A Leitura da Vida Lendo a vida
Às
vezes, pegamo-nos pensando: -Será que conseguiremos ler a vida..., bem, ler
qualquer um pode ler, mas, ler a vida não é muito fácil...
Agimos,
algumas vezes, de maneira diferente da qual costumamos agir...E, assim, a vida
vai aflorando e nos sentimos inseguros, por achar que não conseguiremos lê-la
corretamente...
Durante
toda a nossa existência, a vida coloca essa dúvida na nossa cachimônia, apesar
da certeza de termos atuado certos, durante nossas caminhadas, nas trilhas, que
se abrem à nossa frente...
O
segredo de ler a vida, em toda a sua
plenitude, é sermos menos apegados a momentos...Em nosso íntimo, quando os
desejos de lermos a vida afloram, sabemos que tudo o que conseguimos fazer, foi
pouco...
Cada
um lê a vida de uma forma diferente, e essa leitura sempre vai depender do andamento,
da situação e do ambiente em que estamos vivendo... Quando lemos a vida, com o olhar
voltado sobre as coisas, que podemos
mudar, e, mais adiante, chegaremos a certa fase em que todos nós nos
perguntamos:
-Como poderemos ler a vida..., se esses
questionamentos são vagos, pois, as
respostas já foram dadas, no decorrer da nossa existência e chegamos, sempre, à mesma conclusão, se gostamos de algo, em um
determinado momento, é porque foi uma fase da vida em que passamos...E
gostamos...
É
só o pensamento começar a querer ler os reveses, que nos remete a muitos
sentimentos, carregados de nós mesmos, que sentiremos o prazer de lê-la; com o
desejo realizável, de muitas possibilidades de sentirmos a esperança nos
alvitres da vida...
Temos
fases, e, em cada fase, um sonho, uma forma de sonhar, com lúdico e, também, com o existencial, e
conforme as mudanças de fases acontecem, mudam os nossos pensares. E, ao mudarmos,
nos transformamos. Começamos a ler a vida de trás para frente...
Acreditamos
na leitura certa da vida, não na errada, é só aguardar que reverberem e
iluminem o nosso pensar com a chama de sentimentos, que é o que movimenta as
leituras certas...
Cabe,
a nós, decretar o sonho que permanece e
o que move nossas maneiras de mudar...Com as mudanças de algumas ideias, a
respeito da leitura da vida, começamos a deixar o lúdico um pouco de lado e
vamos conformando-nos com a realidade...
Alguns
sonhos morrem também, para que possamos agradar alguém, que nunca soube o que
era um sonho, por sabermos que poderíamos magoá-lo...
Sentimos
que, na leitura da vida, temos a certeza de que são reais mesmo, embora, às
vezes, sintamos uma tremenda insegurança, ao lê-la...
Quando
lemos a vida, surge em nossas mentes, que, geralmente, elas abrolham um pouco
apagadas; ficamos em dúvida se erramos, ou não, lá no passado...
Acreditamos
que, para vivermos de acordo com as mudanças que a vida nos mostra, temos que
viver sempre no discernimento comum, não nos esquecendo que o senso prosaico de
tradição, como herança que se passa de geração em geração, continua sendo
herdada, pelos nossos filhos e netos, como
um todo...
Assim,
como se recebe uma herança de um antepassado, recebe-se,também, a herança da
leitura da vida, como lendas, fatos, mitos, experiências,que são passadas por
pessoas nossas, que deixaram suas histórias...
Mas,
todas as leituras, que temos feito até aqui, sejam do passado ou do presente,
não é um meio-termo, nelas não há erros, tudo já foi lido e revisado, estejam adequadas
ou tortuosas...
O
que passou, passou, podemos voltar a ler novamente...Ouvirmos as nossas
próprias críticas,a nós mesmos, vamos achar que toda a leitura, que, até aqui,
fizemos, não estão acertadas...Pensando bem, nunca foram tortas, esquecemo-nos
que a vida é uma estrada com o fim, que já está marcado, e, assim, saímos sempre sem rumo na contramão da
vida, sem mala e sem destino, deixando sempre a conta para ser paga por
outro...
Portanto,
somente nós é que teremos a certeza de que foram leituras válidas e que nos
levaram a viajar pelos vales da vida, fazendo-nos reviver tudo, que lemos...
As
nossas leituras, somente, nós a conhecemos, não podemos contar com ninguém para
fazer uma análise pertinente, apontando as falhas e as pontuações nelas, que
deixamos passar, ao lermos...
Se
permitirmos que a leitura da vida nos elevem a um patamar bem alto,
conseguiremos pensar que, se fossem sinuosas, é como se estivéssemos andando
com os olhos tapados, prontos para cairmos em um grande abismo, deixando-nos
abater por nossas próprias críticas, que nos impediriam de poder ler,
calmamente, e analisarmos toda a leitura, sem que sejamos inibidos por quem não
acredita na existência ...
Todos
nós já passamos por isso. E então, descobrimos que, para conseguir viver em
paz, é necessário vivermos de acordo com a opinião de todos e termos uma
discrição comum com a sociedade, pois, para existirmos em serenidade, é melhor termos
bom senso e vivermos de acordo com a nossa própria apreciação, com respeito à
leitura, que até aqui fizemos...
Há dias em que a leitura da vida nos
traz tristeza total, mas todos sentem isso, é muito natural, pois elas são
aprendizados para acostumarmos com nós mesmos.... Tornamo-nos,
certamente, um ser melhor depois de lermos a vida...