas, a forma como enxergamos, hoje, o desprovido, dentro de nossos sucessos... Hoje, sabemos que as vitórias, muitas vezes, estão, realmente, escondidas em algum canto de nós mesmos. Estamos à espera delas, por nossa conta e risco... Portanto, ao invés de desesperarmos, temos que ter a calma, que vem da alma, pois, ela traz a efervescência e a busca pelos aclamas do passado e não pelo fracasso, que, muitas vezes, nos apavora... As vitórias chegam bem no meio do verão... O fracasso aparece bem no meio do inverno... Sabemos que as conquistas virão, e muitas. E são importantes, desde que sejam invades construtivos... Todas as vitórias têm o seu valor, mas, daí, a serem erradas, seria um grande erro... Pois, usurpas jamais serão erradas... Elas são, sim, um aprendizado para o nosso eu. Podemos até mudar algo, que, em nosso eu, ficou no passado... Achamos que estavam erradas, mas, podemos reinventá-las, sem que elas passem incólume por nossas vidas... No caminhar dos aplausos, são aprendizados para acostumarmos com nós mesmos... Tão iguais e, no entanto, tão diferentes do que fomos...
O Encanto do mundo
Será que conseguiremos impedir a extinção do encantamento, que sempre houve no mundo, sem que tenhamos muito trabalho? Claro que sim, não é impossível, pois o encanto sempre haverá... Ele nunca estará ameaçado de extinção e poderá, com seu encanto, que nos encanta, sempre nos encantar. Basta, para isso, deixar vir, tomar conta do nosso eu e nos encantarmos com o mundo... Existe, por todos os lugares, em que passamos, encantamento, que nos encanta... Se os nossos olhos se voltarem para o mar, vamos nos lembrar que há, ali, seres gigantescos, como a baleia, a nos encantar... Eu nunca tive a oportunidade de admirar uma baleia, mas, se a visse, certamente iria me encantar, primeiramente com o seu tamanho e depois com a doçura, que há nela, apesar de muitos acharem que ela é violenta por ser enorme! Quando éramos menina, tínhamos muito medo de baleias, porque contavam, a nós, a história de Pinóquio, que havia sido engolido por uma baleia...
O mundo natural, em que vivemos, está sendo esmagado pela atividade humana, poluição e exploração de toda a espécie de animais... Mas, se continuarmos a admirar o encanto do mundo, ajudaremos, e muito, a preservar todo o encanto, que há dentro do encantar do mundo... O mundo tem seus encantos e nós, o nosso encantar pelo mundo afora, pois os encantos, que há no mundo, nos fazem ficar encantados de nós mesmos, ao darmos conta dos encantos existentes no mundo, que sempre existirão... Encantamo-nos com as flores, com os pássaros de várias cores, com o nascer de uma semente, que plantamos e já está se tornando uma plantinha, que, logo, dará flores... O mundo com seus encantos e nós com os encantamentos, que o mundo oferece aos nossos olhos, nos encantando com todo esse encanto... Tudo tem o seu tempo: Há tempo para o inverno, o verão, o outono e a primavera... Quando está chegando a primavera, sabemos que, em breve, as flores irão surgir, as sementes, que plantamos, em outras estações, agora vão brotar em flores mil, será um colírio para os nossos olhos e nos encantaremos... No outono, é chegada a hora dos beija-flores aparecerem, eles costumam vir, somente, nessa estação, para nos encantar... No verão, então, temos vários tipos de pássaros, que vêm de todas as partes, para nos encantar, pois, aí, está o encanto do mundo...
No inverno, lá vem o João de Barro construir sua morada e lá está ele todo feliz, formando sua família, todos protegidos do frio. Se quisermos saber de que lado virão os ventos e a chuva, basta olhar a casa do João de barro, ele coloca a porta, justamente do lado oposto ao vento... São encantos e mais encantos, para que possamos nos deslumbrar e nos encantar, no encantar dos encantos do mundo, que habitam em nosso olhar, enchendo nossas vidas de encantamentos... Estão, aí, alguns encantos, que o mundo nosmostra, para nos encantarmos com todos esses encantos, que a vida nos oferece... É uma pena que não são todos, que sabem sentir o encantar pela beleza do encanto, que há no mundo. Não sabem se encantar... Nossos animais, plantas, oceanos, florestas, solos e rios, estão sendo sufocados com fardos imensos de exploração, pelo ser humano... Mas, podemos reverter tudo isso, ensinando, nossas crianças, a preservar a natureza, a saber se encantar, com o encanto da vida, tudo isso, que o mundo nos oferece, o encanto... Agindo, assim, o mundo deixará de ser sombrio, os animais selvagens viverão livres na floresta, sem ter um caçador atrás deles... Deixaremos de ter medo do lobo mau, como a chapeuzinho vermelho, caminharemos livres! Os peixes, nos oceanos, não estarão se esgotando e nós não estaremos perdendo fontes de alimentos ricos, para nossa sobrevivência...
A natureza é resistente, mas, temos que prover espaços seguros para que ela nos encante e nos mostre, cada vez mais, a beleza, que há nela, assim, seguiremos, encantados... Como é agradável poder admirar o encanto da vida, sem esquecer do sorriso de uma criança, das borboletas, que dançam livres, com seu dono, o vento, dos trinados dos pássaros... Aqui, por exemplo, na pequena Londres, as andorinhas chegam no verão e se acomodam nos fios elétricos, tal qual uma partitura musical... Se tivéssemos a oportunidade de colocar, em uma pauta, a posição em que elas se encontram, daria uma bela melodia, formariam um coral e o regente seria o tempo, pois, quando o frio chegasse, certamente, iriam procurar abrigo em um lugar mais quente!
Poderemos, se quisermos, valorizar o encanto do mundo e nos encantar, com o encanto, que a vida nos oferece. Basta, para isso, querermos nos encantarmos de nós mesmos...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Caminharei por caminhos áridos, tendo, como companhia, a audácia... Afastar-me-ei de mim mesma, perder-me-ei nas trilhas da solidão, pois, é ali, que me encontro, de onde observo um jardim secreto, com acesso ao templo, que há em mim... Medo?... Sim, o tenho... Mas posso perfeitamente entender, que o pavor mora lá e a coragem vive em mim, dentro desse templo, para sempre...
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)
No livro  É Mais Ou menos assim "

