domingo, 29 de abril de 2018

O Prazer de Amar


        O PRAZER DE  AMAR


   É um prazer caminhar tendo a certeza de que o amor existe...
  Caminhar ao lado de quem amamos, que gosta, também, de andar ao nosso lado, falar de suas inquietudes, alegrias e rebeldias também...
  Prosear sobre o amor, sobre a vida...Caminhar por um espaço florido, com flores bem coloridas e algumas brancas e, nele, ir inserindo as nossas alegrias, que, a cada passo andado, começa a bordar recordações...
   Já caminhei por várias trilhas e cada uma com seu toque peculiar do amor, seu extremo e conclusão...
 Mas, caminhar pelo caminho do coração é diferente, ele tem o seu bordado próprio, cada arremate nos encanta, alguns bem coloridos e outros em branco e preto...
 As trilhas do coração lembram músicas e poesias, tudo é belo ao seu derredor, claro, que, em alguns trechos, vamos encontrar o desamor, mas isso é natural e temos que saber enfrentar com amor...
  Assim, entre flores e folhas, as histórias de amor vão passando de um até outro, atravessando mares, voando como plumas, tornando o nosso caminhar dourado... Como é gostoso poder caminhar, pelas veredas do coração, tendo, na alma, a paz e a alegria...
  O porquê entristecer o coração...Magoá-lo, por quê?... Pois podemos andar, por suas azinhagas, livres, soltos, podendo ter a oportunidade de observar os pássaros, que cantam, a água, que desce pelas pedras, a encontrar-se com o rio...
 Não devemos entristecer o nosso coração, confiar, nele, é o que devemos fazer, pois não há nada mais prazeroso que caminhar por ele e com ele...Assim, sentiremos o amor fluir em suas veias...
São muitos minutos de prazer, que ficam gravados na memória do coração e cada um deles guarda a lembrança de um prazer, que ele nos proporcionou....
Verdadeiros documentos, arquivados em sua memória, que nos remete ao prazer de amarmos...São os momentos, que passaram pelo tempo e não foram percebidos, mas se eternizaram em sorrisos...


Com as batidas do coração, vamos guardando o prazer de poder amar, que voa como uma pluma, dançando com o vento...




Marilina Baccarat no livro "Sempre Amor"
















terça-feira, 24 de abril de 2018

A vida é colorível

A vida é colorível.

Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que
sonham colorido. Sonhar colorido é muito mais interessante,
pois tudo fica mais bonito. Os sonhos estão aí para definir a
vida em cores. Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer
que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam em branco
e preto.
A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada.

O importante é que todos possam tornar a vida colorível, porque
o que sonham, seja em preto e branco ou colorido, não
importa. O que realmente é importante são os acertos, para
que a vida se torne colorida.

Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto
é, fazer com que a vida seja colorível. Assim seremos mais
felizes.

A vida é muito mais que a exatidão de uma forma em
preto e branco. Vai muito além da importância de torná-la
colorida. Ela é uma dádiva e, viver, plenamente, é um presente
irrecusável, assim como é colorir um desenho.

Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles,seria
mais que uma forma em preto e branco. Essas pessoas são
muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida.

Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em
tentar colori-la. Mas os otimistas e sonhadores diriam que a
vida é para se colorir, então ela é colorível.

Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar,
junto a estes caminhos, uma vida colorida. Não é porque o papel
é branco que deve permanecer branco. As folhas brancas
estão aí para serem coloridas. E assim é a vida, colorível. Com
os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se
torna branda, bem colorida. São esses sentimentos que fazem
com que a vida seja colorivel.

A vida ganha cor para que possamos apreciá-la, para
não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes,
pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos
fazer com que a vida seja muito mais que em preto e
branco.Devemos dar cor à vida, porque ela é colorível e ser colorí
vel  é poder ter a oportunidade de colorir a vida.

Marilina Baccarat no livro "COlorindo a Vida" pg 182











Livramo-nos, pouco a pouco, dos aniquilamentos, que se  formaram em nossos corações, com a escuridão, sem a claridade das estrelas... Assim, o rio, também, se libera dos alagamentos e, na penumbra, espera o dia raiar...

Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio" que será lançado na Bienal de São Paulo, no dia 9 de agosto de 2018 as 17h00. Na av. 1 com a rua N, no stand da Scortecci.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

A arte de ser feliz

A ARTE DE SER FELIZ
Marilina Baccarat de Almeida Leão


Não podemos permitir que o cinza do inverno nos deixe de mau humor, invadindo nosso ser, achando que o tempo está passando muito rápido e não temos tempo para resolver tudo, principalmente, colocar em prática a arte de ser feliz, buscando, sempre, o caminho certo...
Deixe que os ponteiros do relógio virem rápido, como estão virando, não se intimide com isso...
Pois, o tempo voa mesmo, mas, nós temos que voar juntos com o tempo, temos que ser alados e conseguir asas termos, para podermos voar com o tempo...
O tempo voa, os ponteiros do relógio viram rápidos, mas, para que aprendamos a arte de ser feliz, não depende do tempo. Só depende de nós mesmos...
Ao contrário, parece que essa adrenalina, dessa correria toda, nos faz enfrentarmos os desafios com mais garra, com mais coragem...
O corre-corre, muitas vezes, esmaga a beleza e nos tira a felicidade, que permeia o nosso cotidiano. É uma pena, pois, eles são responsáveis por uma boa porção da nossa felicidade...
O que, muitas vezes, é um probleminha, poderá tornar algo maior e mais difícil de se resolver, se não soubermos enfrentar os obstáculos com coragem e ousadia, pois, temos força para isso...
Esperar que a situação se resolva, por si só, não adianta. Os problemas continuarão ali...
Por isso, é melhor encará-los de frente e ignorar as dificuldades, aprendendo a arte de ser feliz...

