quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Quando todos se calam


Quando se calam todas as vozes, reflito sobre
mim, sobre o que me rodeia; sobre o que me faz rir
e, também, sobre o que me entristece.
É possível ouvir as palavras, que o coração
murmura, gosto de ouvir essas palavras. Olho no espelho
e me vejo. Não consigo fugir de mim mesma.
Descubro algumas de minhas qualidades, de meus talentos,
de meus dons. Não há como me esconder das
minhas dores e limitações. Não existem aparências,
não há posições sociais.
O valor das vozes, que me rodeiam, costumam vir
carregadas de verdades e leveza. O que é realmente importante
para mim? O que realmente me é edificante?
Gosto do meu silêncio, que está sempre comigo.
Amo as pessoas, que são colocadas na minha vida, mesmo
que sejam por breve tempo, são pessoas especiais!
Marco distâncias, planejo e organizo sonhos.
Chego a pegar carona nas asas da imaginação. Vou
longe e essas pessoas me acompanham nos sonhos,
até onde minhas asas alcançarem.
Escuto, ouço o meu silêncio, dizendo-me o que
fazer, por onde seguir, o que ser e o que devo mesmo
sonhar. Na voz do silêncio, encontro a direção certa.
Quando todos se calam, é o meu silêncio que me dá
forças para vencer os obstáculos e escalar montanhas.
Quando a noite chega, quando todos se calam,
sobram o meu silêncio e eu. Livres de qualquer barulho
insensato e desmedido, carregado de ilusões...
Não há mais ninguém.

Marilina Baccarat de Almeida Leão (escritora brasileira) no livro   "Escalando Montanhas" página 20

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