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quinta-feira, 14 de abril de 2022
sábado, 19 de fevereiro de 2022
Nossas Mentes...
Nossas mentes são imaginárias. Elas são feitas de verdadeiras quedas de água, de onde só transitam nossos anseios, tanto de alegrias, como de tristezas..
Corre, como um rio, que desce pelas cordilheiras, lavando as pedras. Assim, elas estão com seus umbrais sempre enfeitados, com rosas, que, agarradas às paredes, dão a volta na porta, enfeitando-a...
Tal qual o rio, a nossa imaginativa voa longe, como se tivéssemos um barco a navegar em nossas águas serenas...Ali, como um rio calmo, vai correndo a paz, diante dos raios de sol, que refletem em nós...
Dentro, da nossa inventiva, há toda a beleza do mundo...Ali, o nosso barco navega em águas tranquilas...
Os ventos ateiam uma suave brisa, acalentando as sombras de amarguras, que poderão aparecer, vez ou outra...Quando a vaga tormentosa, desse mundo nos aturdir, não nos importaremos, pois estaremos descendo rio abaixo, sempre a favor do vento...
Em certas curvas, que o rio faz, parece-nos que estamos em um labirinto, onde os sentimentos se perdem, mas, logo adiante, se encontram, para abarcarem a nossa ventura, sempre decaindo rio abaixo, atrás das alegrias, que a vida nos oferece...
Quando paramos o igarité, deparamo-nos com avenidas coloridas, onde, ali, moram as alacridades e os regozijos...
Nessas alamedas, encontramo-nos com nós mesmos, em meio às flores, que brotaram de tubérculos, que estavam intumescidos, onde o céu é bem azul e nós passamos o tempo todo cantando as nossas prosperidades...,assim, como o rio, que canta, quando desce as serras, batendo em suas pedras...
Dentro de nossa essência, ali, prendemos todas as nossas satisfações... Porque o rio é assim, corre desde o alto das montanhas, até o vale da ribeira, até desembocar no mar...
E esse mar, que nos traz veloz a nossa serenidade...Ali, não há dor, somente amor...
Esse rio sabe ser doce como mel...Ele é feito de esperas, é um botão, que floriu em plena primavera...
Pequeno grande rio, que sabe
espalhar encanto, por suas águas abrandas, distribuindo afagos, com os raios
derramados pelo sol do amanhecer...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Corre Como um Rio"
terça-feira, 15 de fevereiro de 2022
A FELICIDADE EM NÓS
Minha felicidade é incurável,
Guardo em mim e não nos outros,
Nunca está reunida em um único lugar,
Mas em tudo o que vivo.
Minha felicidade é incurável.
Nem os pesares da vida a levou,
Nem a perda dos mais próximos,
Nem o adeus de quem, deliciosamente, ocupou meus espaços e depois partiu sem volta certa...
Minha felicidade contraria diagnósticos e medos, supera fobias e traumas.
Minha felicidade é imbatível.
Não se acanha com a gripe ou a enxaqueca.
Não se diminui perante o pessimismo dos outros.
Possui anticorpos de leveza para se prevenir do contágio da ingratidão.
Recusa a chantagem do ressentimento.
E é soberana sobre os conflitos da vida...
Minha felicidade não tem motivo, nem justificativa, nem explicação...
A felicidade tem entrada livre em minha alma...
Sou feliz por ninharia...
Sou feliz por muito pouco – e só será pouco pra quem não valoriza o simples.
Minha risada é insistente e imprevisível, absolutamente mal-educada, interrompe o choro, o bocejo, o soluço.
A alegria não vem...
Já estava me esperando na carona de um som familiar ou de um cheiro precioso,
Surgindo de uma lembrança ou de uma fantasia,
Se reafirmando num abraço apertado... num beijo esfuziante... num encontro enlouquecedor... em momentos de amor inesquecíveis...
A felicidade existe comigo ou apesar de mim, sozinha ou acompanhada.
Porque, se tudo der errado, ainda estou viva e tenho a chance de fazer diferente.
Sou feliz por aquilo que foi e me amadureceu,
Por aquilo que é e sustenta a minha vontade,
Por aquilo que será e me mantém curiosa.
É aquela felicidade que fica ali quietinha,
Que tem o seu lugar no peito e faz morada no coração.
Aquela felicidade com gostinho de café quente, cheiro de boas lembranças e uma colher de recomeços.