Retalhos



Retalhos

Deparei-me, hoje, com uma foto da cidade luz, Paris, e, claro, me apaixonei, primeiro, porque é uma das minhas viagens de sonho, terra dos meus ancestrais... Segundo, porque, por ali, passaram, perdidos, muitas vezes, escritores, artistas e pintores, que faziam, da sua arte, uma profissão, além de ser encontros de verdadeiras festas.
Cresci, ouvindo falar sobre Paris. E, hoje, vendo, essa foto, fiquei louca, mais ainda, por Paris... Fiquei com mais vontade de conhecer a Cidade Luz, onde os moradores não respondem a quem fala inglês e, isso, particularmente, adorei... Onde os cafés continuam os mesmos dos anos 20, onde os mercados de pulgas são caríssimos, onde se tem a impressão de que os franceses sabem apreciar a vida e amar a sua cidade. Eles têm o charme do saber viver...
Imagino que, para quem conheça bem Paris, deve ser uma delícia reconhecer as ruas, os cafés, os lugares por onde já andou... Ruas e cafés por onde andaram os meus antepassados...
Mas a gente segue, assim, admirando uma foto, lembrando dos nossos ancestrais e pensando que a vida é feita de retalhos. Em cada retalho, uma história e, ao final, um arremate. A cada história contada, aumenta-se um ponto, a cada ponto o pesponto, cada figura um personagem, cada furo da agulha, no dedo, uma pausa, uma lágrima e, quiçá, um sorriso... E a história vai sendo confeccionada do retalho, que já ficou para trás, trazendo, consigo, também a história de como chegou ali...
São retalhos de vidas, de gerações, que juntaram os retalhos e formaram uma grande colcha de retalhos.Assim é a nossa vida, minha, sua, de todos nós... Uma grande colcha de retalhos, em cada retalho uma lembrança, da infância, da juventude, saudades de tudo que passou e um retalho, que é especial: – O retalho do futuro, cheio de felicidade, com arremates de esperança.

terça-feira, 17 de abril de 2018

A Nossa Razão

   
 A nossa razão                                                                                                                                                                                                             
         Cada um de nós é responsável por construir a própria felicidade. Nós  edificamo a nossa alegria, não podemos colocar, nas mãos de outros, a responsabilidade de concretizar os nossos devaneios...Constantemente, ouvimos pessoas dizendo que não conseguem concretizar seus sonhos, porque muitos não os deixam realizar...

  Está aí a forte tendência do ser humano, de ir além do permitido, do usável, do sensato, do coerente...Lógico que nem todos são assim, mas, que muita gente age dessa maneira, ah..., isso é verdade..

  Quando nos faltar algo, não podemos viver em função dessa falta. Temos que dar uma chance a nós mesmos de sermos felizes, assim, poderemos enxergar bem mais longe, com uma paisagem bem mais bonita, da nossa razão...

 Muitas vezes, nos oferecem uma mão amiga, mas, mais tarde cobram-nos uma  atitude diferente...Tudo tem o seu limite, somos nós os responsáveis pela nossa prosperidade, pois somente nós mesmos saberemos onde encontrá-la...

Devemos fazer, para o outro, exatamente, aquilo que desejamos que façam para nós...      Muitos chegam, para agregar coisas boas à nossa vida e não para suprir aquilo, que nos falta...Tudo de que carecemos, isso somos nós que precisamos conquistar...Temos que colocar o nosso olhar, na direção da prosperidade, assim, o que parecia vazio se completará...A nossa razão, para alcançar a fatuidade, está em nossa motivação para transformar limites em novos horizontes... 

 Se assim  não o fosse, ele se perderia, se evaporaria e iria se afogar em mágoas e frustrações, não em satisfações de pura alegria, como se manifesta... Poderá sim, levar um dia ou, talvez um ano, mas conseguiremos, com certeza...

 Não podemos ser como os pessimistas, que dizem que a chuva resultará em lama. Temos que agir como os otimistas, que acreditam que ela servirá para assentar a poeira...

                                                                                                                 Muitas vezes dizemos que a jovialidade é a razão da nossa   vida...Mas depois de um longo invernopercebemos que nada poderá         fazer-nos felizes ou nos completar se nós mesmos não nos dermos a   chance  de sermos felizpor nós mesmoscom razãoou sem razão...                                         
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "E a Vida Tinha Razão"
                           

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Pura ilusão

Pura Ilusão


Somos um povo ocidental e, para nós, o tempo se torna, sempre, presente, com essa vontade, que temos de consumir, continuamente, mania de consumismo...
Achamos que ter é muito melhor do que ser... Para nós, dá-nos a ilusória sensação de poder. Dá-nos a impressão de termos segurança, mas é pura ilusão...
Dentro do nosso pensar, o ter substitui o ser, começamos, então, a pensar na velhice, nas rugas, nos cabelos brancos, na flacidez da pele...
As dores começam a aparecer, já não temos a mesma disposição, que tínhamos, quando jovens, ainda, éramos...
Aceitar a nova estação, que está chegando, o inverno da vida não é, realmente, fácil para nós que somos um povo Ocidental...
Daí, corremos para consumir produtos, que prometem retardar todos esses efeitos e são
produtos caros, mas, na realidade, a maioria não funciona...
Deixamos nossa verdadeira essência de lado, para buscar o ilusório, aquilo que fantasia a realidade...
E, assim, vamos sorvendo, em pequenos goles, a sabedoria, que adquirimos com o tempo, que, a nós, foi dado... Ele jamais será o mesmo...

Para vocês, um pedacinho de um texto que se encontra no livro "A Beleza da Felicidade"

domingo, 15 de abril de 2018

O Mundo Feito Com Amor

O mundo feito com amor.

Reclamamos sempre que o mundo não é como gostaríamos que fosse. Mas como queremos que o mundo seja? Se nos deixarmos dominar pelos sentimentos ruins, o mundo vai ficar cada dia mais triste e hostil. A convivência se tornará insustentável; os maiores propósitos da vida, a solidariedade e, acima de tudo, o amor pelo próximo, irão por água abaixo.
Se quisermos mudar o mundo para melhor, temos que seguir os propósitos da vida. Temos que dar valor às amizades de um modo geral.
As pessoas são presentes que recebemos durante a nossa caminhada nesta vida. Algumas chegam com embalagens sofisticadas, outras em embalagens simples. Existem ainda aquelas que chegam com as embalagens machucadas, às quais, muitas vezes, não damos o devido valor, quando, dentro delas, mesmo violadas, existe ali alguém com muito valor! Outras chegam registradas, pois são presentes valiosos, não podemos perdê-las pelo caminho.
Porém, a embalagem é superficial, o conteúdo é que tem valor! É com esse presente que aprendemos, crescemos, compartilhamos as horas alegres e as tristes também.
Todas somos presentes umas para as outras. É no afrouxar dos nós das embalagens, que nos desembrulhamos pouco a pouco e vamos revelando o imenso presente, nós mesmas, as amizades puras e verdadeiras.
Sempre reclamamos que o mundo não é como gostaríamos que fosse. Mas temos que querer um mundo em que a agressividade não domine a tolerância. Que a grosseria não impere sobre o respeito. Que a união seja mais forte que a discórdia. Que a educação fale mais alto que a brutalidade.
Não podemos permitir pessoas passando por cima de pessoas, lágrimas desfazendo sorrisos, desavenças destruindo esperanças. Cabe, a todas nós, fazermos, das nossas vidas, algo melhor a cada dia.
E, então, o mundo, que é de todas, será dominado pelo amor
                  Marilina Leão

