sexta-feira, 24 de maio de 2019

       Tempos de alegria
                                                                                    Momentos são efêmeros
                                                                                    Como nossa existência
                                                                                    Instantes que são ásperos
                                                                                   De grande abrangência
                                                                                      Marilina Baccarat

Há um certo tempo, em que a alegria bate à nossa porta, com toda a intensidade... Sabemos que os momentos são efêmeros, não podemos deixar passar, como a própria existência passa, voando... Quantas vezes precisamos sentir um novo perfume, com urgência, de uma nova alegria... Somos colocados entre o passado e o presente, entre a velha e a nova satisfação, entre a antiga e a atual... Muitas vezes, vemo-nos entre o que nos dá a paz, aconchego e aquilo que nos causa o máximo de adrenalina, misturada ao êxtase da alegria... Podemos contentar-nos a ver tudo como sempre enxergamos, ou arriscar-nos a ver além... É uma escolha e cabe, somente a nós, continuarmos com os velhos hábitos, uma velha certeza de que já sabemos como tudo continua: Tudo é sempre igual...
Temos que nos atrever a adaptarmos ao novo, em um novo despertar para uma nova alegria, com uma nova sensação de termos dormido num lugar e acordado em outro, com novos ares... Novas percepções... O presente nos assusta, o passado nos aprisiona, quase sempre. Usar o silêncio da nossa essência, a nosso favor, é o que precisamos fazer, para que a alegria volte a habitar em nós...
Não queiramos mais repetir o passado, já sabemos exatamente onde estivemos e que ele não vai nos levar a lugar algum... Façamos algo que nos transborde de regozijo, não olhando para trás... Não escutemos quem não sabe o que é ter alacridade... E vamos adiante... Não podemos deixar escapar as oportunidades, que os regozijo oferecem: – Momentos de sermos felizes...
Se, por um acaso, a porta travar e não pudermos abri-la, para que, naquele momento, a ledice entre, precisaremos correr e dar um jeito para que ela se abra e possamos, com muita emoção, deixar que a satisfação entre e faça morada em nós... Sejam quais forem os motivos, pelos quais as portas se fecharam, teremos a aspiração de conseguir abri-las. Não podemos esquecer de fechar as janelas, para que a jovialidade não saia por elas...
O que não devemos fazer é deixar que a veleidade tome conta de nós e, com isso, permanecermos atrás da porta, observando aquele momento de alegria, indo embora, quem sabe, para sempre... Precisamos entender e aceitar que ímpetos são efêmeros e passam voando. Assim, também, as ledices passam, como se fossem um avião a jato...
Tempos de exultações têm seu jeito, seu instante de aparecer. Mas, nós temos nossos valores e entendemos que a aleluia, também, tem seu jeito de aparecer em nossas vidas, o que não podemos é perder os momentos em que ela aparece e a emoção, que sentimos, quando ela toma a nós...
É preciso um esforço consciente, para não permitir que o sofrimento nos torne cegos à generosidade da vida, não admitindo que possamos aproveitar o instante de sermos felizes... Sempre é possível recuperar a alegria de termos temporadas de exultações, basta que desejemos isso com toda nossa vontade de sê-las... Do mesmo modo, quando a dor, em alguma hora, se apresentar, devemos encará-la de frente, vivenciando-a, porém, com o sentimento interior de que ela, também, passará. Teremos, então, a emoção de poder sentir a felicidade bem de perto... As velhas portas se abriram, mostraram-nos os caminhos, fizeram-nos olhar, à nossa volta, buscando encontrar, no cotidiano, cobiças, que nos encheram o coração de regozijo..., são atos, que devem ser repetidos, diariamente, quando a tristeza e o abatimento tomam conta do nosso ser...
A genealogia fez-nos ver que é preciso um esforço consciente para não permitir que as amarguras do sofrimento, que, vez ou outra, nos abatem, nos tirem a ventura de viver... Um lampejo de perplexidade poderá até passar pelo nosso olhar, mas estaremos percorrendo um caminho, que já exploramos mil vezes... Conhecemos todas as subidas, todas as curvas, todos os obstáculos; pressentimos, principalmente, o destino; mas, nunca desconfiamos que pudesse haver um desvio... Galgamos montanhas, pois queríamos saber quem éramos. Temos a impressão de que percorremos sempre o mesmo trecho, conhecemos as paisagens e, agora, não aceitamos a história? Ninguém sente as mesmas veleidades, ninguém ama da mesma forma... E essa é a beleza do viver, pois, ela nos ensinou assim: Podemos ter tempos de puras alegrias e encontrar a felicidade dentro desses períodos, abrindo a porta para ela entrar...
Sentiremos conjunturas de emoções tão grandes, que nos vestiremos de alegria e ela cairá em nós, como uma roupa feita sob medida...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Velhas Portas"

