domingo, 24 de outubro de 2021

Sentimentos Compreendidos



entimentos Compreendidos

 

                               Sentimentos são assim,

                                           Tentam se entenderem,

                                           Como tinta de nanquim,

                                           Hulhas que jamais forjem.

                                            Marilina Baccarat                                                                         

 

 

Por termos a esperança, como um de nossos cálices, temos fé em dias melhores. Os sentimentos procuram se entender, mas, muitos deles não se misturam, como tinta de nanquim...

Temos o fascínio pela vida, pelas manhãs ensolaradas, onde o nosso astral parece estar lá em cima... então surge o sol e essa esperança aborda...  Isso não é conformismo, pelo contrário, é um gesto de perspectiva, nessa vida arredia, que insiste sempre em nos surpreender...

Há um sentimento que quer correr atrás do tempo perdido, descoberto somente agora, coisas maravilhosas, que temos a capacidade de fazê-las...

Mas, de alguma forma voltamos com forças, muitas vezes pequenas, que, se lutarmos, conseguiremos torna-las grandes...

Há muitos sentires, em nosso ser, dos quais muitos morreram ao longo do nosso caminho: -morreu o sonho de voar... feneceu a saudade, pois a nossa fé, fez com que aprendêssemos a conviver com ela...

Muitas vezes nasce a desesperança, mas lá no fundo, somos fortes como um chão batido e pisado, que ficou assim, justamente por estar batido e esmagado...

Queremos, muitas vezes, deitar em uma sombra e ouvir o silêncio, escutar o leve assovio do vento batendo nas folhas das árvores...

Essa canção que as folhagens cantam, harmonizadas, entre elas, quando passa uma rajada, a parecer um lamento, querendo que as comiserações se completem, que se entendam entre elas...

Acompanhamos a dança e o destino dos grãos de poeira correndo junto com o ventar, muitas vezes, formando nuvens de poeira, impedindo-nos de admirar o dançar e o cântico das folhas, cuja, cuja fugacidade é quem rege essa orquestra...

Essa sensibilidade quer brincar com o tempo, ao mesmo instante em que acompanha o rodopiar da varredura, a parecer querer que não se finde, para que não se aperfeiçoe o completar do sentir... então os sentimentos se compreendem, apesar de não ser simples, pois são como tinta de nanquim... 

 

Biografia:

 Marilina, nascida Baccarat, descendente de francês, nasceu em Paulo-Capital.
Musicista com especialização em órgão pela Universidade Columbia em New York. Colunista da revista Varal do Brasil.

 

 



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