Aquela felicidade que tem o seu lugar marcado embaixo de uma árvore, numa presença inesperada, nas letras de uma música e nas linhas de uma poesia.
É o meu sentir e o meu buscar...
Sou feliz atenta, sou feliz distraída, sou feliz cedo, sou feliz tarde...
Sou feliz por arrumar a cama ajudada pelas mãos do sol.
Feliz como se houvesse uma música que sempre gosto de ouvir, tocando em meu sangue.
Há em mim mais esperança do que expectativas,
Contentamento mesmo quando reina o silêncio do outro ou a incômoda ausência de alguém querido... afinal, o que me torna feliz são os momentos realmente vividos e não promessas...
Sou feliz porque o sol brilha mesmo em dias nublados, escondido entre as nuvens.
Minha felicidade às vezes me assusta...
Minha felicidade não tem cura...
Não tem como evitar...
Minha felicidade reside dentro de mim e não depende de fatos e circunstâncias... apenas das minhas próprias escolhas... e eu escolhi ser feliz...
Sou feliz, pois o sofrimento cansa e reclamar somente atrai os chatos.
Sou feliz porque posso escolher a alegria ao invés da lamúria, basta coragem pra virar a mesa quando preciso for.
Sou feliz por uma questão de justiça pessoal.
Nada adoece a minha felicidade.
Sou feliz porque não fiquei amarga com o tempo e nem com os dissabores vividos,
Fiquei apenas mais pura e fortalecida...
Bebo a vida sem açúcar (não preciso mais dele)...
Simples assim...
TEXTO DE MARILINA BACCARAT DE ALMEIDA LEÃO,..NO LIVRO 📖 A BELEZA DA FELICIDADE PG,185
sábado, 12 de fevereiro de 2022
terça-feira, 8 de fevereiro de 2022
HÁ ESPERANÇA
Gostaria de somente falar de esperança, mas, daquela esperança no
sentido mais amplo, mais abrangente, que transforma a dor em alegria.
Quando a dor física é
insuportável, um abraço muito apertado, poderá aliviar essa dor...
Gostaria de poder abraçar
cada um que estivesse sofrendo agora. Gostaria de acarinhar cada cabeça e
encostá-la em meu ombro e abraçar, apertado cada corpo, para que se tornassem
pessoas mais felizes...
Gostaria de ver todos que
sofrem, não perdessem a esperança, que lutassem e enfrentassem, todos os
problemas, se por de saúde, que lutem, quem sabe a cura será rápida e
surpreendente.
Sempre haverá
esperança, eu, por exemplo, não tenho medo da morte em si, só tenho pena de ter
que deixar a vida, não conseguir fazer tudo o que desejo...Mas, enfim, isso não
está nas minhas mãos. O que me cabe é ter esperança, enxergar um caminho que
possa ser percorrido com a esperança que há em mim.
Não podemos desistir, enquanto
há vida, há esperança... Os caminhos tortuosos, que muitas vezes temos que
percorrer, temos que entregá-los a esperança. A esperança por si mesma,
principalmente, e deixar vir, entrar, tomar conta de todos os espaços,
esperança por nós e pelos outros.
Tem-me chamado a atenção, algo
recente que está acontecendo, pois as pessoas estão vivendo sem esperança.
Tenho tentado entender como essas
pessoas organizam suas emoções para considerarem os valores que justificam a
esperança em suas vidas, que seria a alegria de viver.
Percebo que a
fatuidade inebriou as mentes dessas pessoas. Talvez tenha sido pela necessidade
de construir uma esperança particular, dentro de uma realidade onde não há esperança.
Precisamos rever o que é esperança,
pois ela foi subvertida pelos humores da vaidade.
Se a esperança tem como base a conquista
pessoal, o esforço, devemos chamá-la de recompensa e não de esperança. Pois, é
a esperança que sustenta a vida e a esperança que é vivida em nosso interior,
deve ser sustentada pelo nosso exterior.
O mundo moderno está sedento para
realizações de seus desejos, que é um vazio da verdadeira esperança... Se
entrarmos em uma loja, vamos observar que cada um quer um tipo de roupa, o que
um gosta, o outro não gosta...Assim podemos comparar a esperança, não podemos
confundi-la com desejos.
Não poderemos, jamais, medir nossa
esperança, se assim o fosse, a vida teria contaminado a razão, sem percebermos
que, quando a vida se for, se encerrará nossa esperança.