terça-feira, 14 de maio de 2019

As mães nunca morrem, apenas saem de cena, apagam as luzes e fecham as cortinas, nos deixando sozinhos no palco da vida... E, a bruma que desce, envolvendo o momento,  encobrindo nossos olhos, do que antes era visível e, agora é impalpável...Em nosso eu, retumba, antigos sons, contando-nos histórias antes de dormir, ou chamando-nos para o banho...Dizem que tudo passa, mas, as mães não passarão... Elas apenas  entardecem junto com o pôr do sol...Mas, estarão para sempre junto à nós, caminhando pari passu, com a nossa alma e nosso coração...


Marilina Baccarat de Almeida Leão
Escritora brasileira



domingo, 12 de maio de 2019

Sempre passeio pelas alamedas da internet e, sempre, encontro referências em meu nome.
Para o escritor é muito gratificante,  pois nós  queremos alcançar os corações das pessoas.


sexta-feira, 3 de maio de 2019

Uma sinfonia... 
Ao chegar, em São Paulo, senti uma sinfonia não tocada por uma orquestra, que segue a pauta, mas, uma sinfonia, que só, aos meus ouvidos, era possível escutar... 
Conforme o taxi corria, fui me lembrando por onde, outrora, andei, sentindo a minha infância jun¬to a mim... As mesmas ruas, que andei no passado, me mostravam, agora, um amor sem fim, que ficou no passado. Ruas por onde caminhei, ora andando com minhas próprias pernas, ora andando de bici¬cleta, juntamente com as amiguinhas. Recordei, em cada passo, que dei, como se fosse um filme passan¬do em minha memória, as mesmas cenas, que vi, na fase da infância. Elas me mostravam, agora, a mesma rua por onde caminhei, com o papai me levando para a escola, passando em várias casas para dar carona às minhas coleguinhas... Bastava buzinar e lá vinham elas correndo, com a pasta e a lancheira nas mãos, pois, naquela época, não se usava mochila. Usáva¬mos boina e, ao correr, muitas vezes, a boina caía e elas tinham que voltar para pegá-las. Genuflexas, no banco de traz do carro, íamos olhando a paisagem... a sinfonia continuava a tocar em meu coração, lembrando do tempo de infância e juventude em São Paulo... 
Foi como se eu tivesse atravessado uma ponte e, do outro lado, encontrado o passado...
Caminhei por onde outrora andei, mas, a rua não era mais a mesma, apesar de estar muito bonita... Agora, as casas, que serviram de residências, são todas comerciais. O Hotel, onde me hospedei, agora, ocupa, hoje, o lugar da casa de uma amiguinha, lindo, maravilhoso, enfeitando aquela rua, que me traz tantas recordações ....                 