sexta-feira, 13 de abril de 2018

DIGAMOS SIM AO AMOR

O amor é a respiração para nossos corações... Precisamos da paixão, que é o movimento, que nos traz o amor, por alguém, por um projeto, por um sonho que gostaríamos de realizar... Melhor, ainda, quando a paixão é pela própria vida, pois, se não houvesse a paixão, não haveria o amor, que brota da paixão... A paixão é que faz brotar o amor em nossa essência, pois, não adiantaria a calmaria do saber amar, se não houvesse a paixão...Ela é o refrigério para nossos corações. Sem a paixão, o amor não poderia entrar e fazer morada ali... Quem conhece o verdadeiro amor, é uma pessoa corajosa, pois, se ela tem a paixão, estará livre da platitude do comodismo, pois, com certeza, vivencia o verdadeiro amor e, sempre, diz sim à vida, quando há o amor... O amor é a maior das virtudes. É preciso muita audácia, para viver um amor, principalmente, quando a paixão já fez morada no coração e fez com que o amor explodisse ali, transformando a nossa vida, no mais lindo caminhar... O amor é como alçar voos, dentro de gaiolas luxuosas, e tentar se convencer de que o brilho das coisas tangíveis é muito mais bonito, que o das estrelas, que estão no céu, a brilhar...Somos feitos de muitos sentimentos e o mais importante deles é o amor, que é o transbordar da paixão, que habita em nós...    Somos constantes, graças ao amor, pois a vida é perfeita, quando há o amor dentro dela...              O amor é uma canção interna, que é cantada pela paixão...É esse anseio, que nos faz buscar o amor, dentro das trilhas da vida, aceitando o desafio de amar, sempre, por toda a vida...
Cada vez, que dizemos sim ao amor, fazemos a vida girar...  


                                    Marilina

quarta-feira, 11 de abril de 2018

A Vida Está no Ar


A vida está no ar...  por Marilina Leão                                          
      Enlouquecidas com nossas tarefas e a falta de tempo livre, esquecemos-nos de cuidar da nossa essência e nos preocupamos apenas com as obrigações.
   Corremos para pegar o ônibus e não contemplamos a paisagem do caminho, mergulhamos no trabalho e esquecemos de reservar um tempo para brincar com os filhos ou namorar o marido.
   Tem muita coisa boa para você aproveitar.
   Há sensações que vem de dentro e que precisam ser colocadas para fora.
   Assim, os dias passam e o nosso prazo de validade diminui velozmente.
   Nós deveríamos celebrar a vida diariamente.Portanto, que tal viver com mais calma e cultivar o respeito pelo tempo?
   Temos que compreender que não é possível ter e fazer tudo agora, nesse dia nesse momento!
   Muitas vezes ao tomarmos uma xícara de café sentimos um gosto amargo, mas depois que tomamos o café amargo, verificamos que o açúcar estava no fundo da xícara. Bastava mexer para que o café ficasse adoçado.
   Assim devemos fazer com as nossas vidas, quando sentirmos um “gosto amargo” é preciso refletir, revirar muitas coisas boas que há dentro de nós e deixar de fazer careta porque a vida está amarga!
   Quando achamos que a vida está amarga, não enxergamos o sorriso de uma criança, não ouvimos o cantar dos pássaros, nem sentimos o perfume das flores!
   Esqueça aquele ditado: ”de amarga basta à vida”. Ter tempo e olhos para curtir e ver o que de fato tem valor, isso sim, é viver bem!
   Faça o seu ditado: “a vida é doce” e se torna ainda mais deliciosa à medida que enfrentamos e sorrimos.
   Como já disse que “há sensações que vem de dentro”,também há sensações que vem de fora e que precisam ser  interiorizadas.
   Se o caminho que você planejou é muito longo, não se desespere com a distância que ainda falta para chegar,concentre-se no primeiro passo e caminhe firme.
   Você pode hoje mesmo começar algo novo que vai levá-la muito longe.Inicie algo novo, nem que seja uma mudança.Não resista as mudanças, nem tenha desculpas novas para dar pelo que você deixou de fazer.
   Tenha atitudes simples, mas honestas.
   O início de qualquer coisa nova para sua evolução, começa aí, dentro de você!
   Silenciosamente, enquanto você organiza seus pensamentos para mais um dia, está no ar uma nova manhã,um novo dia para você cuidar da sua essência.Tem muita coisa boa para você aproveitar.
   Esteja aberta e pronta para novas conquistas,viva cada dia da melhor maneira possível!
Marilina Baccarat no livro "Atravessando Pontes"

segunda-feira, 9 de abril de 2018

O inverno da vida

O inverno da vida é quando a velhice se aproxima, ele é nada mais do que o sequestro da primavera da existência, que é quando a juventude chega e a beleza da vida se vê em nós, com toda a sua pureza, dando-nos toda a liberdade, sem pensarmos no inverno, que, um dia, chegará, querendo ou não...