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Manter-se jovem não é escolher, sempre, a opção mais segura e, sim, enfrentar as dificuldades com a ousadia da juventude...  Estar jovem vai além de se sentir bem. É, simplesmente, não deixar de fazer o que tem vontade só porque se acha maduro demais para isso... Veja, por exemplo, como os jovens, de hoje, vivem. Se chegarmos, em uma balada, como eles se referem, aos bailinhos de antigamente, vamos observar que, a metade das mocinhas, estão com um vestido de elastano, bem apertado... Já, a outra metade está com uma regata branca, ou um top e, por cima, uma blusa transparente, enfiada em uma minissaia, embalada a vácuo ou short bem curtinho, aparecendo as nádegas... Usam o mesmo perfume, mas, até aí tudo bem, pois o uniforme faz parte da festa... Mas, em épocas passadas, não se via isso, as moças usavam salto alto com meia fina, vestidos cinturados e, na altura do joelho... Usavam bolsa e luvas nas mãos... Do outro lado do salão, não muito distante, os homens com uma camisa polo, com o número 43 nas costas e um cavalo gigante no peito, um perfume insuportável, a barriga saliente, mas, estão com as moças mais bonitas da festa... Não dá para entender, mesmo... 
Alguns gastando o dinheiro, que não têm, outros, gastando por gastar, pois não conseguem as moças mais bonitas... Outros se sentem diferentes daquelas pessoas... Instruídos, a segurar um copo na mão, seguem seus caminhos em busca de algo, que, no fundo, sabem que, realmente, não os levam a lugar algum... Pensam, que companhias, que não fazem bem, são falsas, sendo que valem muito mais, que uma boa conversa, sincera, com a menina menos atraente da festa... 

Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro   "É Mais ou Menos Assim."


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Sair de um sonho confortável para enfrentar a luta, pelo desconhecido, amedronta. Mas, se quisermos seguir sonhando e ter a oportunidade de realizar nossos sonhos, devemos abraçar nossas conquistas. Mas, necessário se faz, termos iniciativa e ir à luta.
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

ERROS ACERTADOS

Muitas vezes, andamos ansiosos com os erros, que predisseram as nossas passagens pelos alvitres da vida...
 Sentimos que os deslizes fazem-nos tropeçar, embora, às vezes, sintamos, também, uma insegurança, ao pensarmos nas cincadas, que passaram...
Quase, sempre, pegamo-nos pensando: Será que não deveríamos ter atuado de outra maneira?... E, assim, os deslizes do passado vão aflorando e nos sentimos inseguros. Pensamos, então, que não fizemos como deveríamos ter feito...