Vaguei silente por onde andei, agora, contnuando a ouvir a sinfonia, que só os meus ouvidos escutavam e sentindo, também, junto a mim, minha juventude... Sonhei de olhos abertos,..lembrando-me de tudo que se passou ... Mas o meu coração não se entristeceu, apesar  de meus olhos verterem algumas lágrimas, pois, eu sou, mesmo assim, emotiva... 
As mesmas cenas, que eu presenciei, no passado, voltaram em minha mente, mostrando-me amor sem fim, como se fosse uma sinfonia, não seguindo a pauta no papel, mas a pauta que ficou gravada em minha memória... Uma sinfonia, que orquestra, nenhuma  do mundo, saberia interpretar... Somente, na minha memória, essa sinfonia tocava, divinamente, com o maestro sendo o tempo...
        Andei por onde andou o meu passado, sentindo-o junto a mim, como uma verdadeira sinfonia do tempo, que passou...

segunda-feira, 29 de abril de 2019

O ESPAÇO NAS LEMBRANÇAS

O ESPAÇO NAS LEMBRANÇAS

Onde a gente guarda as lembranças, não sobra lugar para sentimentos ruins... As lembranças são grandes demais, espaçosas demais... ainda bem!... Do contrário, viveríamos, sempre, tristes. Mesmo que venhamos a ter lembranças melancólicas, elas podem ser lembradas com amor, pois, há espaço, para isso, dentro das nossas lembranças. Mesmo que a gente se vista com vestidos noturnos, que a gente apague a luz e durma, as lembranças estarão, sempre, no lugar de costume, procurando adivinhar o que queremos pensar. Não importa o que pensemos, mas, sim, o que está reservado nas lembranças, no lugar em que elas costumam ficar... Lá, a gente encontra harmonia, quando sabemos decifrar as lembranças, que estão guardadas, ali. O pensamento tem asas fortes, que voam longe, quando a gente começa a pensar, mas, tem os pés firmes como raízes, que mantém a gente no solo, enquanto o pensamento alcança as alturas alcandoradas, buscando os sentimentos, que, muitas vezes, ficam esquecidos nas lembranças. Quanto mais lembranças a gente tem, mais sentimentos bons e muita energia teremos, porque a força do pensamento é inesgotável, dentro de nossas lembranças.
Encontramos sentimentos, algumas vezes, em lembranças, que não parecem ter sentido algum, que aparecem do nada, mas, encontramos sentido, ali, quando, algumas vezes, são lembranças, que se parecem com coisas sentidas antes. Parecendo ser o sexto sentido, como se estivesse em um outro sentimento... Sentimento de lembranças tantas, lembranças muitas, sentindo tudo e, ao mesmo tempo, sentindo nada! Lembrança é aquele sentimento bom, que a gente tem, guardado em um lugar especial... Lembrança de alguém independente de sua presença... É aquele laço de sentimento, que se mantém guardado, no armário do nosso eu, onde ficam as lembranças. Lembranças têm muitos cálices de dores, mágoas guardadas, junto com elas, em um lugar infinito da memória. Lembranças têm uma sintonia com os sentidos do viver... As portas dos sentimentos são abertas, quando as lembranças saem de seu lugar e tomam conta da gente, tomam conta do nosso sentir, do nosso lembrar. Não importa o que sintamos, mas, sim, as lembranças, que temos de todos os sentires.
Tudo é harmonioso, quando compreendemos que as lembranças ficam em seu lugar, para guardar os nossos sentimentos, até que resolvamos abrir as portas para que  saiam e nos tomem a nós...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro"Viajando nas Lembranças"

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Entrevista com Marilina Baccarat