sábado, 7 de abril de 2018

A mulher nordestina

A mulher nordestina
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão

Luiz Gonzaga, nas suas músicas, cantou o Nordeste de todas as formas.
Fala da mulher nordestina, de sua força para o trabalho e sua luta... Mostra a
mulher nordestina brava e forte. Ele nos faz pensar na mulher nordestina, que
cuidava das crianças, no agreste e no sertão, mas, ao mesmo tempo, ele
acompanha o desenvolvimento dessa mulher guerreira...
Na adversidade de um momento, da terra árida, em seu vermelho, surge
uma sombra de um ser irresoluto, miragem no deserto por entre mandacarus e
palmas, união do feminino em luta contra os infortúnios, pele rachada como o
chão e olhos secos sem lágrimas, como o açude sem água no sertão... Na cabeça,
ela traz uma lata com água cor de barro e gosto de lama salgada, sem
respingar na terra ávida por ela, com ou sem gosto de nada, como a chuva,
que nem chega a cair, evapora no ar, na quentura da terra. Assim se arrasta a
mulher e o sertão, na espera da água do céu, para fazer florescer papoulas e
enfeitar os cabelos da morena em dia de ladainha, na casa de pau a pique...
.
Animada para a festa e valente para a peleja. Assim é a mulher nordestina
de Gonzaga...
Dizem que Gonzaga era machista, pois, uma das músicas dele, fala sobre
a Paraíba e ele canta: – mulher macho, sim senhor... Mas penso que não,
pois há músicas, dele, que falam da mulher de cintura fina, da mulher rendeira,
pois a renda de bilro é o que toda nordestina sabe fazer e muito bem... Apreciar
o toque da sanfona, então, é o que a mulher nordestina adora. Ela é festeira
por natureza. Ele traz, em suas músicas, a mulher parteira do nordeste, que
sempre trabalhou para ajudar a vir, ao mundo, os bebês, sem receber nadinha
em troca... A música nos mostra esse respeito pela mulher parteira, o respeito
por sua ancestralidade...
A mulher nordestina cria seus filhos e ainda ajuda a criar filhos, que não
têm mãe... A garra da mulher nordestina é admirável... Ah, se todas nós tivéssemos
um pouco dessa mulher guerreira, batalhadora. Saberíamos andar pelas
alamedas do coração, tal qual elas andavam e andam no agreste e no sertão.
A nordestina tem, com ela, essa coisa da alegria, da festa, gosta de se divertir
e sabe aproveitar o presente, não pensando no futuro incerto, que virá...

Escrever

ESCREVER...
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
Escrevo o que sinto, o que quero. O silêncio insiste em ficar, pois, já é noite e eu, simplesmente,
deixo vir o silêncio, preciso dele.
Ao deixar que a alma fale, nem sempre evitamos a lama, os respingos, as armadilhas. As asas
presas, na falta de esperança, impede que possamos alçar voos altos, a nos expor em lugares trôpegos.
Minha alma insone insiste em escrever. O escritor não pode pensar que o que escreve será
visto como bom ou ruim. Não pode pensar que será endeusado, emoldurado. Escritores escrevem
para si mesmos, escrevem para entender a vida, que não vivem, escrevem para entender a eles próprios, pobres coitados, aturdidos, solitários à procura de si mesmos.
Fecho os olhos e deixo que o silêncio invada a minha alma, que as minhas asas se soltem e que
a esperança me faça alçar voos altos, indo, com a imaginação, a lugares trôpegos, que mesmo me
arrastando, vou à busca de personagens.
Meus dedos deslizam pelas páginas em branco, em meio à escuridão e ao silêncio da madrugada.
Minha alma insiste em escrever.
Escrevo para mim e para que outros leiam e entendam, pois o escritor deseja que seus escritos
sejam assimilados pelos leitores.
Sinto a vida pulsando nas artérias da minha mente, como se fosse uma transfusão de calma, em
meio à alegria de colocar no papel o que a alma fala. Ela fala de calma, transmite serenidade, fonte
de calor inesgotável.
A alma do escritor é assim:- uma arte de transformar o belo em palavras, sentimentos em letras,
unindo tudo em torno de uma imagem, que o poeta e escritor imaginam e transferem para o papel.
Alguns dizem que é loucura, mas o mundo precisa dos loucos, dos que veem poesia no que não há.
O mundo precisa deles, para trazer a beleza das coisas simples, travessadas de filós e rendas, tornando coisas banais em nuvens de organdi.
O olhar do escritor nos faz olhar para dentro, nos faz ver o que não víamos, transmuda, transcende,
transforma. Sem poesia, o que seria da vida? Sem o apurar das palavras, o que seria da língua?
Um poeta não precisa fazer mais nada, só poetar. Essa é sua missão. Mudar o mundo através da
beleza, que só ele vê e é capaz de mostrar a todos os mortais...

sso é o que a poesia nos ensina e muitos poucos aprendem.

A mulher e a Estrela

A MULHER E A ESTRELA
Por Marilina Baccarat de Almeida Leão
Por uma porta aberta, olhava a bela mulher de cabelos cor de fogo e mãos com dedos
compridos, os olhos perdidos, buscando, no céu de fim de tarde, quando a noite já
começava a cair, uma estrela. Aquela estrela, que sempre parecia aumentar o brilho, para
que ela, encantada, pudesse estabelecer um diálogo com a Estrela.
Ao encontrá-la, abriria um sorriso, daria uma boa noite à estrela e a conversa começaria,
como qualquer outra, contaria do sol ou da chuva, da família e das amigas, quando
cansasse, sentaria no batente da porta e respiraria fundo o cheiro do jasmim... Várias vezes,
descreveu, para sua amiga estrela, o que era o aroma, só que não adiantava muito,
pois a estrela não entendia...Descrevia a aspereza da terra e a maciez da grama, do gosto
salgado da lágrima, do doce da fruta, do amargo do jiló, do gelado do sorvete. E então
a confusão estava feita:- O que é sorvete?
Sorrindo, a mulher dizia:- Esquece e me fala do que você vê. A estrela então dizia:-
Daqui, durante o dia, posso ver pouco, pois o sol me bloqueia, vejo nuances de cinza,
pontos coloridos, indo e vindo, lentos ou rápidos demais, os ruídos são tantos que me
confundo, houve uma vez que quase caí, um vento muito forte passou por mim, senti um
cheiro estranho, minhas amigas, que estão aqui, há muito tempo, disseram que são aviões
de guerra, senti o cheiro da morte, você já sentiu esse cheiro?
A mulher respondeu que sim, mas, não queria falar sobre isso, era triste demais, não
a morte em si, mas, sim, como se morre na guerra...
Para aliviar a tristeza da voz, que sentiu da mulher, a estrela então começou a falar:-
agora mesmo vejo muito bem, você e seus cabelos vermelhos, o branco do que se chama
jasmim, e muitas luzes, que, daqui, parecem iguais a mim. A senhora então sorriu
com a gentileza dela e descreveu que, da terra, ela via a estrela com um enorme brilho,
que a distância fazia com que ela parecesse uma fada ou um anjo. A estrela ficou feliz e
disse que poderia vir à terra morar e ser vizinha da sua amiga, sentir os cheiros, a aspereza
da terra, o gelado do sorvete e o perfume do jasmim, sentir a vida...
Sábia, a mulher de cabelos vermelhos lhe explicou que, se ela viesse, maravilhoso
seria, contudo, como conseguiria voltar ao céu?
A estrela então respondeu que não poderia voltar, pois, na terra ficaria, mesmo que fosse jogada ao mar, onde nasce a lua. Ainda, assim, não retornaria e nem sequer estrela do mar se tornaria...
Então a doce senhora lhe pediu que no céu ficasse e iluminasse as noites escuras,junto com a lua e no dia em que, do céu, ela visse um rasgão de luz, correria e a abraçaria, juntando assim o céu e a terra em poesia única, onde a grama macia a faria repousar sobre os olhos de suas companheiras do céu...E então, eternas, na terra, seria a mulher e a estrela...