 Mas, todos os lapsos vêm com essa dúvida, essa insegurança, apesar da certeza de termos operado certos...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

SOMOS COMO O RIO

SOMOS COMO O RIO


É fácil, nos dias de primavera ou verão, deportar esse espectro das marés violentas, para as extremas fronteiras das nossas compaixões, pois somos como o rio, ele, também, tem suas lástimas... Suas águas são luminosas. Mas, quando o sol se afasta, ao findar do dia e o crepúsculo chega, com suas noites geladas, suas mágoas são profundas... Ele sente sua fragilidade, ao ver os barcos ancorados e tudo se torna nostálgico para aquele rio...  Assim, somos nós, sentimos a nossa debilidade, quando a gélida noite chega e nossos dós começam a mostrar-nos a triste cena da escuridão, em nossas vidas... Tudo, então, se torna mais difícil, somos tão frágeis quanto ao rio. Qualquer barulho, nessa obscuridade, transforma-nos em pedaços. Nossos corações se modificam em fragmentos de tristeza, pois a noite é melancólica... Somos como o rio, ele com suas águas estacadas e, nós, com nossos sangues parados em nossas veias, esperando a luz do raiar do sol... 

domingo, 28 de janeiro de 2018

A MULHER NORDESTINA


    A MULHER NORDESTINA.

     Luiz Gonzaga, nas suas músicas, cantou o Nordeste de todas as formas. Fala da mulher nordestina, de sua força para o trabalho e sua luta... Mostra a mulher nordestina brava e forte.
        Ele nos faz pensar na mulher nordestina, que cuidava das crianças, no agreste e no sertão, mas, ao mesmo tempo, ele acompanha o desenvolvimento dessa mulher guerreira...
       Na adversidade de um momento, da terra árida, em seu vermelho, surge uma sombra de um ser irresoluto, miragem no deserto por entre mandacarus e palmas, união do feminino em luta contra os infortúnios, pele rachada como o chão e olhos secos sem lágrimas, como o açude sem água no sertão... Na cabeça, ela traz uma lata com água cor de barro e gosto de lama salgada, sem respingar na terra ávida por ela, com ou sem gosto de nada, como a chuva, que nem chega a cair, evapora no ar, na quentura da terra.
      Assim se arrasta a mulher e o sertão, na espera da água do céu, para fazer florescer papoulas e enfeitar os cabelos da morena em dia de ladainha, na casa de pau a pique.
      Animada para a festa e valente para a peleja. Assim é a mulher nordestina de Gonzaga... Dizem que Gonzaga era machista, pois, uma das músicas dele, fala sobre a Paraíba e ele canta:- mulher macho, sim senhor...
      Mas penso que não, pois há músicas, dele, que falam da mulher de cintura fina, da mulher rendeira, pois a renda de bilro  é o que toda nordestina sabe fazer e muito bem... Apreciar o toque da sanfona, então, é o que a mulher nordestina adora. Ela é festeira por natureza.
     Ele traz, em suas músicas, a mulher parteira do nordeste, que sempre trabalhou para ajudar a vir, ao mundo, os bebês, sem receber nadinha em troca... A música nos mostra esse respeito pela mulher parteira, o respeito por sua ancestralidade.
     A mulher nordestina cria seus filhos e ainda ajuda a criar filhos, que não têm mãe...
    A garra da mulher nordestina é admirável...Ah, se todas nós tivéssemos um pouco dessa mulher guerreira, batalhadora. Saberíamos andar pelas alamedas do coração, tal qual elas andavam e andam no agreste e no sertão.
    A nordestina tem, com ela, essa coisa da alegria, da festa, gosta de se divertir e sabe aproveitar o presente, não pensando no futuro incerto, que virá.    


domingo, 21 de janeiro de 2018

Fugacidades da Vida

As cortinas das janelas rodopiam, querendo brincar com o vento, que, em rajadas, passam, girando-as...