Dia mundial do Livro

Hoje, 23 de Abril, comemora-se, mundialmente, o Dia do Livro

   Para mim, não poderia haver data mais santificada e simbólica do que esta.
Dia santo. Feriado, no meu coração.
Dia em que reverencio os meus santos de devoção: São Fernando Pessoa, São Carlos Drummond de Andrade, São Érico Veríssimo, São Eça de Queirós, São Machado de Assis, São Monteiro Lobato, Mia Couto, Balzac, Melville, Rachel de Queirós, todos os autores, que li, ao longo da minha vida, tantos que já nem me lembro da maior parte deles.
Mas, os tenho cá dentro de mim, que me marcaram a alma, a ferro, a lágrimas, a sentimentos.
Já esqueci inúmeros enredos, inúmeras tramas das milhares, que li, mas, todas deixaram pequenos traços na minha escrita, na minha personalidade, na minha maneira de ver a vida e o mundo.
Neste dia, dia do meu maior objeto de adoração, de devoção, o LIVRO, tenho pena de não poder ler tantos quantos eu gostaria, de ter tempo, ainda, para ler todos os que não tive o prazer de ler, de cercar-me, por eles, por todos os lados. Mas, não resta muito tempo agora, já não há tempo, para lê-los todos.
Se há algo, que me daria imenso prazer, neste momento de minha vida, seria poder ter os livros, que desejo. E são tantos!
Mas, neste dia santo, dia em que também fui agraciada com uma pequena conquista, ter meus próprios livro publicados, só posso ser grata aos meus amigos, aos meus leitores, ao meu editor João Scortecci. A tudo o que li, ao longo desses anos, vividos intensamente.
Não tenho pretensões de colocar-me ao lado de meus santos de devoção, meus amados escritores, as pessoas, que me abriram o mundo e o desvelaram para mim. Não quero isso. Quero, apenas, poder sentar-me com um livro nas mãos e, por toda a eternidade, saber o que há nas entrelinhas. Entender o que foi escrito e sentido pelo escritor, no momento em que o criou. Porque cada livro é um mundo.
Este é meu último desejo. É entender que a santidade, a verdadeira beleza do mundo está contida nas páginas de um bom livro...
Marilina Baccarat De Almeida Leão (escritora brasileira)


domingo, 14 de abril de 2019


Marilina coloca em suas crônicas, sua alma de artista. De cada uma, brota sua sensibilidade, que aflora à medida que nos traz à lembrança, as emoções da meninice, permeia toda adolescência, por vezes dolorida, mas, principalmente, faz encarar a 3ª idade com muita fé, esperança e muito amor no coração. Para conferir e sentir as delícias de viver todos esses momentos, recorde essas emoções como se fossem as últimas. Colorindo a vida é um flashback, em formato de crônicas, que leva cada leitor a recordar sua experiência pessoal, que é única, podendo ser a sua, a minha, a nossa. Isso acontece através dos olhos sensíveis da autora.
Lourdes Gonçalves Balan - Professora de língua portuguesa e inglesa.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

por Marilina Baccarat de Almeida Leão





Gosto de dias chuvosos, a chuva tem uma música, que ora parece ser um adágio, ora parece ser uma sinfonia, tocada pela melhor orquestra do mundo... Mas, hoje, ela parecia estar tocando desgovernadamente, acho que o maestro saiu e a deixou sozinha... Raios explodiam a todo instante, os trovões até apavoravam...

A vida não é colorida, ela é colorível


Um poema que gosto muito da poetisa Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro  Colorindo a vida:Fernanda de Oliveira Brito, paulista, leonina, designer de moda por formação.  

Há quem diga que sonha em preto e branco, outros, que sonham colorido. Sonhar colorido é muito mais interessante, pois tudo fica mais bonito. Os sonhos estão aí para definir a vida em cores. Os otimistas e sonhadores sempre vão dizer que a vida é colorível, mesmo que os sonhos sejam brancos e pretos.

A forma, pela qual todos veem a vida, não muda nada, o importante é que todos possam tornar a vida colorível, porque o que sonham, seja preto e branco ou colorido, não importa. O que realmente é importante são os acertos, para que a vida se torne colorida. Temos que viver colorindo a vida do nosso jeito, isto é, fazer com que a vida seja colorível. Assim seremos mais felizes.

A vida é muito mais que a exatidão de um preto e branco. Vai muito além da importância de torná-la colorida. Ela é uma dádiva e, viver plenamente, é um presente irrecusável, assim como é colorir um desenho. 

Muitos diriam que, definir a vida em cores, para eles, ela seria preta e branca. Essas pessoas são muito calculistas, não se interessam muito em colorir a vida. Os pessimistas diriam que a vida é cinza, não haveria graça em tentar colori-la. Mas os otimistas e sonhadores diriam que a vida é para se colorir, então ela é colorível. 