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Reescrever sua história

Mesmo que as lágrimas atrapalhem a visão, que as pessoas digam não, que o tempo e o vento sopre para outra direção...Ainda assim, você pode reescrever sua história.
Marilina Baccarat de Almeida Leão - escritora brasileira

domingo, 1 de abril de 2018

Tempo do Amor

 TEMPO DO AMOR

           Constantemente, me perguntam: -Há quanto tempo existe o amor? -Ele vive naquele lugar interdito, onde não podemos alcançá-lo, só senti-lo.  Por quê? Não sabemos, pois o amor tem o seu tempo certo de chegar...
          O amor tem o tempo em que o mundo foi criado, não importa quanto tempo ele tenha. O que importa é poder senti-lo bem junto a nós...
       O amor tem o tempo em que os sonhos começam a nos acariciar, com seu vento doce, que bate em nossa face e nos leva até às alturas alcandoradas...
        O  tempo  do  amor  é  quando  começamos a olhar as coisas com mais beleza, na calma da natureza, com interesse de caminharmos crescendo, sempre, no aprendizado de sabermos amar, com o tempo que, a nós, é dado... Tempo de aprendermos  acarinhar e sermos acariciada, com todo o tempo do mundo...
        Quanto tempo tem o amor? Não é preciso marcar o tempo com os ponteiros do relógio, que giram sem parar, pois, o amor tem o seu tempo de surgir...Ele não respeita o relógio...
       As concretizações, que o tempo do amor nos oferta, muitas vezes são nossos lauréis, em outras vezes, são lágrimas, que derramamos pelo caminho, ao ver nosso amor extinguido...Mas, o tempo do amor supera tudo isso, seja tempo de vitória ou de derrota...
          Que importa há  quanto tempo existe o amor, se tudo é amor em nossa vida. Podemos viver livres, sem medos, porque carregamos a força de nossos desejos e a experiência de que aprendemos a amar, no tempo do amor...
      Um  dia,  quem  sabe,  poderemos  nos dar conta  de  que  andamos  inventando  muitas histórias para nós mesmas. Isso, para justificar nossas escolhas, nossas frustrações, no tempo do amor, que não tem tempo...
       No tempo do amor, construímos teorias, manipulamos lembranças do passado e até inventamos casos. Mas, com o tempo, vamos perceber que, no tempo do amor, não cabe mais desculpas, pois, na torre, na qual se encastela o amor, ela nos protege de tudo e vivemos novas experiências, pois, a porta do castelo, que é o tempo do amor, esteve sempre aberta para nós...

 Então, o porquê de nos preocuparmos com quanto tempo existe o amor, se ele vive em nós e nós nele...  
Marilina Baccarat no livro "Sempre Amor"
  

Do Nada...

DO  NADA

           Acabou o amor naquele momento, veio o assombro  e  a  alegria  acabou... Naquele instante, tudo acabou do nada e de tudo, só restou o nada...O dia ficou como  um breu, uma noite sem estrelas e sem luar, a quebrar o coração dorido...
          Então veio o choro, a discórdia e nossas mãos, que estavam sempre unidas, vieram a tremer. E da ambição do amor, surgiu o medo de não mais ter o amor, que sempre tivemos...
         Naquela hora, então, veio o silêncio a calar nossos corações... Vontade de poder viver, não do nada, mas de todo o amor... Veio o temor...
          Naquele instante, senti o silêncio, que vinha de dentro de você. E o pranto brotou nos seus olhos azuis, como o céu, fazendo com que os meus lacrimejassem, sem cesar, também...
        Os meus olhos se afastaram dos seus. Meu corpo, do nada, também se apartou do seu...
        Dos braços, que de tudo  me abraçaram, por longo tempo, agora, do nada surgiu o adeus...
        Do nada, para mim, o mundo acabou e somente senti o barulho do mar, com suas ondas gigantescas, a parecer querer me sufocar...
           E do nada, senti o grande sofrimento do vazio do amor, que, para mim, parecia ser eterno e, agora, do nada, apenas  sinto o adeus, que deveria ser do nada, mas é do tudo...
           Das intermináveis horas pressentidas, do nada, lembrei-me das promessas calorosas, ditas ao meu ouvido, com ternura...
        Do nada senti-me órfã, pois, sem amor, do nada, não somos nada e nem  tudo  podemos alcançar, sem o amor. Pois, ele poderá vir do nada, mas, nos transportará com tudo, para o amanhã...
        Nada restou dos infindos momentos em que vivemos esse grande amor, que surgiu do nada e tudo se transformou... Agora, trago a chama em meu peito, das promessas, que vieram do tudo e agora são nada...
        Como viver sem esse amor, se nada, dele, restou em minha essência...O porquê não sei. Pois, somente sei que seu perfume ficou impregnado na minha pele...  Um amor, que surgiu do nada e tudo transformou, dando-me  alento,  mudando  o rumo...

