sexta-feira, 3 de maio de 2019

Uma sinfonia... 
Ao chegar, em São Paulo, senti uma sinfonia não tocada por uma orquestra, que segue a pauta, mas, uma sinfonia, que só, aos meus ouvidos, era possível escutar... 
Conforme o taxi corria, fui me lembrando por onde, outrora, andei, sentindo a minha infância jun¬to a mim... As mesmas ruas, que andei no passado, me mostravam, agora, um amor sem fim, que ficou no passado. Ruas por onde caminhei, ora andando com minhas próprias pernas, ora andando de bici¬cleta, juntamente com as amiguinhas. Recordei, em cada passo, que dei, como se fosse um filme passan¬do em minha memória, as mesmas cenas, que vi, na fase da infância. Elas me mostravam, agora, a mesma rua por onde caminhei, com o papai me levando para a escola, passando em várias casas para dar carona às minhas coleguinhas... Bastava buzinar e lá vinham elas correndo, com a pasta e a lancheira nas mãos, pois, naquela época, não se usava mochila. Usáva¬mos boina e, ao correr, muitas vezes, a boina caía e elas tinham que voltar para pegá-las. Genuflexas, no banco de traz do carro, íamos olhando a paisagem... a sinfonia continuava a tocar em meu coração, lembrando do tempo de infância e juventude em São Paulo... 
Foi como se eu tivesse atravessado uma ponte e, do outro lado, encontrado o passado...
Caminhei por onde outrora andei, mas, a rua não era mais a mesma, apesar de estar muito bonita... Agora, as casas, que serviram de residências, são todas comerciais. O Hotel, onde me hospedei, agora, ocupa, hoje, o lugar da casa de uma amiguinha, lindo, maravilhoso, enfeitando aquela rua, que me traz tantas recordações ....                 


Vaguei silente por onde andei, agora, contnuando a ouvir a sinfonia, que só os meus ouvidos escutavam e sentindo, também, junto a mim, minha juventude... Sonhei de olhos abertos,..lembrando-me de tudo que se passou ... Mas o meu coração não se entristeceu, apesar  de meus olhos verterem algumas lágrimas, pois, eu sou, mesmo assim, emotiva... 
As mesmas cenas, que eu presenciei, no passado, voltaram em minha mente, mostrando-me amor sem fim, como se fosse uma sinfonia, não seguindo a pauta no papel, mas a pauta que ficou gravada em minha memória... Uma sinfonia, que orquestra, nenhuma  do mundo, saberia interpretar... Somente, na minha memória, essa sinfonia tocava, divinamente, com o maestro sendo o tempo...
        Andei por onde andou o meu passado, sentindo-o junto a mim, como uma verdadeira sinfonia do tempo, que passou...

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