Podemos seguir nosso caminho, logo, podemos deixar, junto a estes caminhos, uma vida colorida. Não é porque o papel é branco que deve permanecer branco. As folhas brancas estão aí para serem coloridas. E assim é a vida, colorível. Com os sentimentos de amor vem a bondade, a alegria e a vida se torna branda, bem colorida. São esses sentimentos que fazem com que a vida seja colorível. 

A vida ganha cor para que possamos apreciá-la, para não olharmos para ela e nos sentirmos amargos e infelizes, pois as cores trazem a felicidade.
Se os nossos sonhos forem em preto e branco, devemos fazer com que a vida seja muito mais que em preto e branco. Devemos dar cor à vida, porque ela é colorivel e ser colorivel é poder ter a oportunidade de colorir a vida.


quarta-feira, 10 de abril de 2019

O Eu que Habita em nós

    O EU QUE HABITA EM NÓS

         
          Nosso tempo de vida, são experiências somadas à perfeição de nossas idades, conforme vai chegando...
         As vivências do dia a dia, vitórias após conquistas, tombos em seguida de tombos, levantando e curando as feridas... Nos alegramos, choramos, mas comemoramos... Foram experimentos a cada etapa da vida e que foram enriquecendo a nossa existência...
         Várias pessoas, já fomos...Cada idade uma delas, a receber da vida as dádivas. Tropeçamos pelo  caminho, nos reinventamos após os percalços; a recriar esperas, que nos serviram de ponte para  o futuro... Algumas vezes é preciso aprendermos silenciar, sair de cena e esperar que a sabedoria do tempo, termine o espetáculo...
         Se a vida nos causou muitas feridas, também nos ofereceu os remédios e beijou nossas cicatrizes...
         A vida, também  nos deu presentes, enfeitou-nos a existência e nos mostrou o caminho da felicidade...
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro
"PELOS CAMINHOS DO VIVER"

domingo, 7 de abril de 2019

As Estações da vida





                     AS  ESTAÇÕES       

    A alegria é a nossa companheira, pois tem que ser, sem ela, jamais teríamos vivido a felicidade, durante toda a vida, desde a hora em que nascemos...       
          Passando pela infância, juventude e chegando, na fase adulta, ultrapassamos a porta da rua, sem medo de enfrentar a vida com seus percalços...
         Nascemos, na primavera da vida. Por essa estação, só pensávamos em brincar. Para nós, não havia o futuro, depositávamos esperança, no verão, que seria a juventude...Ah... como gostaríamos que o verão chegasse logo, para podermos curtir essa estação...
         Adentrando na juventude, ou seja, no verão da vida, depositávamos, ali, a espera de que a fase adulta logo chegasse; o outono da vida, em nós... 
         Pensávamos, como toda jovem pensa, que a fase do outono vai chegar e iríamos nos casar...
     
        Somente imaginávamos, adentrando a nave de uma igreja, com aquela marcha nupcial linda tocando... As pétalas de rosas sendo jogadas e os convidados a nos admirar...Esquecemos de pensar é que poderíamos tropeçar no véu de noiva e irmos ao chão...     
          Não gostaríamos que houvesse aquelas promessas todas, pois, se o amor é autêntico, adoraríamos, se só existisse a festa, tanto na igreja, como no buffet, sem aquele acordo todo, recheado de promessas, que, muitas vezes, não são cumpridas...        
        Os sacerdotes só esquecem de fazer-nos prometer que, depois que a vida terminar, continuaremos a amar por toda a eternidade...Deveriam incluir isso...
          Iríamos nos divertir muito mais... Os convidados não ficariam cansados à espera da cerimônia terminar... Riríamos muito e nos tornaríamos, dali, para a frente, casadas e realizadas, para sempre...       
          Seguiríamos pelos caminhos das estações da vida, retirando os espinhos das rosas e enfeitando nossos caminhos, apenas com suas pétalas perfumadas... 
          Não permitindo que os espinhos  ferissem os nossos pés, e, portanto, caminharíamos tranquilas... 
          E de tal modo, prosseguiríamos, até que a velhice chegasse, ou seja, o inverno da vida, mas, já maduras e sabendo o que queríamos da vida,   aproveitaríamos, muito mais, essa estação gostosa...    
         É  a  síntese  da mulher, que soube construir, ao longo dos anos, fases nas estações da existência...
         É a substância, que fica, em nossa essência,  depois que passamos por todas as estações da vivência...
        Amantes e esposas do homem a quem amamos durante toda a nossa vida e até a eternidade...

 Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "É Mais Ou Menos Assim" página 22



sexta-feira, 5 de abril de 2019

Os gestos da ventura


Os gestos da ventura têm uma inexprimível sabedoria. Ela chega a qualquer hora, seja pela manhã, ou madrugada e abre um espaço dentro da gente...

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Marilina Baccarat recebe o troféu em Portugal, de orgulho acadêmico

Marilina Baccarat, recebeu do Nùcleo de Letras de Portugal, o orgulho acadêmico, por sua contribuição à cultura Lusófona, durante o ano de 2018.

Posse na Academia de Letras do Brasil

Escritora brasileira Marilina Baccarat de Almeida Leão, é empossada como imortal e embaixadora cultural, na Academia de Letras do Brasil.




quarta-feira, 27 de março de 2019

AS ESTAÇÕES DA VIDA

As estações

A alegria é a nossa companheira, pois tem que ser, sem ela, jamais teríamos vivido a felicidade, durante toda a vida, desde a hora em que nascemos... Passando pela infância, juventude e chegando, na fase adulta, ultrapassamos a porta da rua, sem medo de enfrentar a vida com seus percalços... Nascemos, na primavera da vida. Por essa estação, só pensávamos em brincar. Para nós, não havia o futuro, depositávamos esperança, no verão, que seria a juventude... Ah... como gostaríamos que o verão chegasse logo, para podermos curtir essa estação... Adentrando na juventude, ou seja, no verão da vida, depositávamos, ali, a espera de que a fase adulta logo chegasse; o outono da vida, em nós... Pensávamos, como toda jovem pensa, que a fase do outono vai chegar e iríamos nos casar... Somente imaginávamos, adentrando a nave de uma igreja, com aquela marcha nupcial linda tocando... As pétalas de rosas sendo jogadas e os convidados a nos admirar... Esquecemos de pensar é que poderíamos tropeçar no véu de noiva e irmos ao chão...
Não gostaríamos que houvesse aquelas promessas todas, pois, se o amor é autêntico, adoraríamos, se só existisse a festa, tanto na igreja, como no buffet, sem aquele acordo todo, recheado de promessas, que, muitas vezes, não são cumpridas...
Os sacerdotes só esquecem de fazer-nos prometer que, depois que a vida terminar, continuaremos a amar por toda a eternidade... Deveriam incluir isso... Iríamos nos divertir muito mais... Os convidados não ficariam cansados à espera da cerimônia terminar... Riríamos muito e nos tornaríamos, dali, para a frente, casadas e realizadas, para sempre... Seguiríamos pelos caminhos das estações da vida, retirando os espinhos das rosas e enfeitando nossos caminhos, apenas com suas pétalas perfumadas... Não permitindo que os espinhos ferissem os nossos pés, e, portanto, caminharíamos tranquilas... E de tal modo, prosseguiríamos, até que a velhice chegasse, ou seja, o inverno da vida, mas, já maduras e sabendo o que queríamos da vida, aproveitaríamos, muito mais, essa estação gostosa...
É a síntese da mulher, que soube construir, ao longo dos anos, fases nas estações da existência... É a substância, que fica, em nossa essência, depois que passamos por todas as estações da vivência... Amantes e esposas do homem a quem amamos durante toda a nossa vida e até a eternidade...
Não poderíamos ser como a rosa, que tinha inveja das outras flores, pois, quando passava pelos jardins e observava as flores, dançando ao bel-prazer do vento, que ora soprava em brisa leve e, em outras passava com rajadas fortes, fazendo-as rodopiar... A rosa indócil, somente queria pertencer àquele mundo, que ela admirava, mas desconhecia o porquê de haver espinhos em seu caule e não tinha como dançar com as outras flores, quando o vento chegava... Certo dia, a rosa determinou, sem muito raciocínio, extrair todos os seus espinhos. E, mirando-se, no espelho, sem perceber o sangue, que escorria, pensou: – Estou com ar mais aprazível, um verdadeiro porte de rainha, agora poderei dançar... E, assim, aproximou-se das outras flores, toda faceira, com um sorriso. Mas sua surpresa foi grande, quando, todas as outras flores, lhe apontaram os dedos, mostrando-lhe o sangue, que escorria em seu caule. Não era o que ela esperava... Afinal, ela era a rainha das flores, justamente pelo perfume e os espinhos... As flores, virando-se, para ela, perguntaram, em uníssono: Retirar seus ilustres espinhos, por quê?... Eles lhe faziam, além da sua beleza insólita, a tão respeitada rainha de todas nós... Agora, somos flores sem reinado e sem rainha, não temos a quem idolatrar e você está ferida! A coitada da rosa, ferida, agora, sem reinado e sem coroa, por querer ser igual às outras flores, que não tinham espinhos e, sem eles, elas dançavam ao desejo do vento, livres e soltas, como ele gostaria... Nunca seria igual às outras flores, pois tinha espinhos, mas era a rainha, com certeza, de todas elas... Não perdeu a sua altivez, não mais seria rainha, porque o que a diferenciava, das outras, era o mais importante, aos olhos de todas as flores... Os espinhos, que ela havia retirado é que a tornavam diferente... Naquele mesmo dia, a rosa, que sentia muita dor, por causa da retirada dos espinhos, morreu... A noite se findou, um novo dia raiou, com um maravilhoso sol e outra rosa nasceu, bela, cheirosa e com todos os seus espinhos, sendo eles a sua coroa... As flores ganhavam, agora, uma nova e reverenciada rainha... Haviam esquecido a rosa sonhadora...