Do tudo, esse amor chegou pelos caminhos, que percorri...Mas, depressa, do nada se foi...
        Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Sempre Amor"  

Como o Rio

Nossas mentes são imaginárias. Elas são feitas de verdadeiras quedas de água, de onde só transitam nossos anseios, tanto de alegrias, como de tristezas... Corre, como um rio, que desce pelas cordilheiras, lavando as pedras. Assim, elas estão com seus umbrais sempre enfeitados, com rosas, que, agarradas às paredes, dão a volta na porta, enfeitando-a... Tal qual o rio, a nossa imaginativa voa longe, como se tivéssemos um barco a navegar em nossas águas serenas... Ali, como um rio calmo, vai correndo a paz, diante dos raios de sol, que refletem em nós... Dentro, da nossa inventiva, há toda a beleza do mundo... Ali, o nosso barco navega em águas tranquilas.. Os ventos ateiam uma suave brisa, acalentando as sombras de amarguras, que poderão aparecer, vez ou outra... Quando a vaga tormentosa, desse mundo nos aturdir, não nos importaremos, pois estaremos descendo rio abaixo, sempre a favor do vento... Em certas curvas, que o rio faz, parece-nos que estamos em um labirinto, onde os sentimentos se perdem, mas, logo adiante, se encontram, para abarcarem a nossa ventura, sempre decaindo rio abaixo, atrás das alegrias, que a vida nos oferece... 
Quando paramos o igarité, deparamo-nos com avenidas coloridas, onde, ali, moram as alacridades e os regozijos... Nessas alamedas, encontramo-nos com nós mesmos, em meio às flores, que brotaram de tubérculos, que estavam intumescidos, onde o céu é bem azul e nós passamos o tempo todo cantando as nossas prosperidades..., assim, como o rio, que canta, quando desce as serras, batendo em suas pedras... Dentro de nossa essência, ali, prendemos todas as nossas satisfações... Porque o rio é assim, corre desde o alto das montanhas, até o vale da ribeira, até desembocar no mar... É esse mar, que nos traz veloz a nossa serenidade... Ali, não há dor, somente amor... Esse rio sabe ser doce como mel... Ele é feito de esperas, é um botão, que floriu em plena primavera... Pequeno grande rio, que sabe espalhar encanto, por suas águas abrandas, distribuindo afagos, com os raios derramados pelo sol do amanhecer...
Marilina Baccarat no livro "Corre Como Um Rio"

quarta-feira, 28 de março de 2018

Certezas, sempre

Em Busca De Certezas
O simples nem sempre é simples... Certezas?...
Certeza de nada, pois, o difícil, muitas vezes, é fácil, o feio, às vezes, é lindo!
O belo, muitas vezes, é horrível, medonho! Mas vamos em busca da certeza de que existe o verdadeiro amor...
Em gaiolas aprisionadas, não está o amor... Em florestas, quem sabe? Elas podem até ser prisões do amor, pois,verdades nascem para serem ditas, apesar de que nem sempre são benvindas.
Os ouvidos se acostumam às mentiras, que dizem que não há amor, pois, elas inflam o ego e são o que não desejamos ouvir...  Não queremos ouvir que o amor está logo ali, ao alcance de nossas mãos e precisamos alcançá-lo...
Podemos ter a certeza, tal qual o ar que espiramos,
que o amor existe, é só buscá-lo... Em gaiolas, ele não está aprisionado...
Certezas podemos ter, sabemos o que pensamos, claro que hoje pode ser diferente do amanhã, mas, o amor está hoje aqui, como podemos encontrá-lo, também, lá, mais à frente, quem sabe?
Assim como o céu, estando azul agora, poderá se transformar em tempestade no próximo segundo, assim o amor poderá aparecer e poderemos vivenciá-lo. Tudo é instável e incerto, mas o amor não!
Podemos ter a certeza de que, mesmo que as estrelas não apareçam à noite, o amor aparecerá, com um sorriso, que jamais poderá ser mau... E uma lágrima de ódio ou inveja não surgirão, pois o verdadeiro amor não pode sufocar um abraço e, muito menos, impedir que um olhar seja carícia...
Nem tudo é o que parece, mas, tudo o que não aparece,é certeza de que o amor está vivo! Ou isso não é uma certeza?

Marilina Baccarat de Almeida Leão.

domingo, 18 de março de 2018

Lançamento do Livro "Corre Como Um Rio" na Bienal, em São Paulo, no Anhembi em agosto

Não existe obstáculo, nesta vida, que o ser humano não seja capaz de superar    Muitas vezes, as pessoas costumam se esconder atrás de suas limitações e sentimentos, impedindo que os outros possam, realmente, entender o que se passa com elas...                A vida é como a água do rio, que desagua no   oceano, bela, imensa e profunda...

A água é humilde, flui sem temer as quedas, ninguém a consegue controlar... Assim é a vida. Partilha, com a água do rio, a ondulação, a irregularidade, os altos e baixos constantes, que nos elevam ao mais alto ponto e ao mais baixo em, apenas, alguns segundos. Tal qual o rio, a vida tem suas ondulações, lutas e calmarias...                                      
Por isso, as aparências nos enganam. Que bom seria se cada um tivesse a coragem de ser como as águas do rio, com a valentia de contornar os entraves e dizer o que, realmente, é e de dizer o que pensa, colocando tudo, para fora, o que, realmente, sente...
Deixariam de ser, apenas, aparência e mostrariam a sua essência.... Fluiriam como as águas calmas do rio, que não se preocupam com sua aparência, querem, apenas, sentir sua profundeza...

As águas do rio, em analogia à vida, têm inúmeros perigos, mas não nos afastamos dele. Gostamos de admirar sua beleza, sua fúria e calmaria, também. Pois as suas riquezas são o que nos atrai e nos fixa mais a ele...

Assim é a vida. Deve ser compartilhada tal qual a água do rio, que desce para o mar e sabe superar os estorvos e não vacila diante de passagens perigosas... O fluir das águas do rio, em paridade com a vida, têm inúmeros perigos..., jamais conseguiríamos não viver a vida, pois ela nos atrai pelos seus perigos e pelas suas opulências...                                                         
                                                                                Marilina Baccarat no livrp "Corre Como Um Rio"


sábado, 10 de março de 2018

As sombras

No pranto amargo, de seus olhares, as sombras não poderão permanecer, pois, as alegrias, que as faziam animar-se, trazem, com elas, o conforto, e o dia enxuga seus prantos, que, muitas vezes, tiveram nas sombras dessa noite escura... Quando a noite começa a esconder o entardecer, as pessoas descobrem que estão com saudade da luz,
e, então, os vales e as colinas se transformam na falta dessa luz, que são cada vez mais mirabolantes, mais ostentosas, que transformam, a moderada atmosfera, no alegre cenário de uma verdadeira festa... Mais que uma festa, parece uma forma de resistência...  Resiste-se ao escuro, luta-  se contra aquela sombra misteriosa, que está no fundo de cada um de nós, contra as trevas, que, cedo ou tarde, nos esperam...
Marilina Baccarat de Almeida Leão ( no livro "Corre Como Um Rio"

quarta-feira, 7 de março de 2018

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Que maravilha para nós termos ao menos uma época:"O dia internacional da Mulher".
Melhor será, então, quando todas as mulheres tiverem a sua importância reconhecida na rotina do seu trabalho ou da vida em família, o ano inteiro.
Mas para que tudo isso se torne uma realidade, ao contrário do que muitas mulheres pensam, não depende dos outros, dos maridos, dos filhos, dos pais.
Depende da postura de cada uma diante de si mesma, do valor que credita para a sua pessoa.
Portanto, seja você cada vez mais "senhora do seu destino", sem querer competir com os homens, nossos companheiros de jornada nesta vida, e sim, caminhando ao lado deles, amando e sendo amada!
Por isso, grande mulher, nunca tema o seu poder. Exerça-o com naturalidade, amor e sabedoria!