Todas as manhãs, temos a
oportunidade de renovar nossa esperança dentro de nossos corações, para que
possamos renascer todos os dias, para nossos melhores sentimentos...
Se ontem o dia foi sem esperança,
não significa que vai ser igualmente hoje... Os dias chegam para que renasçam
em nós, novas esperanças e novos sentimentos.
Contemplar a beleza
do amanhecer e pensar que esse dia vai ser igual a todos os dias, é um engano,
porque nenhuma manhã é igual a outra.
Temos que viver a emoção da
esperança, porque essa nunca acabará, nunca devemos deixar que o desânimo tome
conta do lugar de nossa esperança, porque ela é o impulso que temos para
caminhar a cada dia, buscando a esperança... Não devemos perder tempo com o
desanimo.
Renovar todas as manhãs nossa
esperança, é o que devemos fazer, para renascermos todos os dias
Oportunidade nós temos, de mudar a
cada amanhecer. Só depende de fazermos acontecer.
.
.
A MENINA QUE GOSTARIA DE VOAR
Mariana era uma menina, que não tinha asas,
mas, gostaria muito de voar, de poder ter asas...
Tal qual os pássaros, gostaria de voar, para po-
der, no infinito, voar e saber o que haveria atrás das
nuvens, que ela avistava como, se algodão fossem...
A menina, sem asas, morava em uma casa ama-
rela, cujo portão e as janelas eram pintados de azul...
A casa de Mariana tinha duas janelas, que da-
vam para a rua e duas que, através delas, podia se
avistar o quintal da casa e os pássaros, que, lá, davam
rasantes, para pegar algumas sementes...
Ali, em uma das janelas, ela avistava o quintal,
onde os pássaros pousavam... Gostaria muito de con-
versar com eles, perguntar como faria, para que pu-
desse ter asas e poder, ao infinito, chegar. Voando...
Nessa casa amarela, em que Mariana morava,
havia um lindo jardim, onde pássaros, sempre, vi-
nham visitá-lo, principalmente, o beija-flor, para tirar
o néctar das flores, que sua mãe havia semeado...
Certo dia, enquanto sua mãe aguava o jardim,
com a mangueira, Mariana tinha, em suas mãozinhas,
um pequeno regador, para ajudar a mãe colocar água
nas flores, que estavam lindas e perfumadas...
A casa era pintada de amarelo, mas, Mariana ti-
nha a pele cor de rosa, como todas as meninas, com
asas ou sem elas, aliás, seus cabelos loiros realçavam
com sua pele rosada... Seus olhos azuis combinavam
com o azul do portão e das janelas, onde, vez ou ou-
tra, algum passarinho resolvia fazer seu ninho...
Como ela gostaria muito de ter asas, resolveu,
certo dia, conversar com um lindo pássaro azul, que
pousou em sua janela e, olhando para ela, ficou...
Mariana se aproximou e logo puxou conver-
sa com o lindo passarinho: – Olá amiguinho, como
posso fazer para ter asas como você as têm, para que
eu possa voar também, como você?
E não é que o passarinho entendeu o que Ma-
riana perguntou e lhe disse que, asas, a gente nas-
ce com elas... Não seria possível colocá-las e, muito
menos, comprá-las, a não ser que ela arrumasse um
anjo como seu amiguinho, quem sabe ele consegui-
ria, para ela, um lindo par de asas...
Mariana pensou, pensou, mas não foi trouxa,
logo bolou um meio de poder conversar com algum
anjo: – Quem sabe se eu subir em uma roda gigante
bem alta, conseguirei me encontrar com algum anjo,
que me dará um par de asas...
Certo dia, foi ao parque de diversão e, com mui-
ta vontade de se encontrar com um anjo, subiu na
roda gigante... Lá, em cima, a roda parou e Mariana,
com tanta vontade de poder encontrar um anjo, até
teve a impressão de que havia visto sua asa.. Mas, era
uma parte das nuvens que envolvia a roda gigante...
Havia uma mangueira frondosa, na frente da
casa amarela, a casa onde a Mariana morava...
E por ser mangueira, mangas davam, não peras
ou ameixas, mas mangas, amarelas, alaranjadas...
As mangas eram suculentas, lacrimosas, pin-
gando mel, eram tão perfumadas e doces...
Quem por, ali, passava, ficava adocicada com o
mel, que pingava das suculentas mangas...