Não seguindo o exemplo da rosa sem espinhos, foi, assim, a fusão da mulher, que soube seguir o caminhar certo, em cada estação...









quarta-feira, 20 de março de 2019

Saudades Imagináveis

Saudades Imagináveis

Saudades, que habitam em nós, são gravadas a ferro, dentro da nossa essência, ferindo-nos... Muito melhor seria, se as tivéssemos gravadas a ouro, dentro do nosso peito, a tê-las, que explicar, para quem não as vê. Não sentem o que sentimos... As saudades, somente nos pertencem e só nós sabemos como se apresentam, dentro do nosso imo... É como se a nossas mãos estivessem escrevendo, em um papel imaginário, tudo o que o nosso eu sente... São saudades sinceras, temos certeza.. Elas nos assustam, nos dão as mãos e nos levam a viajar por caminhos frios e tristes...
 E lá vamos nós a percorrê-los, sentindo uma apunhalada no peito... As saudades são tão sinceras, que nos espantam, nos magoam e acabamos acostumando-nos com elas. Por não saber abandoná-las, dizemos a nossa verdade, o que estamos sentindo e aprendemos a conviver com elas... Não a aceitamos, mas, convivemos com essa dor, que, a cada dia, tira-nos um pedaço da nossa vida, levando-nos por vales escuros... Todos nós temos uma definição, que nos permite existir, e esse rótulo é a nossa tábua de salvação.... 
Graças a ele, navegamos pelos tumultos da saudade, do dia a dia... Conseguiremos chegar ao estuário, onde nos encontraremos com as marés calmas, sem enlouquecermos... Pois não as aceitávamos... Nos longos invernos da solidão do nosso “Eu”, muitas vezes, perguntamo-nos, a nós mesmos, com a alma dorida: – Como seriam os dias à nossa volta, se fossem vistos pelos olhos alheios?... 
A saudade é como um vento, que surge sem que estejamos esperando, levando a alegria e trazendo a nostalgia... Quando a noite começa a devorar a tarde, as pessoas, de repente, descobrem que estão com saudade da luz. Então, as ruas, as casas, colinas e vales se transformam no sinal dessa falta de luz... Luzes, cada vez mais espalhafatosas, transformando a comedida atmosfera da noite, no alegre cenário de uma festa, que é iluminada pela luz das estrelas... 
Tudo é silêncio, quando a saudade habita em nós. A nossa natureza fica mergulhada numa espécie de estupor. Até o barulho, mais próximo, parece vir de bem longe. Mais que os ruídos, são as nossas dores... Não queremos lembrar de muitas delas, mas, elas chegam, sem a gente querer... Elas saem num turbilhão de seus esconderijos, e se alojam em nosso eu, pois, são frias, como o inverno na montanha... No entanto, machucam-nos, embora, às vezes, o façam sem que desejemos... Que nos mostrem a verdade, que traz, com ela, ferindo o nosso ser... 
 Os pesares, que sentimos, muitas vezes, nos assustam, não que estejamos sempre preparados para recebê-los. Não! Não estamos. Apenas, aprendemos a conviver...