UM FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER, COMEMORADO NESSE DIA 8 DE MARÇO. COMO MULHER, ESPOSA, MÃE E AVÓ,DEIXO AQUI O MEU FORTE ABRAÇO PARA TODAS AS AMIGAS, E PARA TODAS AS MULHERES DO MUNDO!
Marilina Baccarat de Almeida Leão





domingo, 4 de março de 2018

Somos como o rio

Livramo-nos, pouco a pouco, dos aniquilamentos, que se formaram em nossos corações, com a escuridão, sem a claridade das estrelas... Assim, o rio, também, se libera dos alagamentos e, na penumbra, espera o dia raiar... Somos como o rio, com nossos olhares surpresos, mordazes, pareciam, certamente, que saíram diretamente do coração... Conforme a noite passava, procurávamos entender o que teria acontecido com o rio, pois tudo estava silencioso, somente o barulho dos barcos, batendo uns nos outros, quando passava uma rajada de vento... Mas, ao amanhecer, suas águas começaram a se agitar, vindo com força da cachoeira. Então, os barcos, que, lá, estavam ancorados, começaram a navegar e tudo se fez novo, o dia e o rio... 
Marilina Baccarat no livro (Corre como um Rio)

sábado, 3 de março de 2018

A favor do vento

Os ventos ateiam uma suave brisa, acalentando as sombras de amarguras, que poderão aparecer, vez ou outra... Quando a vaga tormentosa, desse mundo nos aturdir, não nos importaremos, pois estaremos descendo rio abaixo, sempre a favor do vento... 
Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "Corre Como Um Rio"

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Quem sabe mudamos

Quem sabe mudamos

Quem sabe, talvez, o que tenha mudado não tenha sido nós, mas, a forma como enxergamos, hoje, o desprovido, dentro de nossos sucessos... Hoje, sabemos que as vitórias, muitas vezes, estão, realmente, escondidas em algum canto de nós mesmos. Estamos à espera delas, por nossa conta e risco... Portanto, ao invés de desesperarmos, temos que ter a calma, que vem da alma, pois, ela traz a efervescência e a busca pelos aclamas do passado e não pelo fracasso, que, muitas vezes, nos apavora... As vitórias chegam bem no meio do verão... O fracasso aparece bem no meio do inverno... Sabemos que as conquistas virão, e muitas. E são importantes, desde que sejam invades construtivos... Todas as vitórias têm o seu valor, mas, daí, a serem erradas, seria um grande erro... Pois, usurpas jamais serão erradas... Elas são, sim, um aprendizado para o nosso eu. Podemos até mudar algo, que, em nosso eu, ficou no passado... Achamos que estavam erradas, mas, podemos reinventá-las, sem que elas passem incólume por nossas vidas... No caminhar dos aplausos, são aprendizados para acostumarmos com nós mesmos... Tão iguais e, no entanto, tão diferentes do que fomos...
O Encanto do mundo
Será que conseguiremos impedir a extinção do encantamento, que sempre houve no mundo, sem que tenhamos muito trabalho? Claro que sim, não é impossível, pois o encanto sempre haverá... Ele nunca estará ameaçado de extinção e poderá, com seu encanto, que nos encanta, sempre nos encantar. Basta, para isso, deixar vir, tomar conta do nosso eu e nos encantarmos com o mundo... Existe, por todos os lugares, em que passamos, encantamento, que nos encanta... Se os nossos olhos se voltarem para o mar, vamos nos lembrar que há, ali, seres gigantescos, como a baleia, a nos encantar... Eu nunca tive a oportunidade de admirar uma baleia, mas, se a visse, certamente iria me encantar, primeiramente com o seu tamanho e depois com a doçura, que há nela, apesar de muitos acharem que ela é violenta por ser enorme! Quando éramos menina, tínhamos muito medo de baleias, porque contavam, a nós, a história de Pinóquio, que havia sido engolido por uma baleia...
O mundo natural, em que vivemos, está sendo esmagado pela atividade humana, poluição e exploração de toda a espécie de animais... Mas, se continuarmos a admirar o encanto do mundo, ajudaremos, e muito, a preservar todo o encanto, que há dentro do encantar do mundo... O mundo tem seus encantos e nós, o nosso encantar pelo mundo afora, pois os encantos, que há no mundo, nos fazem ficar encantados de nós mesmos, ao darmos conta dos encantos existentes no mundo, que sempre existirão... Encantamo-nos com as flores, com os pássaros de várias cores, com o nascer de uma semente, que plantamos e já está se tornando uma plantinha, que, logo, dará flores... O mundo com seus encantos e nós com os encantamentos, que o mundo oferece aos nossos olhos, nos encantando com todo esse encanto... Tudo tem o seu tempo: Há tempo para o inverno, o verão, o outono e a primavera... Quando está chegando a primavera, sabemos que, em breve, as flores irão surgir, as sementes, que plantamos, em outras estações, agora vão brotar em flores mil, será um colírio para os nossos olhos e nos encantaremos... No outono, é chegada a hora dos beija-flores aparecerem, eles costumam vir, somente, nessa estação, para nos encantar... No verão, então, temos vários tipos de pássaros, que vêm de todas as partes, para nos encantar, pois, aí, está o encanto do mundo...
No inverno, lá vem o João de Barro construir sua morada e lá está ele todo feliz, formando sua família, todos protegidos do frio. Se quisermos saber de que lado virão os ventos e a chuva, basta olhar a casa do João de barro, ele coloca a porta, justamente do lado oposto ao vento... São encantos e mais encantos, para que possamos nos deslumbrar e nos encantar, no encantar dos encantos do mundo, que habitam em nosso olhar, enchendo nossas vidas de encantamentos... Estão, aí, alguns encantos, que o mundo nosmostra, para nos encantarmos com todos esses encantos, que a vida nos oferece... É uma pena que não são todos, que sabem sentir o encantar pela beleza do encanto, que há no mundo. Não sabem se encantar... Nossos animais, plantas, oceanos, florestas, solos e rios, estão sendo sufocados com fardos imensos de exploração, pelo ser humano... Mas, podemos reverter tudo isso, ensinando, nossas crianças, a preservar a natureza, a saber se encantar, com o encanto da vida, tudo isso, que o mundo nos oferece, o encanto... Agindo, assim, o mundo deixará de ser sombrio, os animais selvagens viverão livres na floresta, sem ter um caçador atrás deles... Deixaremos de ter medo do lobo mau, como a chapeuzinho vermelho, caminharemos livres! Os peixes, nos oceanos, não estarão se esgotando e nós não estaremos perdendo fontes de alimentos ricos, para nossa sobrevivência...
A natureza é resistente, mas, temos que prover espaços seguros para que ela nos encante e nos mostre, cada vez mais, a beleza, que há nela, assim, seguiremos, encantados... Como é agradável poder admirar o encanto da vida, sem esquecer do sorriso de uma criança, das borboletas, que dançam livres, com seu dono, o vento, dos trinados dos pássaros... Aqui, por exemplo, na pequena Londres, as andorinhas chegam no verão e se acomodam nos fios elétricos, tal qual uma partitura musical... Se tivéssemos a oportunidade de colocar, em uma pauta, a posição em que elas se encontram, daria uma bela melodia, formariam um coral e o regente seria o tempo, pois, quando o frio chegasse, certamente, iriam procurar abrigo em um lugar mais quente!
Poderemos, se quisermos, valorizar o encanto do mundo e nos encantar, com o encanto, que a vida nos oferece. Basta, para isso, querermos nos encantarmos de nós mesmos...