As  fugacidades da vida não merecem tanta importância, mas devem ser aproveitadas, pois trazem memórias, que fazem até a porta, do nosso coração, bater...
Frase de um texto de Marilina Leão, no livro "O Eu De Nós"

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Esquecer o medo

Sem a penumbra, atraiçoarei meus desejos, gracejarei
sem achar graça... Só para não ter que me refugiar
na solidão... Acobertarei os meus lamentos e recolherei
o meu pranto, para que ninguém pressinta...
Caminharei por caminhos áridos, tendo como
companhia a audácia... Afastar-me-ei de mim mesma,
perder-me-ei nas trilhas da solidão, pois, é ali, que me
encontro, de onde observo um jardim secreto, com
acesso ao templo, que há em mim... Medo?... Sim, o
tenho... Mas posso perfeitamente entender, que o pavor
mora lá e a coragem vive em mim, dentro desse
templo, para sempre...
Transformá-la, em serenidade, é atitude da assisada
que posso ser... Pois, nesse mundo, onde tudo é
efêmero, a valentia pode ser um suavizo e não afadigo...
A ousadia de sentir a solidão poderá ser resgate
da coragem. Jamais equívoco do medo...
Em um mundo deslumbrado. por juventude e
sucesso, a solidão poderá ser livre-arbítrio, não desapossado,
em nós...
Quero abraços, para esquecer a solidão,
mas, ainda assim, preciso aprender a ter
coragem, alumiar a essência, para clarear
os seus contornos e esquecer o medo...
Marilina Baccarat (escritora brasileira, no livro "É Mais Ou Menos Assim)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Somos o que propomos viver

Somos o que propomos viver, somos o que granjeamos, o que estragamos, o que constrangemos e o que nunca impetramos.... Fazer as pazes, com nossa história, é muito libertador.. Do que nos serve ter interstícios na fronteira da vida, no limite do tempo, se tornamos inacessíveis as lembranças, não permitindo um resgate saudável do vivido, bloqueando as lembranças, que nos levam a voejar, pelo passado prosaico... 
É empobrecedora essa mania de achar que só o que dura, para sempre, é o sucesso... É eterno... 
Marilina Baccarat (escritora brasileira)

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Que venha aquele abraço

Sei muito bem o que sou e o que demonstro, mais uma vez...É  que saberei contar o tempo, com os passos, que caminham juntos  a mim...Quero apenas que venha aquele abraço, que fica entre o nó e o laço.Entre o ficar e o depois... Pois não quero medir espaço, entre o esperar e o cansaço...Quero corrigir todos os traços, vindos de um abraço
Marilina Baccarat (escritora brasileira)

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

RELAÇÃO COM O TEMPO



Sempre alimentei uma relação comum com o tempo, mas, o que será que anda acontecendo com o tempo? Parece que os dias encurtaram, comeram as horas e os segundos!
          Não, não gosto, nem um pouco, dessa passagem do tempo, que voa. Mas, o inverno, acho eu, é culpado desse mau humor, que invade meu ser, achando que o tempo está passando muito rápido!
         O ponteiro do relógio, virando rápido como está, não me intimida. Ao contrário, parece que a adrenalina, dessa correria toda, me faz enfrentar os desafios com mais garra. O corre-corre, muitas vezes, esmaga as delicadezas, que permeiam nosso cotidiano. É uma pena, pois, elas são responsáveis por uma boa porção da nossa felicidade.
       Espalhar amor, faz um bem danado, acaba com o estresse, renova as energias, acabando com o cansaço.
       Não sentir amor é estar morto, daí tanto morto fingindo estar vivo. Entre o que sou e o que projeto ser, fixa-se um hiato de tempo, que se perde no pensamento, uma ilusão de que o tempo não tem tempo e, passa, rodando bem rápido os ponteiros do relógio, comendo as horas, os minutos e os segundos. Essa ilusão de que o tempo voa, talvez seja para nos ludibriar. Mas, na superfície do que sou, tangenciando o tempo, como um arco a tocar no violino, estreita-se uma verdade de sonho e imagem, que é o amor.
      A vida vale a pena, e quase sempre nos esquecemos disso. Retribuir amor é a coisa mais gostosa, que existe. Mandar uma mensagem de carinho para os amigos, sem esperar nada em troca, me faz super bem. A gente recebe, em dobro, esse carinho.
      Entre o desejo e a vontade, o lapso do sonho, nem aqui, nem ali, é, apenas, uma explosão para dentro, em silêncio invernal, à espera de uma aurora além da ponte sobre o rio inatingível. Serei a portadora de meu próprio desejo, ninguém o será.
      Sinto a turbulência dos sentidos, aturdindo o que resta desse amor, que vem do fundo da alma. O desejo infindo de ter muito mais amor do que se pode amar e muito menos do que desejo ser... Vontade de ter o mundo inteiro em forma de amor.
       Vontade e desejo de ter, em mim mesma, na simples lágrima, que não despejei e guardei nos cantos escuros do meu coração... Vontade e desejo, no reino do amor, no reino de tudo que sempre terei.
 Direitos reservados para Marilina Baccarat (Escritora Brasileira)