 Ninguém tem coragem de se lembrar da saudade, é melhor deixá-la esquecida, em um canto qualquer de nós mesmos... Pois não gostamos de lembrar de certos acontecimentos, certas nostalgias... 
Quando nos lembramos, o nosso coração fica dorido, com uma dor profunda... Talvez, a lei da saudade não seja tão diferente das leis da metereologia... 
Assim, como o ar tende sempre a passar de um área de alta pressão, para uma de baixa, da mesma forma, cria-se, em nós, de repente, esse vazio... E é um vazio, que atrai a melancolia...
 Não gostamos de lembrar da saudade. Os longos meses de solidão, até aprendermos a nos acostumar com ela... Preencherem o nosso eu... 
Então, preferimos fechar os olhos e viver em um mundo irretocável, sem lembrar dela, sem pensar... Acontece, porém, que as saudades não se escondem, gostam da solidão... Procuram companheiras, para não ter que ser hipócritas, enfrentando pessoas, que não querem aprender a conviver com elas... A sinceridade das saudades é absoluta. Igualmente, elas querem mostrar a verdade, para todos...
Por isso, às vezes, as pessoas se cansam de sentí- -las, querem comandar seus quereres, deturpando-as, não querendo sentir a sinceridade, que há nelas. Preferem esquecê-las, a pressentí-las dentro de si... É certo que cada um sente saudades diferentemente. Ou as camufla. Ou, simplesmente, as deixam lá, quietas. Procuram não as sentir... E, a cada dia, afastam-se um pouco mais desse mundo frio, que é o das saudades... Sendo que elas são sinceras e nos mostram tudo, com muita clareza...
 Muitos preferem o ópio do silêncio, que corre em suas veias, à sinceridade das saudades, que nos remetem a lugares, por onde, antes, caminhávamos com as alegrias, mas, agora, temos a franqueza das saudades, a nos acompanhar...  

Marilina Baccarat de Almeida Leão, no livro "O Eu de nós" página 29

sábado, 16 de março de 2019



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Poesia


Poesia

Poesia é a arte
de transformar
o belo em palavras
sentimentos em letras
unindo alfabetos
em torno
de uma imagem
que o poeta imagina
e transfere ao papel

O mundo precisa deles
dos poetas
dos loucos
dos que veem poesia
no que não há


O mundo precisa deles
para trazer
a beleza
das coisas simples
travestidas de filós e rendas
tornando coisas banais
em nuvens de organdi


O olhar do poeta
nos faz olhar
para dentro
nos faz ver
o que não víamos
transmuta
transcende
transforma
transgrida

Sem poesia
O que seria da vida?
Sem o apurar
das palavras
o que seria da língua?


Um poeta não precisa
fazer mais nada
Só poetar
Essa é sua
missão
sina
mensagem
tarefa

Mudar o mundo
através da beleza
que só eles veem
e são capazes de mostrar
ao resto dos mortais...

Sentir
isso é o que a poesia nos ensina
e muito poucos
aprendem...


Marilina Baccarat de Almeida Leão (escritora brasileira)