Ficaria sumarenta, perfumada com o doce perfu-
me, que exalava das mangas alaranjadas, amareladas...
E, por não ter asas, a menina voava como po-
dia... Abria livros e viajava pelo mundo, através das
estórias, que lia em uma coleção vermelha, de capa
dura, com lindas estórias, de meninas, que consegui-
ram ganhar um par de asas e voar para o infinito,
para poder, por detrás das nuvens, conversar com os
anjinhos, que se tornaram seus amiguinhos...
Virando as páginas desses livros, Mariana ob-
servava lindas figuras e se deslumbrava com aquilo...
Sentia como se estivesse voando e, pelo cami-
nho, encontrando-se com um anjo, de asas longas, que
sorria para ela... Como ela gostaria de ter aquelas asas...
Quando parava de virar as páginas do livro, que
estava lendo, parecia que tinha, em suas mãos, peda-
ços da asa do anjo, que ela houvera encontrado pelo
caminho da sua imaginação. Nas páginas daquele li-
vro, que ela acabara de folhear e lê-lo...
Ela quisera poder voar até a frondosa mangueira
e, de lá, poder avistar, de cima, da mangueira, os pas-
sarinhos pousarem no chão, para ciscar as pequenas
sementes, que sua mãe jogava por lá, para que eles
pudessem se alimentar... Ali, também, eram coloca-
dos pequenos pedaços de frutas, que sua mãe, cuida-
dosamente, partia e lá deixava, para os pássaros...
Assim, a menina, da pele cor de rosa, seguia so-
nhando, em um dia, poder ter as asas de um anjo e
poder voar até às alturas, onde nasce o arco-íris...
Quem passasse em frente à casa amarela, de ja-
nelas e portão azul, jamais saberia, que, ali, morava
uma menina, com a pele cor de rosa, que gostaria de
ter asas, mas, não as tinha, possuía o imaginar de cada
página soberana, de um livro... Mesmo sentada em
sua cama, olhando para o céu, se achava senhora de
si, coroada de estrelinhas, tinha certeza...
Mariana, a menina rosa, sabia que, em seu mundo
imaginário, era rainha. E, em sua casa, entre seus
livros, alada era e asas tinha...
Marilina Leão no livro "Pérolas Cultivadas" página 237
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
Ser e Viver
Ser e viver é
saber ser feliz,
É saber se doar sem a gana,
Sem ter a infâmia de ser feliz,
Colhendo com relevo a pena.
Marilina Baccarat
Uma das maiores artes, de ser e viver, é saber
abrir mão das realidades, que não servem mais, como o rancor, a inveja, para
receber com gratidão uma nova realidade e, depois abrir o coração para se doar
com amor...
Quando abrimos o coração, certamente, é estar aberto para receber e reconhecer as
pequenas e grandes coisas, que chegam ao nosso caminho...
Elas surgem com
gratidão, mesmo que não estejam dentro das expectativas...
Procurar dar atenção, carinho, uma palavra amiga,
sem esperar nada em troca...
O dia se
inicia, quando acordamos, qualquer que seja o horário...
Nunca é
cedo, jamais é tarde; simplesmente é o tempo de todos nós...
O passo
atual é o mais importante, pois não há o último passo..., somente o hodierno
passadouro rumo ao tempo, que à nós é dado...
O próprio elo da vida, que é o amor e a paz, é mais
importante, vital e livre...
Quando começamos a nos doar em amor e dar atenção,
para os outros, começa a paz de ser e viver...
Ouvimos, com o coração, alguém, que esteja
precisando de algo, sentimo-nos útil...
No final do dia, quando a noite chega, antes de
colocarmos nossas cabeças em nossos travesseiros, experimentamos a paz, sobre
tudo, como os momentos e oportunidades em que permitimos ofertar o nosso tempo,
com carinho...
Depois, poderemos dormir com alegria e paz no
coração, pois praticamos a arte de se doar e, de fato, somos privilegiados...
Afinal, as pessoas especiais não têm medo de serem
vulneráveis, não temem dividir conhecimentos, compartilhar sonhos, ideias e
alacridades...
Sabem que não são únicas, mas que fazem parte de um
todo..., elas têm prazer em estender as mãos...
A qualquer hora, dia ou lugar, podemos
agir com o coração... E tendo a certeza de que o amor e a paz, são o que faz a
vida ser maravilhosa...