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Caminharei por caminhos áridos, tendo, como companhia, a audácia... Afastar-me-ei de mim mesma, perder-me-ei nas trilhas da solidão, pois, é ali, que me encontro, de onde observo um jardim secreto, com acesso ao templo, que há em mim... Medo?... Sim, o tenho... Mas posso perfeitamente entender, que o pavor mora lá e a coragem vive em mim, dentro desse templo, para sempre...
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)
No livro  É Mais Ou menos assim "

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Manter-se jovem não é escolher, sempre, a opção mais segura e, sim, enfrentar as dificuldades com a ousadia da juventude...  Estar jovem vai além de se sentir bem. É, simplesmente, não deixar de fazer o que tem vontade só porque se acha maduro demais para isso... Veja, por exemplo, como os jovens, de hoje, vivem. Se chegarmos, em uma balada, como eles se referem, aos bailinhos de antigamente, vamos observar que, a metade das mocinhas, estão com um vestido de elastano, bem apertado... Já, a outra metade está com uma regata branca, ou um top e, por cima, uma blusa transparente, enfiada em uma minissaia, embalada a vácuo ou short bem curtinho, aparecendo as nádegas... Usam o mesmo perfume, mas, até aí tudo bem, pois o uniforme faz parte da festa... Mas, em épocas passadas, não se via isso, as moças usavam salto alto com meia fina, vestidos cinturados e, na altura do joelho... Usavam bolsa e luvas nas mãos... Do outro lado do salão, não muito distante, os homens com uma camisa polo, com o número 43 nas costas e um cavalo gigante no peito, um perfume insuportável, a barriga saliente, mas, estão com as moças mais bonitas da festa... Não dá para entender, mesmo... 
Alguns gastando o dinheiro, que não têm, outros, gastando por gastar, pois não conseguem as moças mais bonitas... Outros se sentem diferentes daquelas pessoas... Instruídos, a segurar um copo na mão, seguem seus caminhos em busca de algo, que, no fundo, sabem que, realmente, não os levam a lugar algum... Pensam, que companhias, que não fazem bem, são falsas, sendo que valem muito mais, que uma boa conversa, sincera, com a menina menos atraente da festa... 

Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro   "É Mais ou Menos Assim."


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018


Sair de um sonho confortável para enfrentar a luta, pelo desconhecido, amedronta. Mas, se quisermos seguir sonhando e ter a oportunidade de realizar nossos sonhos, devemos abraçar nossas conquistas. Mas, necessário se faz, termos iniciativa e ir à luta.
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

ERROS ACERTADOS

Muitas vezes, andamos ansiosos com os erros, que predisseram as nossas passagens pelos alvitres da vida...
 Sentimos que os deslizes fazem-nos tropeçar, embora, às vezes, sintamos, também, uma insegurança, ao pensarmos nas cincadas, que passaram...
Quase, sempre, pegamo-nos pensando: Será que não deveríamos ter atuado de outra maneira?... E, assim, os deslizes do passado vão aflorando e nos sentimos inseguros. Pensamos, então, que não fizemos como deveríamos ter feito...

 Mas, todos os lapsos vêm com essa dúvida, essa insegurança, apesar da certeza de termos operado certos...

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

SOMOS COMO O RIO

SOMOS COMO O RIO


É fácil, nos dias de primavera ou verão, deportar esse espectro das marés violentas, para as extremas fronteiras das nossas compaixões, pois somos como o rio, ele, também, tem suas lástimas... Suas águas são luminosas. Mas, quando o sol se afasta, ao findar do dia e o crepúsculo chega, com suas noites geladas, suas mágoas são profundas... Ele sente sua fragilidade, ao ver os barcos ancorados e tudo se torna nostálgico para aquele rio...  Assim, somos nós, sentimos a nossa debilidade, quando a gélida noite chega e nossos dós começam a mostrar-nos a triste cena da escuridão, em nossas vidas... Tudo, então, se torna mais difícil, somos tão frágeis quanto ao rio. Qualquer barulho, nessa obscuridade, transforma-nos em pedaços. Nossos corações se modificam em fragmentos de tristeza, pois a noite é melancólica... Somos como o rio, ele com suas águas estacadas e, nós, com nossos sangues parados em nossas veias, esperando a luz do raiar do sol...